Dar um irmão a Mariana, de onze anos, sempre foi uma condição importante na vida de Lurdes Baeta e do marido, João Pedro Matoso. Até ao nascimento da pequena Sofia, hoje com três anos, a jornalista assume que “passou muito tempo”. Por isso, não hesitou em voltar a engravidar. Depois do nascimento de João Pedro, há sete meses, a pivot da TVI diz que a sensação de ser mãe de três filhos “é única”.
VIP – Ter três filhos era um desejo seu?
Lurdes Baeta – Tive a Mariana muito cedo, tinha 25 anos, e até a Sofia nascer tive sempre pena que a Mariana não tivesse um irmão mais próximo. Todos os natais ela pedia um mano e a nossa vida era muito preenchida com a ideia de darmos um mano à Mariana. Quando ela soube que eu estava grávida da Sofia, chorou de alegria.
Por que não voltou engravidar mais cedo?
Ter mais filhos era um desejo presente, mas a minha vida não proporcionou. Estava no início do meu casamento e da minha vida profissional.
Como é a relação entre a Mariana e a Sofia?
São quase oito anos que as separam e é uma diferença de idade grande. Elas são amigas, mas tenho noção que vai sempre existir uma grande diferença entre as duas.
Foi por isso que decidiu ter mais um filho?
Em certa parte, sim. Depois do nascimento da Sofia, eu e o meu marido pensámos logo em mais um filho, mas foi um bocadinho ao jeito de “se vier, vem”.
Como é que a Mariana e a Sofia reagiram à chegada do irmão?
Correu tudo muito bem. A Sofia, que era quem podia sentir mais ciúmes, reagiu da melhor forma. Quando me foram visitar ao hospital nem quis saber de mim. Entrou no quarto e foi directamente à caminha do bebé.
O que vê quando olha para os seus filhos?
Fisicamente, são parecidos com o pai, mas, no que toca ao feitio, são os três muito diferentes. A Mariana é muito extrovertida, sociável e faladora. A Sofia é uma menina muito reservada e tímida, mas muito artística. O Pedrinho é um bebé muito tranquilo, come e dorme muito bem. Quando tinham a idade dele, elas não eram nada assim.
Como é educar três filhos nos dias que correm?
Costumo dizer que eu e o meu marido somos uma equipa muito bem oleada. No sentido da educação dos nossos filhos e das tarefas caseiras, organizamo-nos muito bem. O mais caro de tudo, e o que pesa mais no orçamento lá de casa, é a escola deles. Elas as duas estão numa escola privada. Infelizmente, há poucos infantários públicos. As roupas passam de uns para outros.
Assusta-a as previsões do futuro do nosso país, na medida em que isso possa vir a influenciar a educação deles?
Assusta-me, claro. E por isso controlamos todos os custos.
Elas aceitam bem esse controlo?
Não são meninas de pedir muito. Quando pedem, e não lhes é satisfeito o pedido, aceitam bem o não.
Que valores tenta incutir nos seus filhos?
Os valores essenciais e que nos definem como pessoas. Acima de tudo, quero que eles sejam generosos, tolerantes, que conheçam as regras e que percebam que são para cumprir.
Como passam o vosso tempo livre?
Fazemos muitos programas em família, quase sempre no parque infantil. Eles brincam e nós acabamos sempre por alinhar nas brincadeiras deles.
Considera-se uma mãe galinha?
Acho que não sou, mas, devido à minha profissão, por vezes sei coisas que não gosto de saber. Isso faz com que prefira que os meus filhos não vão para algum lado ou não façam determinadas coisas. Se isso é ser galinha, nesse sentido, sou; e, assim sendo, gosto de tê-los debaixo da minha asa.
Como é que elas reagem às repreensões?
Não são meninas de bater o pé e não têm por hábito fazer birras. A Mariana já não está nessa idade. Ainda assim, elas já sabem que as birras terminam assim que começam.
Invoca a sua educação na educação dos seus filhos?
Eles os três têm um feitio muito diferente do meu. Eu refilo muito mais com eles do que algum dia os meus pais refilaram comigo. Os meus pais nunca me bateram e nunca me repreenderam.
Abdica muito da sua vida em função dos seus filhos?
A partir do momento em que temos filhos e deixamos de fazer certas coisas, não pensamos nelas como algo de que abdicámos. Não vou tanto ao cinema, não durmo tanto, não viajo tanto, mas tenho os meus filhos. Não sinto que abdico de nada e nem da minha profissão posso dizer que fui excluída, por ter tido três filhos.
A vida do casal sofre uma grande alteração depois do nascimento dos filhos?
Quando há bebés pequenos, como o Pedrinho, temos tudo concentrado neles. Somos pai e mãe empenhados e isso também ajuda a reforçar os nosso laços.
O que sente que mudou em si, depois de ter sido mãe?
Com três filhos, as mudanças e as sensações são muitas e são únicas. Relativizamos e desvalorizamos tudo o resto e ficamos mais preenchidos. Com a Mariana foi uma obsessão e depois, com a Sofia, nem tanto. O nascimento do Pedrinho fez-me sentir muito mais madura e também percebi que cada bebé é um bebé.
Para si, o que é ser uma boa mãe?
Não tenho autoridade para dizer o que é ser uma boa mãe. Quero educar os meus filhos de forma a que eles se tornem boas pessoas e bons cidadãos, que sejam bem-educados, que respeitem as pessoas. Não digo que eles não excedam os limites, mas devem percebê-los.
Como é o seu marido como pai?
Ele é excelente na educação dos nossos filhos. É um verdadeiro companheiro nesta viagem. Sem ele, não conseguia ter três filhos, fazer o que faço e trabalhar.
Como vai ser passado este Natal?
Este ano vamos para o Algarve, para junto da minha família. Vai ser bom, de certeza, mas com uma notinha de tristeza devido ao falecimento da minha avó materna. Mas a presença do Pedrinho vai ajudar a animar o ambiente.
Texto: Micaela Neves; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Manuela Costa; Cabelos e Maquilhagem: Ana Coelho com Produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel; Agradecimentos: Hotel Laurences – Sintra; El Corte Inglês – Lisboa – 21,371,17,00; Área – Amoreiras Sh. Center; Loja Verde Ervilha – C.Ourique; DDP-Lisboa; Adidas; Hello Kitty; Mustela; Narciso Rodriguez
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