Olha para si própria há 20 anos, com a ternura de quem amadureceu com as vivências que o tempo proporciona. Agora, aos 38 anos, Carla Salgueiro gostava de fazer mais cinema e de conseguir expressar a sua criatividade. Ainda lhe resta muito para concretizar, mas sente que tem muito tempo pela frente, para continuar a aprender, para viver uma relação que a preencha ou para ser mãe.
VIP – Como está a correr o 'Feitos ao Bife'?
Carla Salgueiro – Está a ser uma experiência muito interessante e muito exigente. Somos postos à prova semanalmente, em direto e com pouco tempo de ensaios.
Mas é uma experiência positiva?
Muito positiva! Estou a ter oportunidade de fazer registos que nunca fiz antes, como interpretar, dançar e cantar ao mesmo tempo. Quando aceitei o desafio, senti algum receio. Preocupava-me, sobretudo, ter de improvisar a partir de uma situação que seria desconhecida, até entrar no ar. Entretanto, já passei por essa prova e confesso que foi uma das que me deu mais prazer. Pesquisei, vi o trabalho de outros colegas e percebi que a fórmula passa, sobretudo, por reagir às situações como as crianças, quando brincam e se predispõem a criar a sua história a partir do ambiente que as rodeia, quase sem filtro. Tem sido uma espécie de laboratório de pesquisa. Em cada programa sinto que estou a aprender alguma coisa.
O que gostou mais de fazer?
É difícil dizer porque todas as provas têm sido muito exigentes e, ao mesmo tempo, muito divertidas. Gostei muito do improviso, da cena musical da Bette Midler e da dança interpretativa.
E o 'Sinais de Vida', foi um projeto que lhe deu prazer?
Foi uma série feita em pouco tempo, mas, ainda assim, bem conseguida. Foi muito importante a sintonia entre o elenco e toda a restante equipa.
Gosta da sua personagem?
Muito. É uma mulher muito forte e determinada, pouco convencional na sua forma de estar na vida e, consequentemente, interessante de interpretar. Tem mais alguns projetos profissionais em perspetiva? Para já, estou concentrada no Feitos ao Bife. Em agosto vou aproveitar para tirar férias e, em setembro, espero já estar envolvida noutro projeto. Mas nada em concreto, para já.
Como vão ser as suas férias?
Vou passar algum tempo no Algarve. Como estou com saudades da terra da minha mãe, também espero passar uns dias na Beira Baixa. E quero aproveitar Lisboa. Adoro Lisboa, em agosto.
Trabalha há quase 20 anos em televisão, acha que o mercado mudou muito?
Mudou e não necessariamente para melhor. Como consequência da crise, produz-se menos, mas há muitos mais atores do que há 20 anos, tra-balha-se mais e em menos tempo. Os cachets baixaram e o nosso governo não nos dá direitos nenhuns, seja na maternidade ou na doença. Porém, em contrapartida, exige de nós o mesmo que exige a quem trabalha por conta de outrem.
Há dez anos estava a apresentar o Curto Circuito. Gosta da apresentação ou é na representação que se sente “em casa”?
São registos completamente diferentes, é difícil comparar. Confesso que já tenho saudades da apresentação, mas é na representação que me sinto mais realizada.
Gostava de fazer mais cinema?
Claro que sim e espero que venha a acontecer em breve. Já fiz algumas coisas, mas ultimamente não tem acontecido. Não temos uma indústria tão vasta quanto isso…
Há relativamente pouco tempo foi estudar para Espanha, apesar de ter já uma carreira consolidada. Sente essa necessidade de aprendizagem constante, de se reinventar?
Uma das mais-valias da minha profissão é podermos crescer, também através da própria experiência de vida, e eu tenho essa necessidade de crescer, seja a ler um livro ou a tirar um pequeno curso. Tento fazer isso, nomeadamente quando estou entre trabalhos.
Tem vários hobbies, como a restauração de móveis, a dança e até o croché. São formas de relaxar a mente?
