Letizia
O fenómeno LETIZIA

Realeza

No ano em que a princesa e FELIPE celebram seis anos de casamento e já representam o rei, 67% dos espanhóis dizem que ela será uma óptima rainha
Depois de seis anos de casamento, e na semana em que se temeu pela vida do rei Juan Carlos, Letizia foi finalmente considerada a rainha perfeita para Espanha.

Qui, 27/05/2010 - 23:00

Depois de seis anos de casamento, e na semana em que se temeu pela vida do rei Juan Carlos, Letizia foi finalmente considerada a rainha perfeita para Espanha. Após um início difícil, e de continuar a ter os seus inimigos de estimação, bem como de continuar a haver alguns grupos que resistem ao facto de Letizia vir a ser a futura rainha de Espanha, a mulher do príncipe Felipe conseguiu finalmente conquistar o seu povo e ganhar a aceitação de uma larga maioria da população.

Num inquérito realizado todos os anos pelo jornal El Mundo, Letizia tem agora a aprovação de 67,1% dos espanhóis, que consideram que está preparada para assumir o papel. Mais 13% que no ano passado. Não há margem para dúvidas que a sua popularidade está a aumentar a uma velocidade vertiginosa e que, para a grande maioria dos espanhóis, é de longe a favorita.

Ainda segundo o inquérito, 52,1% considera que tirou protagonismo aos outros membros da família real, como as infantas, 60% acha que aproximou a família real do povo e mais de três quartos dos entrevistados dizem que evoluiu muito positivamente na sua forma de estar, do ponto de vista estético e de estilo. “Está mais descontraída, agora domina todas as situações e sabe como reagir de forma natural”, afirma fonte do palácio real, que revela que a presença de Letizia em Zarzuela veio tornar o ambiente mais agradável. “É o rei quem manda em Zarzuela, porque tem muito carácter, mas dona Letizia adora falar com os funcionários do palácio e é muito calorosa com eles. Por outro lado, têm uma vida bastante familiar. Gostam de convidar os amigos próximos para jantar em casa do príncipe e recebem pessoas quase todos os domingos.” Segundo Julián Gabarre, perito em morfopsicologia, que analisa os traços da princesa para o jornal El Mundo, Letizia está mais simpática porque está mais segura de si e conseguiu aumentar a auto-estima, devastada pelo julgamento muito duro que lhe fez o povo espanhol e principalmente o lobby monárquico quando casou com o herdeiro da coroa. “A operação ao nariz suavizou as suas expressões e, como está mais segura do seu aspecto físico, sente mais autoconfiança. Por isso, está mais aberta às pessoas que a rodeiam”, diz. Certo é que a capacidade de ultrapassar a rigidez, que tanto lhe criticaram, para ser mais natural, descontraída e espontânea, lhe valeu muitos pontos nas sondagens.

Um mês à experiência


A doença repentina do rei Juan Carlos poderá ter sido a prova de fogo. A menos de 15 dias do sexto aniversário de casamento dos
príncipes das Astúrias, e em secretismo absoluto, é descoberto um nódulo no pulmão ao rei Juan Carlos, que tinha fortes probabilidades de ser cancerígeno e que podia implicar a total remoção do pulmão. Para os súbditos manterem a calma e se evitarem especulações, a operação foi guardada em segredo e toda a agenda foi mantida, por forma a não levantar suspeitas. O príncipe Felipe foi para à Costa Rica, tal como estava previsto, e o rei recebeu Joseph Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, na véspera de dar entrada no hospital. O comunicado foi emitido pelo Palácio de Zarzuela às 9h30 da manhã do dia da operação. Ou seja, durante algumas horas, o país confrontou-se com a possibilidade de Juan Carlos ter um cancro no pulmão e de ter de abdicar do trono mais rápido do que se esperava. À tarde, os médicos, em conferência de imprensa, asseguravam que o tumor era benigno e que foi removido com sucesso. No entanto, o rei demorou algum tempo a recuperar e os príncipes das Astúrias exercem, pela primeira vez, neste contexto favorável, os deveres dos monarcas. 

Assumiram grande parte da agenda do rei e da rainha Sofia, que ficou junto do marido em Barcelona, tendo pelo menos sete aparições oficiais numa semana. O principal acontecimento foi a Cimeira UE-América Latina e Caraíbas. Felipe e Letizia acabaram por ser os anfitriões dos 88 mandatários que estiveram em Madrid. Como Felipe assistiu, nos últimos anos, à tomada de posse da maioria dos Presidentes da América Latina, acabou por facilitar bastante uma recepção, cujo programa foi em grande parte improvisado. O casal recebeu os Chefes de Governo com extrema simpatia e conversaram imenso entre eles, como se estivessem a comentar um evento maior que si próprios. É que foi a primeira vez que o casal substituiu os reis a um nível político tão elevado. Felipe vai também assumir o papel do pai na final da Copa del Rey – a primeira vez que o monarca não vai estar presente desde que foi criada a competição, há 33 anos. 


Texto: Elizabete Agostinho; Fotos:
Reuters e Impala

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