A polémica entrevista que Meghan Markle e o príncipe Harry concederam a Oprah Winfrey está nomeada para os Emmys. ‘Oprah With Meghan and Harry: A CBS Primetime Special’ está nomeado na categoria de Série de Não-Ficção ou Especial com Apresentador.
A notícia foi avançada esta terça-feira, 13 de julho, no anúncio da 73ª cerimónia dos Emmys, que está marcada para o dia 19 de setembro, em Los Angeles.
Os pontos altos da entrevistas de Meghan e Harry a Oprah
A primeira grande entrevista de Meghan Markle e o príncipe Harry, concedida a Oprah Winfrey, foi para o ar em março e as declarações do casal deixaram o mundo num verdadeiro alvoroço. A ex-atriz afirmou que chegou a pensar em suicídio e revelou ainda que estava à espera de uma menina, Lilibet Diana, que entretanto já nasceu.
O início da entrevista foi apenas com Meghan. Sobre o momento em que entrou na igreja para se casar com Harry, a americana disse que “foi como ter uma experiência fora do corpo, na qual eu estava presente”. No entanto, revelou também que a cerimónia foi apenas simbólica, já que os dois tinham casado três dias antes e que puderam dizer os votos um ao outro, em particular: “Casámos três dias antes. Ninguém sabia disto, mas chamámos o arcebispo [da Cantuária] e dissemos apenas ‘esta coisa, este espetáculo é para o mundo, mas queremos a nossa união entre nós’”.
Meghan contou também que se sentia muito isolada e que isso a fazia lembrar a princesa Diana. Disse que a família real lhe impôs alguns limites e que deixou até de poder ir almoçar com as amigas. “Não podia sentir-me mais sozinha”, afirmou. “Não me sentia sozinha com ele”, disse sobre Harry, mas sublinhou também que este nem sempre estava presente: “Tinha de trabalhar, tinha de se ausentar. Havia muito pouco que me era permitido fazer e claro que isso gera solidão”. A seguir, Oprah perguntou-lhe se tinha ficado em silêncio ou se a tinham silenciado. “A última”, respondeu.
Ainda sobre a solidão que sentia, Meghan Markle disse que era “insuportável” e que “simplesmente não queria continuar viva”. “Foi um pensamento real e assustador, constante”, afirmou, dizendo que tentou pedir ajuda (psicológica), mas que o seu pedido foi recusado, porque “não seria bom para a instituição”.
A relação com a rainha e o desentendimento com Kate
Meghan Markle confessou nesta entrevista que não sabia muita coisa sobre a família real britânica antes de começar a namorar com Harry. De tal forma que pensava que os membros da família só faziam uma vénia à rainha em público, como “parte da fantochada”, e que, em casa, tal não acontecia.
Ainda assim, teceu rasgados elogios a Isabel II. “A rainha foi sempre maravilhosa. Adorei estar na sua companhia”, disse, acrescentando que esta “foi sempre calorosa, convidativa e muito acolhedora”. A mulher de Harry explicou também que existe uma diferença entre a família real e o que chama de “A Firma”, ou seja, as pessoas e os negócios à volta.
Sobre a polémica com Kate Middleton, Meghan também contou a sua versão da história. Recorde-se que, na altura em que a ex-atriz e Harry se casaram, saíram notícias na imprensa a dar conta de um desentendimento entre as duas, que teria terminado com Kate a chorar, na prova do vestido de noiva. “Ela é boa pessoa”, disse Meghan, explicando, porém, que foi ela que saiu a chorar daquele encontro e que isso foi “um ponto de viragem”.
“Alguns dias antes do casamento, [a Kate] ficou perturbada com os vestidos das meninas das alianças e isso fez-me chorar”, lembrou. “Não houve um confronto e não acho que seja justo para ela entrar em detalhes, porque ela desculpou-se e eu perdoei. O que é difícil de superar é ser responsabilizado por algo que eu não fiz, e isso realmente aconteceu”, afirmou.
Ainda sobre Kate, Oprah perguntou se Meghan acredita que as duas foram tratadas de forma diferente pela imprensa, dando o exemplo dos abacates: há quem diga que é comida saudável, e há quem diga que são a razão de todos os males do planeta. “Pareciam realmente querer uma narrativa de herói e vilão”, admitiu a duquesa.
Archie sem título
Uma das situações que mais magoou Meghan foi a questão do título que iam atribuir ao filho. A ex-atriz contou que, enquanto esteve grávida, houve mudanças das regras para que Archie não recebesse o título de príncipe e que, assim, tivesse menos proteção: “O título mais importante que alguma vez terei é ‘mãe’. Mas a ideia de o nosso filho não estar seguro e também a ideia de o primeiro membro de cor desta família não ser titulado da mesma forma que os outros netos…”. Apesar de não ter a certeza se a cor da pele esteve na base desta decisão, Meghan revelou saber que, para um membro da família – que não identificou – a possibilidade de o menino nascer com a pele mais escura era uma preocupação: “Eram conversas que a família tinha com ele [Harry].”
Neste momento da entrevista, Harry já estava presente e confirmou a situação. “Na altura, foi embaraçoso, fiquei um pouco chocado”, recordou, acrescentando que esta conversa aconteceu “logo no início” da relação.
“Encurralado” e desiludido com o pai
Harry garantiu ainda que nunca mentiu à rainha em relação ao seu desejo de se afastar da Casa real. “Nunca enganei a minha avó, tenho demasiado respeito por ela”, disse, contando que telefonou a Isabel II três vezes antes de anunciar oficialmente a sua decisão. O duque de Sussex diz que também tentou falar com o pai, o príncipe Carlos, mas sem sucesso: “Ele deixou de atender as minhas chamadas.”
Questionado sobre o que o fez tomar esta decisão, Harry explicou que esteve sempre relacionado com o que aconteceu com a sua mãe, a princesa Diana. “A minha maior preocupação era que a história se repetisse. E estava a ver a história a repetir-se”, disse, sublinhando que só o conseguiu fazer com a ajuda da mulher: “Estava encurralado dentro do sistema”.
“O meu pai e o meu irmão estão encurralados. Não podem sair, e eu tenho uma enorme compaixão por isso”, disse ainda, mostrando-se desiludido com o progenitor: “[Sinto-me] dececionado, porque ele já passou por algo semelhante, sabe como é a dor… e o Archie é seu neto”. Já sobre William, o duque de Sussex lembra que os dois passaram por um inferno juntos. “Mas estávamos em caminhos diferentes.”
Texto: Mafalda Mourão com Patrícia Correia Branco
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