Marta Leite Castro
“A minha filha tornou-se mais menina”, diz MARTA LEITE CASTRO

Famosos

Rendida à filha, Mia, de cinco anos, prepara o regresso dela à escola
O dia em que Mia, de cinco anos, regressa à escola (segunda, dia 6) coincide com aquele em que pode ser vista na primeira produção fotográfica que faz com a mãe, Marta Leite Castro, 31 anos, em exclusivo para a VIP. Numa conversa marcada pela relação entre mãe e filha, a apresentadora fala ainda sobre o seu futuro, onde há espaço para mais filhos.

Dom, 05/09/2010 - 23:00

O dia em que Mia, de cinco anos, regressa à escola (segunda, dia 6) coincide com aquele em que pode ser vista na primeira produção fotográfica que faz com a mãe, Marta Leite Castro, 31 anos, em exclusivo para a VIP. Numa conversa marcada pela relação entre mãe e filha, a apresentadora fala ainda sobre o seu futuro, onde há espaço para mais filhos.

VIP – Que recordações guarda do dia em que a Mia foi para o colégio?
Marta Leite Castro – A primeira vez deu-me uma certa pena por ser muito pequena. Tinha apenas seis meses. Na segunda, com mais de um ano, achei mais engraçado porque notei que reagia de outra forma. Apercebia-se que havia amigos e tudo mais. No último ano foi quando se entusiasmou mais. Agora, está muito contente.


Preparou-se no dia anterior à primeira vez?
Sempre tentei ser prática em relação a esse assunto. Tinha de ir trabalhar e ela tinha de ficar em algum lado. Porque não ficar num local onde estão mais crianças, educadoras e onde não lhe falta nada? Confesso que na primeira vez pensei muito, mas ela adorou.


Gosta de participar na ida às compras do material escolar?
Sim. Costumamos ir só as duas e divertimo-nos muito. Com o passar da idade noto que fica mais confusa (risos). Era mais fácil quando era mais pequena.


Pede-lhe conselhos?
Às vezes. Mas a maior parte das vezes pergunta-me apenas se é giro e se gosto, porque é muito decidida. Aliás, muitas vezes é a Mia que me ajuda com as roupas e outras coisas.


Faz questão de lhe perguntar como foi o dia?
Sim, mas antigamente perguntava-lhe e ela dizia que não se lembrava, para me despachar. Agora, já conta tudo. O curioso é que geralmente só o faz quando a vou buscar à escola. Quando não vou, é mais difícil (risos).


A educação é algo em que pensa muitas vezes?
Sim. Nós somos o que somos pela nossa educação. O que sou é fruto da educação que tive. Fui mãe cedo, aos 25 anos, e como os tempos são outros acho que pensar na educação assusta-me mais do que assustou os meus pais. Temos de preparar os nossos filhos para o futuro e é isso que faço.


A Mia é bem-comportada?
Ela está numa fase de transição. Demonstra o que gosta e o que não gosta e de vez em quando surpreende-me com algo que não estava à espera. Mesmo assim, estou sempre sorridente ao lado dela. Não devia, mas estou. Na escola, o seu comportamento é irrepreensível.


Como reage quando é confrontada com algo que não estava à espera?
Converso com ela. Mas assim que ela faz uma cara engraçada começo a rir. Isto não invalida que não tenha que a repreender. Até o tenho feito mais vezes do que o que pensava ser necessário. Mesmo assim, acho que é normal, pois é uma criança de cinco anos.


Como define a sua relação com a Mia?
Acima de tudo, é uma relação muito intensa e muito próxima. Passamos muitas horas juntas e existe muita cumplicidade entre nós. É uma relação muito física. A Mia agarra-me muito, penso que está a aproveitar a mãe (risos).


O que costumam fazer nos tempos livres?
Gostamos de comer, é o nosso passatempo favorito (risos). Adoramos passear e visitar a família. Este facto não me ajuda nos mimos, pois ela é sempre o centro das atenções (risos). No caso das férias grandes, aproveitamos para dar algum descanso à mente e ao corpo.


A Mia já lhe diz o que quer ser quando crescer?
Sim. A ordem é a seguinte: Cantora, bailarina e mãe.
MIA – Não é para dizer (risos).