Pintar também! Mas todos esses hobbies têm uma vertente criativa fortíssima! Portanto, mais do que hobbies, são uma forma de expressão. É outra forma de me expressar, que me dá muito prazer e me permite descontrair. Tenho uma necessidade constante de expressar a minha criatividade.
O que é um dia ideal para si?
Depende. Gosto de praia, de campo, de estar com quem gosto, de namorar, de passear, de ver filmes, de dançar, de petiscar… Depende do dia, depende do que a alma pede…
Aproxima-se dos 40, a idade assusta-a?
Estou a gostar muito desta fase, sinto-me mais madura. Tenho mais noção do que quero para mim e, consequentemente, questiono-me em relação ao que devo e posso semear hoje, para poder “colher” amanhã. Mas são questões mais relacionadas com o que quero projetar para o meu futuro, que não têm tanto a ver com a idade, mas sim com a minha forma de estar na vida.
Diz-se que os 40 são o auge da vida para as mulheres. Tem essa sensação?
Ainda não cheguei lá, portanto, não sei. Mas naturalmente, ao longo dos anos, tenho sentido que a vida nos dá outra forma de estar, mais segurança. Pelo menos comigo tem acontecido isso e cada vez me sinto melhor comigo mesma. Não sei se terá propriamente a ver com a idade, se não terá mais a ver com as vivências, com a maturidade e com a experiência de vida.
É uma mulher diferente da Carla Salgueiro quanto tinha 20 anos?
Sim, gosto da mulher que sou hoje em dia. Olho para a Carla com 20 anos e quase sinto uma ternura, de olhar a esta distância. A essência mantém– se, sou a mesma pessoa, mas muito mais enriquecida, mais segura, com mais noção do que não quero para a minha vida, do que gostaria de projetar para o futuro.
E o que projeta para o futuro?
Há coisas que são muito minhas e que prefiro pôr em prática para depois poder dizer que fiz. Gostava de continuar a trabalhar e de ter oportunidades para mostrar coisas que ainda não fiz. A nível pessoal, também ainda tenho tudo para viver. Sinto que ainda tenho muito para viver e muito para fazer.
E sente que as coisas estão bem encaminhadas?
Eu acho que toda a gente tem as suas dúvidas existenciais, o que é bom, porque senão acabamos por estagnar. Mas sinto que estou no bom caminho.
Como se imagina daqui 20 anos?
Prefiro tentar adivinhar o Euromilhões. As hipóteses de acertar são semelhantes e sempre posso ganhar alguma coisa, num espaço mais curto de tempo. Ou não…
Mas, em termos pessoais, imagina-se casada ou gosta demasiado de independência?
Sou romântica por natureza. Acho que pelo facto de estar se casada não tem de se perder a independência, como ser individual. Acredito que é importante preservar isso. Ainda não aconteceu, mas acho que o ideal é viver uma relação em sintonia, independentemente de assinar um papel ou não. Eu sinto que já vivi isso, portanto, não tenho a pressão do papel, embora ache a ideia romântica e, por isso, não digo que não vá acontecer um dia…
Já teve algumas relações. Ainda não encontrou a sua “alma gémea” ou acha que o príncipe encantado só existe nos contos de fadas?
Acredito que a vida tem sempre a capacidade de nos surpreender.
Mas, pelo que diz, para si a vida faz sentido a dois?
Faz sentido a dois com a pessoa certa, mas também não sou o tipo de pessoa que não consegue estar sozinha. Há pessoas que preferem estar acompanhadas mesmo que essa relação não as preencha. Eu não tenho esse tipo de receio, de estar sozinha. Mas é muito gratificante estar com alguém que nos acompanhe… gosto dessa ideia.
E tem alguém, neste momento? Conheceu alguém que a preencha? Foi vista recentemente com uma companhia masculina…
No coments… Eu não costumo responder a essas perguntas.
Sente o apelo da maternidade, gostava de ser mãe?
Claro que sim.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Manuel Medeiro, Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybeline e L’Oréal Professionnel
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