Martim Sousa Tavares, filho de Miguel Sousa Tavares, recorda episódio que aconteceu quando era criança e diz que foi “assustador”.
Sáb, 04/06/2022 - 11:30
Em 2008, Miguel Sousa Tavares viveu um verdadeiro pesadelo, depois de lhe terem assaltado a casa e roubado o computador pessoal. Agora, numa entrevista ao “Alta Definição”, na SIC, o filho do jornalista, Martim Sousa Tavares, que é também um dos jurados do “Ídolos”, conta pormenores deste episódio “assustador” e revela ainda que o pai foi chantageado.
“Houve uma história fascinante e um bocadinho assustadora. O meu pai devia andar a cascar em alguém, nalgum lobby ou assim, e chegámos a casa, depois de um fim-de-semana fora… A casa tinha uma porta blindada, tinha alarme. O meu pai vai para o segundo andar, que era onde tinha o escritório e o computador portátil dele não estava lá“, começou por contar a Daniel Oliveira.
O filho de Miguel Sousa Tavares continuou: “Tinha sido um trabalho profissional, a PJ [Polícia Judiciária] foi logo claríssima… Isto e uma coisa profissional. E não levaram nada de valor. Podiam ter levado jóias, quadros, objetos… Levaram só o computador, que era a forma que ele tinha de se exprimir. Claro que para ver se ele tinha lá alguma coisa comprometedora, provavelmente para fazer chantagem, mas como metáfora. ‘Nós estamos a pôr-te uma mordaça na boca, estamos-te a tirar o computador. Vê lá se percebes a mensagem’“.
O maestro contou ainda que achou “engraçado o desportivismo” com que Miguel Sousa Tavares encarou tudo o que aconteceu. “Não se assustou minimamente”, disse, acrescentando ainda que, na altura, o jornalista foi chantageado: “Depois, teve a oportunidade de ir reaver o computador roubado. Alguém lhe disse ’se quiseres o teu computador, aparece no sítio tal com 500 euros, à hora tal, queres?’. Ele disse ‘quero’ e trouxe o computador para casa. Se eles devolveram o computador, é porque não tinha lá nada de comprometedor. E sempre achei fascinante a forma como se lidou com uma situação tão grave”.
Nesta mesma entrevista, Martim Sousa Tavares recordou ainda um acidente de mota que o deixou em muito mau estado. “Há três dias que não existem na minha memória, porque estive nos cuidados intensivos, creio eu que em coma induzido, porque uma senhora que ia a conduzir, num cruzamento, ia a escrever uma mensagem e não me viu a passar a passar à frente dela. Eu tinha prioridade, vinha da direita, e lembro-me daquela fracção de segundo quando percebi que ela não ia travar o carro, que me ia acertar”, contou.
Sobre o dia em que voltou a ter consciência, o jurado do “Ídolos” recordou: “Lembro-me que estavam a fazer-me a barba, duas enfermeiras no hospital. Fui levado para São José, pelo INEM, onde fui operado à perna com dupla fractura exposta. Depois, houve um caso de negligencia médica que fez com que eu ficasse com uma embolia pulmonar e foi aí que eu desliguei. Lembrava-me das coisas até ao Hospital de São José e, de repente, acordo e estou noutra sala, num outro hospital com outra bata, todo entubado e foi assim uma espécie de voltar de um poço, das profundezas”.
O filho de Miguel Sousa Tavares recuperou a mobilidade a 100 por cento e a mota foi para a sucata. “Recebi uma indemnização por danos físicos e morais e agarrei nesse dinheiro e fui comprar outra mota, maior ainda”, disse, bem disposto.
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