Fica surpreendida pelo facto da Mia dizer que quer ser mãe?
Fico surpreendida por ser criança e pensar nisso. Por outro lado, não me surpreende porque ela diz que quer um irmão. Como não lhe dou o irmão, diz que quer ser mãe (risos).


Qual a sua reacção?
Rio-me e digo: “Quem sabe, um dia?” (risos). Passamos por cima do assunto de uma forma saudável, com brincadeira. Se esse dia chegar é porque tinha de ser e não pelo pedido de uma criança. Mesmo assim, acho que é importante que as crianças tenham irmãos e espero que a Mia tenha essa felicidade.


Isso quer dizer que faz parte dos seus planos voltar a ser mãe…
Faz parte dos meus planos ser aquilo que tiver de ser… Claro que, se voltar a ser mãe, gostava de ter mais um filho aos 35 anos e logo outro de seguida. Isto é hipoteticamente falando e as coisas na vida não podem ser assim. Por muitos programas que se façam, não sabemos como estamos daqui a cinco anos. O melhor é não pensar muito nas coisas e deixar fluir. Não fiz planos e fui mãe aos 25 anos.


Como reagiu nessa altura?
Fiquei assustada, mas agora digo: “Ainda bem que fui mãe.”


Porquê?
Pela filha que tenho e pela companheira que é. Além disso, acho que o nascimento da Mia tornou-me mais menina, pois era muito nova, mas tinha um ar de mulher, pesado. Hoje em dia, acho que tenho ar de menina por causa dela. Puxa-me pelo sorriso e para a brincadeira. Estava muito formal e ela alterou isso.


Além dessa mudança, o que mais mudou em si?
Sou muito diferente, apesar de continuar a mesma entusiasta e alegre, com pensamento positivo. Ganhei medos que não tinha e penso muito no tempo que irei durar para estar ao lado dela. Às vezes penso mais nisso do que em viver a minha própria vida. Não quero deixar de viver a minha vida, mas gostava de estar ao lado dela para a apoiar em tudo, ser uma base dela para, a partir daí, a Mia continuar a família dela, que será a minha. Os filhos dela…


Já pensa nisso?
Sim, será giro. Quando eu tiver 45 anos a Mia terá 19. Não é surreal pensar nisso. Posso ser avó aos 49 anos.


Gostava de o ser?
Claro! Ficava mais jovem (risos).


Qual é a primeira memória que tem quando olha para a sua filha?
Recordo-me logo da minha infância. Ela fisicamente é igual ao que eu era em criança: cabelos encaracolados e cara redondinha.


Na personalidade é mais parecida com a mãe ou com o pai?
Ela tem muito do pai, mas é simpática e risonha como a mãe (risos). É muito organizada e perseverante como o pai.


A sua vida profissional permite-lhe ser a mãe que sonhou?
No início não. Agora, sim. Se calhar falhei. Mas se calhar fi-lo para não falhar agora. Tinha um horário muito preenchido. Quando ela tinha sete meses passei uma semana na Córsega. Aos dez meses foi comigo para a Suíça, tudo viagens de trabalho. Hoje posso ter mais calma porque construí algo.


Onde é que falhou?
Falhei como falham todas as mães da época moderna. Falhei naquilo que é normal. Por exemplo, tive seis meses a viver no Porto e a gravar um programa diário e a Mia não esteve sempre comigo. Trabalhei para não perder pitada, mas perde-se um acordar… e senti que falhei. Se me perguntarem se isso tem repercussão nela, acho que não tem nenhuma. Nota-se que é muito feliz.


Fica triste por dizer que falhou?
Não. Deixa-me realista. O que podia fazer? Ficar em casa e deixar de trabalhar? Como é que lhe comprava comida? A vida é o que é.


Actualmente, a resposta a uma proposta profissional depende da Mia?
Penso sempre nela, mas em cada projecto é possível atingir o meio termo. Era para ter gravado um programa em que ficou acordado que passava apenas duas noites fora de casa. Há sempre um equilíbrio e tudo se consegue.


Abdicava da carreira pela sua filha?
Não. Só se precisasse de mim gravemente. Se abdicasse da carreira pela Mia estava a ser injusta com ela. Se não for uma pessoa activa, o que poderei dar à minha filha? Se fosse algo grave, é óbvio que abandonava naquele minuto.


