Noémia Costa esteve este sábado, 9 de novembro, no programa Alta Definição, à conversa com Daniel Oliveira. A atriz, de 55 anos, deu uma entrevista intimista, marcada por revelações surpreendentes do foco pessoal relacionadas com o pai, que morreu em 2016; da paragem cardíaca da mãe aos 90 anos; da filha Joana, «o seu maior tesouro»; e ainda do ex-marido, Licínio França, também ele ator.
Noémia Costa foi casada com Licínio França. Um amor que durou mais de 20 anos e do qual nasceu Joana França. O casal separou-se em 2004 mas os motivos que originaram a ruptura nunca foram revelados até então. Pela primeira vez, Noémia Costa desvendou a principal razão que fez com que colocasse um ponto final na relação com o pai da sua filha.
Noémia Costa sofreu de agressões físicas e verbais por parte do ex-marido
«Ninguém quer que uma relação falhe principalmente 22 anos depois. Mas não devia ter deixado que a relação se estendesse mais. Poupava a Joana de ter visto certas coisas que, infelizmente, acabou por ver. A Joana é fruto de um grande amor. Eu estou sozinha há 14 anos. Aprendi a não cometer os mesmos erros se aparecer outra pessoa. A não permitir… Aprendi a ganhar respeito por mim. As agressões físicas e verbais são sempre dolorosas.»
Perante a afirmação, Daniel Oliveira questionou: «Sofreu ambas?». «Sim, infelizmente. Embora tenha o maior respeito por ele. É o pai da minha filha. Olho para a Joana e jamais me poderia esquecer dele. A Joana viu algumas dessas agressões…», confessou para depois continuar: «Guardo coisas boas da nossa relação porque elas também existiram mas foi o ‘já não dá mais’, ‘o acabou’».
A morte do pai e a paragem cardíaca da mãe
Noémia recordou o passado e algumas das vivências com pais, ainda ela era uma criança. Momentos felizes que não esquece e que ficarão para sempre marcados na sua memória. Desde pequena aprendeu, por parte da mãe, a não chorar. A ser forte e a guardar as lágrimas para si. Mas há um momento em que tudo desaba com a morte do pai. «A minha mãe dizia: ‘nunca chores à frente de ninguém. Quando precisares chorar vem ter com a mãe.»
Em conversa com Daniel Oliveira, Noémia voltou atrás no tempo e reviveu o dia em que soube que o pai morreu. Uma notícia devastadora que tinha de dar à progenitora que estava ao seu cuidado em casa.
«Ele partiu em paz e sabe que eu fiz tudo aquilo que podia ter feito. Foi para o hospital e liguei ao Luís [o seu irmão] para ir para lá. Mais tarde, ele liga-me a diz-me ‘não resistiu’. Apetecia-me, sei lá, desatar aos gritos e não podia fazer isso tinha a minha mãe a dormir».
«Gritaste por dentro?», voltou a intervir Daniel Oliveira. «Sim, teve de ser. A minha mãe é muito atenta apesar da idade… sentiu algo e chamou-me. Tentei evitar ao máximo para lhe dar a noticia. Depois disse-lhe.», desvendou, confessando ainda que ainda não fez o luto do pai.
«Não fiz [o luto]. A vida não me permitiu que eu fizesse o luto. Tenho andado a tentar evitar ao máximo mas sei que mais cedo ou mais tarde terei de fazer. Tenho uma saudade imensa dele. Todos os dias me lembro dele. Todos os dias vou a janela vejo uma estrela a brilhar e eu sei que é ele, ou pelo menos, me conforta. Acredito que a morte não é o fim.»
A mãe tem actualmente 94 anos, ainda assim, Noémia admite já ter vivido um grande susto, ainda o pai era vivo.
«Ela sofreu uma paragem cardíaca em minha casa. Estava a dar insulina ao meu pai… ela pegou no andarilho e foi para sala… e de repente deixei de ouvir. Estava sobre o andarilho com convulsões. Só ouvia na minha cabeça: ‘bate no peito’ e de repente ela volta. Não era a hora dela. A cardiologia disse que não devia ter feito isso. Que a devia ter deixado ir. Estava por dias, por horas.. o que é certo é que já passaram 4 anos que ela está cá.»
Texto: Márcia Alves; Fotos: Arquivo Impala e Redes Sociais
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