Nélson Rosado
«Se tivesse de escolher entre a carreira e o irmão, escolheria sempre o Sérgio»

Nacional

Nelson Rosado contou tudo a Daniel Oliveira, na tarde deste sábado, no Alta Definição, na SIC

Sáb, 30/11/2019 - 17:30

Nelson Rosado esteve este sábado, 30 de novembro, à conversa com Daniel Oliveira, no programa Alta Definição, na SIC. Numa altura em que os Anjos comemoram 20 anos de carreira, o cantor recordou o passado, falou da relação especial com o irmão Sérgio, e emocionou-se ao falar da mulher, Sílvia, e dos dois filhos, Kelly e Kevin.

A conversa começou com um regresso a 1988, quando os dois irmãos se juntaram para cantar. Foram escolhidos para integrar a banda Sétimo Céu, mas acabaram por sair ao fim de ano e meio. «Não saímos por não gostar do projeto, mas não concordávamos com algumas coisas que eram decididas acima…», explicou.

Esse ‘bater com a porta’ deu início aos Anjos. «Não fazíamos ideia do que aí vinha», afirmou, recordando os primeiros tempos da dupla como uma verdadeira loucura. «Foi difícil resistir à ‘marialvice’ típica dos músicos. Foi um bocado tentador, e namorei o que tinha de namorar», lembra, divertido, relatando ainda um episódio insólito pelo qual passou: «Uma vez, em 1999, entrei num quarto de hotel e tinha uma rapariga lá dentro».

O cantor reconhece que nem sempre foi fácil manter os pés no chão. «A droga era moda, na altura, e nós tínhamos acesso a ela facilmente. Mas sempre lidámos com isso de forma muito positiva», diz, reconhecendo o papel fundamental que a mãe teve na sua vida: «A nossa vida, fora da escola, era muito preenchida com futebol, kataré, música, etc. Isso fazia com que nós não tivéssemos tempo para brincar na rua. E quando íamos, a minha mãe estava sempre a controlar na janela. Nós não podíamos sair da praceta e, quando saíamos, levávamos! Ainda levei umas palmadas, mas isso ajudou-me a crescer».

«É uma mulher intelectualmente muito à frente»

Quem também ajudou Nelson Rosado a crescer foi Sílvia, com quem casou em 2004. «Ela trouxe-me paz. É uma mulher intelectualmente muito à frente, desafiante e que me estimula», começou por dizer sobre a mulher. «A Sílvia conseguiu trazer-me um lado melhor que eu desconhecia. Fez-me muito bem. Quando estou a voar demasiado, ela puxa-me».

E o cantor enaltece também as qualidades que Sílvia tem como mãe e que ajudam os filhos a superar as longas ausências do pai devido à profissão. «Quando não estou em casa, eles não exigem que eu esteja. A Sílvia é uma grande mulher, sempre os protegeu nesse sentido», afirmou, contando, emocionado, uma frase da filha que lhe deixou marcas: «Um dia, a Kelly, era ainda pequenina, disse-me ‘já te vais embora outra vez, papá?’. Aquilo dá-te um coice dos fortes…»

Nesta entrevista a Daniel Oliveira, Nelson falou ainda da relação especial que tem com o irmão, Sérgio, e do pacto que fizeram quando estavam no início de carreira: «Independentemente do que acontecesse, nós tínhamos de nos divertir e nada poderia por em risco a nossa ligação como irmãos. Se tivesse de escolher entre a carreira e o irmão, escolheria sempre o Sérgio».

O momento mais marcante durante um concerto

Nelson recordou ainda um dos momentos mais emocionantes do último concerto, no Campo Pequeno, que marcou os 20 anos dos Anjos. Na plateia estava uma mulher, recentemente operada a um cancro da mama, que pediu ao médico para adiar o tratamento de quimioterapia para poder ir ao espetáculo.

Sem conseguir conter as lágrimas, Nelson falou também da morte de uma criança que conhecia vítima de uma doença oncológica. «O pai é meu amigo de infância. A criança cresceu conosco. Há coisas que não se conseguem explicar… Por muito que queiramos passar uma mensagem de força, não consegues».

 

Texto: Patrícia Correia Branco, Fotos: Impala e Redes Sociais 

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