Ela já tem noção do mediatismo da mãe?
Sim, mas para ela é normal. Só não percebi se acha que é só a mãe e mais algumas pessoas que aparecem na televisão ou se pensa que são as mães de todos os amigos.


Como reage quando a vê na televisão ou nas revistas?
“Mamã” (risos). No roupeiro dela tem um recorte meu.


Por outro lado, é fácil mantê-la afastada da sua vida mediática?
Tem sido. Fui a poucos eventos com ela e esta é a primeira vez que fazemos uma produção juntas. Sempre achei que ela merecia escolher. Podem dizer-me que talvez não tenha o discernimento para escolher, mas tem uma vontade. Estamos aqui porque ela quer.


Gostava de fazer algum trabalho com a Mia?
Sim. Imagino-me a fazer coisas que nunca fiz, apesar dos convites. Por exemplo, catálogos de roupa. Não sei se um dia iremos fazer um filme juntas. Se ela quisesse, acho que o pai não lhe negava essa vontade. A mãe tinha de fazer um casting enquanto a filha entrava directamente (risos).


O Leonel Vieira já teve a tentação de escolher a filha para um filme?
Não. Ele, tal como eu, é muito reservado. Mas já lhe disse: “Princesa, um dia que queiras fazer alguma coisa, o papá vai ajudar-te no que for preciso.” O Leonel fala mais na realização, que é a área dele, enquanto eu digo que vai representar com a mãe. Brincamos com isso, mas sem a pressionar. A escolha será dela.


Que balanço faz da sua carreira?
Às vezes sinto que, apesar de já terem passado vários anos, estou no início. Tenho alguns desejos e há imensas coisas que quero fazer. O facto de ter de escolher algo e não querer falhar dá-me a sensação de que estou no início da carreira. Tenho ideias na área de vídeo e representação, tenho continuado a representar e o “Só Visto!” continua a crescer. Quero aprender coisas novas. Não consigo acalmar.


Qual a proposta profissional que seria irrecusável?
Todas aquelas que consigam ser conciliadas com o meu trabalho na televisão. Mesmo assim, não escondo que gostava fazer algo relacionado com a apresentação ou representação, no Brasil. Mas sem ter de abandonar aquilo que faço.


É verdade que disse que preferia ser brasileira?
Nunca falei disso, mas desagrada-me o facto de um jornal ter feito manchete com esse assunto. Muitas pessoas que não me conhecem acham que isso é verdade, porque aquilo foi deturpado. Quando disse que os meus pais vieram embora do Brasil, não percebem que me referia ao facto de a minha mãe ter morrido. Eu queria ser fruto do amor que eles viveram no Brasil. Nunca disse que não queria ser portuguesa. Só eu sei a dor que tenho por não ter a minha mãe.


Consegue ter tempo só para si e faz questão de o ter?
Sim, mas acaba por misturar-se com o tempo em que estou com a Mia. Estamos numa fase em que estamos muito ligadas.

Consegue imaginar o seu futuro daqui a dez anos?
Há uma pergunta que costumo fazer a mim própria: “Onde quero estar daqui a dez anos?” Sem dúvida que quero continuar a ter o tempo que tenho para a minha filha. Quero estar feliz na minha profissão como estou hoje. Quero acumular alguns projectos e sobretudo sentir que continuo plena a desejar essas coisas. Não quero deixar de ter vontade. Não imagino é uma cidade ou um país porque não tenho amarras.


Não há país nem cidade, mas há casamento nessa previsão?
Penso no conceito família, mas não sei se vou casar-me. Na minha educação está presente o casamento e se vier a acontecer gostava que fosse num campo com muito verde. Quero é ser feliz. Doa a quem doer, não tenho complexos nem preconceitos de ser aquilo que sou e de seguir o que o meu coração diz.


É feliz e tem a vida com que sempre sonhou?
Sou feliz, mas não acho que a felicidade seja uma constante diária. Sou feliz em momentos diários, mas não durante todas as horas, até porque sou muito exigente e perfeccionista. Isto não me permite estar sempre feliz, mas sou muito animada, alegre e gosto de celebrar a vida. Mas faço-o sempre com realismo e mantendo os pés no chão. Em relação à vida, tenho aquela com que sonhei no caminho que escolhi.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Marco António; Maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L´Oréal Professionel; Agradecimentos: Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho; El Corte Inglés; Gant, Bubbles Company; GSI; Aldo e Veste Couture

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