O relatório da autópsia a Jéssica, a menina de três anos que foi morta em Setúbal, mostra que a morte da criança foi provocada por mais de 50 golpes, sofrendo um deslocamento do crânio e lesões internas fatais.
De acordo com o Correio da Manhã, ainda não se sabe se a menor poderia ter sido salva se recebesse assistência médica imediata.
Quanto à suspeita de abusos sexuais levantada pelo diretor da PJ de Setúbal, João Bugia, só os exames complementares permitirão chegar a uma conclusão. Contudo, sabe-se que os hematomas que a criança tinha na zona genital seriam apenas externos e, por isso, podem ter sido apenas provocados por espancamento.
Os exames que ainda estão a ser realizados indicarão também se os anti-histamínicos dados a Jéssica apenas serviriam para abafar os gritos da menina ou se também interferiram com o seu estado de saúde.
A mãe de Jéssica poderá vir a ser constituída arguida neste processo.
A morte que está a chocar Portugal
Jéssica morreu na sequência de alegados maus-tratos. A morte da menina, de três anos, está a chocar Portugal. A mãe de Jéssica contou à Polícia Judiciária que tinha uma dívida de menos de 1000 para com Tita. Alegadamente, por serviços de bruxaria.
Os suspeitos – Tita, o marido e a filha – terão retido a criança para exigirem o pagamento da dívida. Jéssica terá sido torturada. Além disso, Tita terá feito vários telefonemas a Inês em que se ouviam os gritos da criança. Seria uma pressão para a mãe pagar o valor em falta, por serviços de um bruxedo de amarração.
Inês terá sido coagida a não procurar ajuda. Temia que o companheiro descobrisse tudo e que a abandonasse.
Jéssica esteve cerca de cinco dias na casa de Ana Cristina (Tita) e Justo, em Setúbal. Quando a mãe a foi buscar, a menina apresentava sinais de maus tratos. Jéssica viria a falecer no hospital depois da mãe chamar o INEM.
A menina tinha sido sinalizada pela Comissão de Proteção de Menores logo no nascimento. O Tribunal de Família e Menores de Setúbal tinha arquivado o processo a 30 de maio.
Tita, Justo e a filha, os três suspeitos da morte da menina de 3 anos, vão aguardar julgamento em prisão preventiva.
Texto: Maria Constança Castanheira com Ricardina Batista; Foto: DR
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