Nuno Santos, de 53 anos, foi o convidado do programa “Conta-me“, da TVI, deste sábado, 20 de novembro. A dois dias da estreia da CNN Portugal, o diretor do novo canal abriu o coração a Manuel Luís Goucha e começou por falar da “zanga muito dura” que teve com Emídio Rangel, que morreu em 2014.
“Estivemos 10 anos sem nos falarmos. Eu senti-me atacado, injustiçado e eu reajo nessas alturas. E reagi com todas as minhas forças”, comenta, revelando que depois sentiu “uma mágoa”. “Se tens um caminho feito com uma pessoa, esse caminho é abruptamente interrompido”, atira.
Nuno Santos e Emídio Rangel reencontraram-se mais tarde, dez anos depois, em duas situações profissionais. “Na primeira, eu era diretor de informação da RTP e ele era comentador do canal. Ele ficou com a ideia que eu o ia despedir. Eu nunca faria isso e numa noite eleitoral, que nos correu muitíssimo bem, no fim eu fui dar os parabéns a todos comentadores dessa noite eleitoral, e a ele também”, recorda.
“Tenho muita pena de o ter perdido”
Aquele que foi um dos fundadores da SIC e, mais tarde, da SIC Notícias, revela que nessa noite trocou um olhar [especial] com o jornalista. “Já não sei quem disse primeiro: ‘Temos que fazer um encontro’ e ele respondeu: ‘O meu número é o mesmo’. Eu marquei e apareceu, eu nunca tinha apagado o número. Tivemos um longo encontro, numa tarde inteira. Era um almoço, mas durou até às 7 da tarde. Dissemos tudo um ao outro”, conta. O outro projeto estava relacionado com Angola. “Isso uniu-nos de novo, outra vez. Acho que morreu cedo de mais. Faz-nos muita falta. Tenho muita pena de o ter perdido”, lamenta.
Manuel Luís Goucha pergunta-lhe, entretanto: “És pessoa de apagar números?”. “Não! Há uns dias morreu Rui Oliveira e Costa, uma pessoa que conhecia de sempre e lá está o número dele no meu telemóvel. Como está o do Nicolau [Breyner], o do Raul Solnado… porquê, não te sei responder. Nunca apaguei os números”, responde.
“Foi o dia mais duro da minha vida”
A conversa seguiu e o diretor da CNN Portugal falou sobre os pais. “Fui um filho tardio, quando nasci, o meu pai já tinha 42 ou 43 anos. Era um pai dessa época, não muito dado aos afetos, mas foi muito importante na minha formação, no meu contacto com os livros, nas conversas que teve comigo e também nos seus silêncios”, começa por dizer.
“Ele escolheu, num determinado momento, reformar-se para aproveitar bem os últimos 20 anos da sua vida. E, na verdade, houve um dia em que se levantou e caiu para o lado. Isso é, ainda hoje, o maior choque da minha vida”, considera.
Quando pensa “a esta distância”, é “a morte que provavelmente todos nós gostaríamos de ter. Nenhum sofrimento”. No entanto, “uma dor tremenda para a família”. “Quando chegámos a casa, ele já estava morto. Foi o dia mais duro da minha vida. Nunca mais pude falar com ele, desabafar com ele. Ele não conheceu os netos, ou melhor, os meus filhos. Conheceu a filha mais velha da minha irmã. Morreu cedo demais”, dispara.
A mãe de Nuno Santos tem 90 anos e o antigo pivô assume que estar com ela “é sempre dos melhores momentos” da sua semana. No entanto, admite que sente “a falta da disponibilidade dela para algumas coisas que deixaram de ser naturalmente possíveis”. “A vida é assim”, desabafa.
Já sobre os filhos, Pedro, de 13 anos, e Francisca, de nove meses, o profissional da comunicação que foi também um dos fundadores do Canal 11, da Federeção Portuguesa de Futebol, revela que procura ter uma relação de afetos com ambos. “De parceria, companheirismo, descoberta, aventura”, enumera ainda.
Por fim, o convidado do formato da estação de Queluz de Baixo confessa que quer “voltar” a surgir à frente das câmaras. “Não digo de que forma, nem como, mas sinto essa vontade”, remata.
Veja as imagens na nossa galeria.
Texto: Ivan Silva; fotos: redes sociais e divulgação TVI
Siga a Revista VIP no Instagram