Morte de Jéssica
Padrasto abandona mãe da menina: “Foram muitas mentiras”

Nacional

Padrasto de Jéssica separa-se da mãe da criança. “Foram muitas mentiras”. Menina de três anos morreu na segunda-feira, vítima de alegados maus-tratos. Suspeitos do crime estão em prisão preventiva

Dom, 26/06/2022 - 11:54

Paulo, o padrasto de Jéssica, separou-se da mãe da criança, por não aguentar as “mentiras”. Em declarações ao Correio da Manhã, aquele que era namorado de Inês até ontem assegura  que a mãe de Jéssica sempre lhe disse que a menina estava numa colónia de férias e que nunca lhe foi dito que Jéssica corria perigo. Diz ainda que não sabia que Inês recorria aos serviços de bruxaria dos suspeitos do crime.

“Estamos separados. Ela já está noutra casa. Honrei a menina. Fiz tudo o que podia, mas chega. Foram muitas mentiras”, declarou à publicação, descrevendo Jéssica como uma “princesa”. “Vai ser feita justiça”, afirmou.

A morte que está a chocar Portugal

Jéssica morreu na segunda-feira na sequência de alegados maus-tratos. A morte da menina, de três anos, está a chocar Portugal. A mãe de Jéssica contou à Polícia Judiciária que tinha uma dívida de menos de 1000 para com Tita. Alegadamente, por serviços de bruxaria.

Os suspeitos – Tita, o marido e a filha – terão retido a criança para exigirem o pagamento da dívida. Jéssica terá sido torturada. Além disso, Tita terá feito vários telefonemas a Inês em que se ouviam os gritos da criança. Seria uma pressão para a mãe pagar o valor em falta, por serviços de um bruxedo de amarração.

Inês terá sido coagida a não procurar ajuda. Temia que o companheiro descobrisse tudo e que a abandonasse.

Jéssica esteve cerca de cinco dias na casa de Ana Cristina (Tita) e Justo, em Setúbal. Quando a mãe a foi buscar, a menina apresentava sinais de maus tratos. Jéssica viria a falecer no hospital depois da mãe chamar o INEM.

A menina tinha sido sinalizada pela Comissão de Proteção de Menores logo no nascimento. O Tribunal de Família e Menores de Setúbal tinha arquivado o processo a 30 de maio.

Tita, Justo e a filha, os três suspeitos da morte da menina de 3 anos, vão aguardar julgamento em prisão preventiva.

Texto: Ricardina Batista; Foto: DR

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