Nuno Graciano morreu nesta quinta-feira, 7 de dezembro, a sete dias de fazer 55 anos. O apresentador não resistiu a um ataque cardíaco. Em jeito de homenagem, Daniel Oliveira, anunciou que a SIC ia passar o Alta Definição depois do Jornal da Noite.
Na entrevista, que teve lugar em 2018, o apresentador começou por recordar o afastamento da CMTV, quando conduzia as manhãs do canal de cabo ao lado de Maya.”A minha inocência foi toda de uma vez, infelizmente. Foi de uma brutalidade que eu não estava à espera, de uma injustiça atroz”, começou por explicar. O ex-apresentador disse que foi uma opção pessoal conduzir formatos televisivos acompanhado.
“Sempre fui buscar pares, por opção minha, muitas vezes convencendo direções que fazia mais sentido. Com isso perdi dinheiro, e nao me arrependo de nada disso. Dei mãos e braços a colegas que depois cagaram para mim. E isso é uma mágoa que eu tenho. Não acho justo, nao acho correto”, confessou.
Os motivos da saída de Nuno Graciano nunca são explicados mas, a Daniel Oliveira, o ex-apresentador referiu, em vários momentos, estar magoado. “Fui muito massacrado, ultimamente. Fizeram-me mal. Machucaram-me, achincalharam-me… tentaram-me destruir. Porquê? Não sei, acho que nunca saberei, mas tentaram-me destruir. E eu tive que me reinventar.”
Nuno Graciano reconheceu que, depois de ter sido afastado do pequeno ecrã, passou “muitas noites a chorar, no sofá de casa”. “Pela injustiça, por gajos que são sanguinários, que fazem mal às pessoas, por capricho, por poder”.
“Tive ajuda financeira de amigos meus”
Tio Careca, a marca de produtos regionais que lançou depois de ter ficado desempregado, foi a solução que encontrou para continuar a sustentar a família. Pai de quatro filhos, Nuno Graciano explicou que estava determinado a não baixar os braços. “Podia ter ficado em casa, numa cadeira à espera, mas eu disse ‘não me vão destruir’. Eu tenho responsabilidades, tenho quatro filhos fantásticos que tenho de criar e a quem tenho de dar o exemplo”, contou.
A transição de estrela de TV para empresário – admite – foi dolorosa. “Os meus filhos viram-me passar de apresentador de tv para andar a carregar caixas de queijo no meu carro. Os meus filhos não acreditaram, pensavam que era uma brincadeira. nao era, era a minha forma de ganhar dinheiro”. Nuno Graciano admitiu também que chegou a ter de recorrer ao auxílio de pessoas próximas. “Tive ajuda financeira de amigos meus”.
As saudades da TV
Em 2018, Graciano comemorava 25 anos de carreira televisiva. Um percurso que começou na TVI e passou pela SIC até, em 2013, à mudança para a CMTV. “Tenho algumas saudades de alguns colegas nossos. tenho saudades do feedback. Fui outro dia ao programa da Fátima Lopes e, desde que saí do estúdio até que cheguei a casa fui a chorar copiosamente. E eu nem sabia pq é que estava a chorar. Depois percebi ‘estou a chorar com saudades'”, explicou.
Texto: Tomás Cascão com Redação Nova Gente; Fotos: Arquivo Impala
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