Médica afastada das funções
Menina de 12 anos morre após receber alta hospitalar

Nacional

O hospital da CUF, em Almada, abriu um inquérito interno para averiguar a assistência da menina, que acabou por morreu no hospital Garcia de Orta.

Sáb, 04/01/2020 - 20:30

Leonor, de 12 anos, foi atendida por duas vezes no hospital CUF, em Almada, dias antes do natal. Depois de observada, e despistada uma possível infeção urinária, foi medicada para um problema muscular que deveria desaparecer dias depois. A menina teve alta mas logo após, a família da paciente chamou o INEM, que a levou para o Garcia de Orta, onde Leonor acabou por morrer.

Depois de um mau jeito nas costas «a pôr a mochila (que andava sempre extremamente carregada)»,  no dia seguinte Leonor continuava com dores e febre, pelo que a mãe levou-a às urgências da CUF do Monte da Caparica. Depois de vários exames, voltou para casa medicada. As dores persistiram e Leonor voltou à CUF.

«A Leonor entrou cheia de dores, com pulseira laranja (a 2ª mais grave). Fomos atendidas por uma pediatra que nem a camisola lhe mandou tirar. Mandou aplicar-lhe por via intravenosa, a medicação que ela tinha estado a tomar em casa: diazepam, paracetamol e cetorolac. A Leonor adormeceu quando estava a receber o tratamento (estava exausta), mas quando acordou começou novamente a gritar com dores», conta a mãe.

Neste momento, um enfermeiro disse-lhe que a menina não podia gritar e a mãe foi avisada de que tudo se poderia tratar de uma chamada de atenção.

« A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu»

«Suspeitava que a situação fosse uma chamada de atenção porque ela tinha ido a caminhar normalmente para a enfermaria e só quando me viu atrás dela é que tinha começado a gritar. Mandou-me marcar uma consulta com um pedopsiquiatra porque ela estava na adolescência e que só nos conhecia há poucas horas, não sabia os problemas que nós tinhamos.»

Na noite de sábado para domingo, 22 de dezembro, «Leonor não parava com dores, nem sequer com medicação, nem no sofá, nem na cama»: «Tinha 34,7ºC, estava a entrar em hipotermia, quando a fui vestir tinha o corpo com manchas roxas», descreve a mãe. Alexandra, a mãe, acabou por chamar o INEM.

No hospital foram feitos várias análises mas durante o processo a menina teve uma paragem cardíaca e morreu. «Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca. A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu. Os médicos suspeitavam de uma infeção ou de a Leonor estar a perder sangue. Neste momento, aguardamos o resultado da autópsia», conta a mãe no Facebook.

A CUF Almada vai instaurar um inquérito interno e aguardar os resultados da autópsia “para esclarecer de forma profunda e rigorosa todos os acontecimentos” e afastou a médica que deu alta a Leonor.

Texto: Marta Amorim; Foto: D.R.

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