Alda Gomes
“Não vou mentir, é difícil ser sexy”

Famosos

Ultrapassado um período sem trabalho e o fim do namoro com Tiago Ribeiro, Alda Gomes regressa em grande à TV

Qui, 02/05/2013 - 23:00

Foram dois anos sem trabalho e um ano de namoro com Tiago Ribeiro, irmão de Nuno Gomes, que chegou ao fim. Tudo ao mesmo tempo. Motivos suficientes para que Alda Gomes, de 34 anos, tivesse passado um período mais conturbado. Mas como “depois da tempestade vem sempre a bonança”, a atriz deu a volta por cima e assegura estar a viver uma das fases mais felizes e tranquilas de sempre. A VIP esteve à conversa com a intérprete da Vera, de Destinos Cruzados, da TVI, e descobriu os sonhos e ambições da atriz, que acima de tudo não vai deixar de acreditar no amor.

VIP – Fale-nos um bocadinho da sua Vera.
Alda Gomes – A Vera é uma personagem interessante. É muito fiel, muito dedicada, mas se a enganarem ela pode tornar-se uma pessoa muito perigosa.

Está a gostar da experiência?
Sim.

Já estava afastada das novelas há algum tempo. Como é que recebeu este convite?
Foi como se tivesse feito há pouquíssimo tempo outro projeto. Não houve aquele momento de êxtase, nem de histeria. Foi uma reação mais fria da minha parte. Acho que estou mais ponderada do que era antes.

Talvez por ter a certeza que voltar a representar era apenas uma questão de tempo?
Se não acreditasse nisso não estava aqui. A verdade é que tinha muita fé que isto fosse acontecer. E o convite surgiu numa fase ótima, O ano tinha acabado de entrar, eu tinha acabado de fazer anos. Assumi como se fosse uma prenda de anos e um novo recomeço na minha vida. Sinto que me estou a reencontrar também nesta novela.

A Vera tem alguma coisa a ver consigo?
Identifico-me com ela na simpatia, dedicação e lealdade. Depois ela tem um lado muito sedutor que eu tento esconder um bocadinho. Eu construo uma capa de timidez que às vezes até pode levar a que pensem que eu sou antipática. Ela assume mais isso com a roupa e com os penteados. Eu sou mais resguardada.

Resguarda-se porquê?
Porque naturalmente sou uma pessoa mais reservada.

É difícil ser uma mulher sexy?
É, não vou mentir. É muito difícil. Temos muitas mulheres bonitas e temos mulheres que não sendo muito bonitas são muito interessantes e têm um ar e uma presença que chama a atenção. Eu sinto que tenho de encontrar o meu lugar no meio dessas mulheres. E isso é complicado.

Como é que faz isso?
Tento cuidar de mim, da minha imagem – porque é isso que me dá trabalho – e acompanhar as tendências.

Sim, mas a Alda regressou mais bonita à televisão, perdeu peso… Qual é o segredo?
Ginásio (risos). Não, mentira, não faço nada! Tenho tido mais cuidado com a alimentação. E depois estou feliz, estou bem comigo.

Feliz por dentro, bonita por fora?
Acho que sim. Quando nos sentimos bem, quando estamos bem connosco qualquer pessoa que esteja ao pé de nós também está bem, está tranquilo. Não vale a pena estarmos sempre maldispostos e negativos. Estar bem connosco próprios devia ser sempre o nosso maior objetivo.

Isso não é fácil…
Nada fácil. Mas tem de partir de nós. Eu não podia estar melhor agora!

Alcançou essa felicidade depois de um período mais conturbado em que terminou a relação de um ano com Tiago Ribeiro?
Eu tive de ver as coisas pelo lado positivo. O fim teve de acontecer e eu tive de assumir o fim da relação. Depois foi voltar a viver de forma normal.

Quando vivia a relação com o Tiago, a Alda dizia que queria casar e ter filhos, mas que estava a adiar o sonho por causa da profissão. E agora?
Agora adio porque não tenho uma relação (risos). Não vale a pena andar a correr atrás dos sonhos desalmadamente só para os realizar. Também não era isso que eu andava a fazer. Eu quero ser mãe, quero ter dois ou três filhos, claro. São coisas que irão acontecer a seu tempo.

Continua a acreditar no amor?
Eu não paro muito para analisar essas questões, mas acredito que continuo a acreditar no amor. Sou sempre a última a desistir, porque acredito sempre no amor. Tem de acontecer um tsunami, tem de acontecer alguma coisa muito forte para eu desistir do amor, para desistir de uma relação.

Pelo que eu percebi é assim em tudo na vida. Até no início de carreira altura em que teve de lutar contra a família?
Eles não apoiavam. Eles achavam graça à ideia de eu querer ser atriz, mas não apoiavam eu querer de facto fazer carreira na representação. Ainda hoje, esta novela estreou, eu disse que ia aparecer, e não recebi nem uma mensagem. O feedback foi zero. Eu é que tive de telefonar para perguntar se tinham visto e o que tinham achado.

O que é que eles queriam que a Alda fosse?
Sei lá! Contabilista, advogada… Uma coisa que estivesse mais perto deles. Uma coisa que não os preocupasse. Porque eles têm sempre receio de como é que eu vou reagir se tiver trabalho, se não tiver trabalho, se os projetos correm bem, se correm mal. Mas apesar disso é a minha família e é deles que eu quero sempre ouvir uma crítica ao meu trabalho.

Nota-se pela forma como fala que continua a vibrar muito com a profissão que escolheu.
Sim, pareço uma miúda, eu sei (risos). Sinto­–me tão privilegiada por fazer o que mais gosto, seja no formato de novela, teatro – o que for! – que fico muito feliz.

Talvez por não ter sido fácil chegar onde chegou hoje?
Sim, mas é avançar as barreiras uma a uma. E isso dá um grande gozo, é fantástico. Tu vais crescendo e olhas para trás e pensas: “Uau! Eu consegui ultrapassar todas as dificuldades.”

Sente-se uma pessoa diferente?
Sinto-me mais madura, mais mulher, estou mais dura, um pouco mais fria, calculista. Não sei se é bom ou mau, mas isto sou eu. Aprendi a dizer não. Aprendi a dizer basta.

Já viveu momentos complicados na televisão, em que teve de dizer basta, ou não?
Devo ser uma pessoa muito ingénua, mas não me lembro de ter assistido a nenhuma situação muito grave, a nada de extraordinário. Acho que sempre tive o meu lugar, mas ambiciono mais.

Qual é o sonho?
Ser uma atriz mais consistente. Estou um bocado farta de ouvir comentários depreciativos em relação à minha pessoa. Como por exemplo, “quem é a Alda Gomes para se queixar de não ter trabalho”. O sonho é ser mais. Agora, desde que tenha trabalho eu vou ser sempre uma pessoa feliz.
Houve uma fase em que efetivamente se queixou de não ter trabalho. Foi um período complicado?
Sim, mas eu não me queixei. Eu afirmei apenas que estava sem trabalho. Constatei um facto. Foi uma fase. Temos de encontrar espaço para toda a gente, há atores parados há mais tempo que eu. Calhou estar parada. Mas psicologicamente estava bem.

Como é que se vê daqui a dez anos?
Com filhos, casada e com muitos trabalhos no meu currículo.

A vida está a correr como imaginou?
Há alturas em que acho que queria mais, outras que é exatamente o que sonhei. Não posso pedir muito mais. Estou feliz como estou.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia; Cabelo e maquilhagem: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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