Mónica Jardim foi a protagonista do programa Conta-me Como És, TVI, na tarde deste sábado, dia 20 de julho, e a conversa ficou marcada pela emoção. A apresentadora, que prefere remeter-se ao silêncio nos momentos mais difíceis, abriu o coração a Fátima Lopes e, em lágrimas, falou sobre as três perdas que a marcam para a vida.
Ao ouvir a mensagem da amiga Maria João Rolo, Mónica ficou logo com as emoções à flor da pele. «Tenho bastante medo de perder a Maria João. Foi a minha madrinha de crisma (…). Foi essencial na minha adolescência. Acrescentou-me muito», começa por explicar.
Foi este o ponto de partida para a apresentadora falar sobre a morte de um dos dois irmãos, David, e a morte de um antigo namorado, Miguel.
«Ela esteve presente numa altura difícil da minha vida, na morte de um namorado e de um irmão. Obviamente que os amigos sabem a importância do silêncio dos momentos de dor, que são muito mais valiosos, do que o barulho daquelas palavras que não fazem sentido», continua.
Com as lágrimas nos olhos, o rosto da TVI confessou que perdeu um dos irmãos mais velhos, vítima de uma doença degenerativa, e um namorado, vítima de um acidente de mota.
«Nunca fui uma pessoa de exteriorizar emoções. Eu gosto de controlar as emoções. E ela acompanhou ali uma fase de duas mortes. A morte de um namorado que eu tive, o Miguel, que morreu de uma forma estúpida. Foi num acidente de mota. E depois uma morte de um irmão que morreu por causa de uma doença degenerativa. Abalou muito a minha família, os meus pais.»
A apresentadora de 43 anos é a mais nova de três irmãos. Foi uma menina muito desejada após a chegada de Luís Filipe e David. O segundo morreu quando a apresentadora tinha 35 anos e já trabalhava em televisão. «O meu irmão faleceu há oito anos», conta.
A história arrepiante do sinal
Anos antes, Mónica Jardim sofreu a perda de Miguel. Tinha 26 anos quando o namorado morreu num trágico acidente de mota. «O Miguel eu tinha 26 anos e a forma abrupta como foi, tomei a situação muito difícil. Ele estava no início da sua carreira, era médico-dentista. Mas era um rapaz que vivia a vida com muita intensidade. E sempre disse que se um dia morrer que fosse de acidente de mota. Deus ouviu-o», explica, com a voz embargada.
É nesta altura que Mónica revela a história arrepiante de um sinal da mão que o namorado tinha e que, meses após a morte, também ela passou a ter.
«O Miguel tinha um sinal na mão. São raras as pessoas. Ele era única pessoa que conheci [que tinha um sinal na palma de mão]. Às vezes eu brincava com ele: ‘Vamos tirar este sinal’. Ele teve o acidente fatídico e, passado uns meses, cresceu-me este sinal na mão. Há algo superior, não sei o que será. É mesmo um sinal de que ele está [comigo]», revela.
«Ainda que o Vasco não esteja, hei de ser sempre a madrinha dele»
A vida de Mónica Jardim está também marcada pela perda de um afilhado, Vasco, que morreu ainda criança. Zoé Ascensão, mãe do menino, deixou-lhe uma mensagem. «Escolhi a Mónica para ser madrinha do Vasco. O pouco tempo que pôde privar com ele fê-lo de forma exemplar», contou.
«A Zoé é a amiga mais antiga que eu tenho. A Zoé passou já tanto na vida dela… Quando uma amiga, que se torna irmã, passa por dores profundas como é perder um filho… A Zoé é uma força da natureza. É impressionante», afirma.
«Perdeu o pai, a mãe teve um problema grave de saúde, perdeu um filho e continua uma rocha. Eu digo-lhe muitas vezes: ‘Às vezes as pedras racham’», continua.
A apresentadora jamais esquecerá o pequeno Vasco. «Ela foi mãe do Martim, o filho mais velho, e depois foi mãe do Vasco, e como melhores amigas que somos, aceitei o convite de ser madrinha do Vasco. Era para mim uma honra. Nós conhecemo-nos desde os 14 anos e acompanhámos tantas fases das nossas vidas. Obrigada ‘sis’. Ainda que o Vasco não esteja, hei de ser sempre a madrinha dele», termina.
Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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