Fátima Lopes recebeu Marisa Cruz no programa A Tarde É Sua, da TVI, desta quarta-feira, dia 15 de janeiro, e a atriz abriu o coração para revelar como conseguiu superar o passado dramático, que a obrigou a tornar-se adulta precocemente.
Numa entrevista dada igualmente à apresentadora da TVI, mas no programa Conta Como És, a ex-manequim, de 45 anos, falou de um passado marcado pela falta de carinho da mãe, que, ao mudar-se para Londres, a deixou a viver sozinha com apenas 17 anos, e pela morte do pai que esteve preso e foi morto a tiro pela polícia brasileira.
«Comecei a viver sozinha com 17 anos. A minha mãe mudou-se para Londres, ela queria que eu fosse com ela e eu não quis», contou na altura, confessando que esta foi a decisão que a deixou «em paz».
«Parece um bocado cruel mas foi como eu me senti… Senti-me em paz. A partir daí, tive de cuidar de mim mas isso era algo que eu já conseguia fazer. Mantínhamos o contacto mas não era algo que me fizesse bem, chocávamos muito…», recordou.
Marisa Cruz recorreu a «uma terapeuta da área da psicologia, das constelações, das vidas passadas»
Hoje, quase 30 anos depois, Marisa Cruz considera-se «uma mulher em paz com o passado», no entanto revela que precisou de recorrer a «uma terapeuta da área da psicologia, das constelações, das vidas passadas», que a ajudasse a ultrapassar certos bloqueios.
Com essa ajuda, a ex-manequim conseguiu trabalhar certos traços comportamentais seus, compreender e aceitar a relação com a mãe e «tudo o que estava para trás que acaba por ter uma carga genética que depois cria bloqueios».
Recorrende à meditação e ao yoga, Marisa conseguiu seguir a sua vida sem a bagagem que não a permitia ser realmente feliz. «Eu sou muito curiosa e acho que nós temos um passado que acaba por nos influenciar e trabalhando isso em mim ajuda-me depois em tudo o resto. Tudo é possível, com trabalho e dedicação. Mas sim, recorri à terapia e continuo a fazer. E meditação e yoga», refere.
«Acho que toda a gente devia ter acesso a um psicólogo»
Para Marisa Cruz a procura de uma ajuda psicológica por parte de todas as pessoas deveria ser algo mais recorrente, não apenas em estados limite.
«Eu acho que toda a gente devia ter acesso a um psicólogo, a uma terapia. Todos nós precisamos de alguma ajuda. Há sempre algo que podemos melhorar um bocadinho em nós», afirma.
Apesar de se confessar em paz no que toca ao passado, a verdade é que a apresentadora de Somos Portugal, da TVI, considera-se «longe de ser a mulher plena» que gostava de ser.
«Eu ainda tenho alguns momentos em que volto um bocado à Marisa insegura. E é tudo um processo, que eu acho que é importante ter e não é de um dia para o outro», confessa.
«Gostava que as pessoas realmente me conhecessem»
As inseguranças de que Marisa Cruz fala acompanharam-na ao longo de toda a vida. Apesar de se considerar uma mulher bonita e de, variadas vezes, receber elogios, a apresentadora refere: «é fácil dizerem “és linda”, mas gostava que as pessoas realmente me conhecessem, para depois dizerem se eu sou bonita ou não, se me acham bonita ou não.»
Quando questionada sobre o porquê de ser mais fácil receber elogios do público feminino do que do masculino, Marisa Cruz falou da crueldade e competitividade que existe entre mulheres.
«Nós somos muito cruéis umas com as outras, muito competitivas, e quando eu vejo uma mulher a apoiar outra ou a ajudar, a elogiar, genuinamente, é maravilhoso porque quer dizer que aquela pessoa está segura de si», explica.
Filho mais novo não conhece a avó materna
Mãe de dois filhos, João, de 14, e Diogo, de 10 anos, fruto da ex-relação da apresentadora com o futebolista João Pinto, Marisa Cruz sempre se confessou um mãe dedicada. Apesar de nem sempre ter tido a presença da progenitora na sua vida, a apresentadora quis sempre cumprir o seu papel de mãe da melhor forma.
Atualmente, Marisa Cruz e a mãe não têm contacto e, por isso, o filho mais novo da apresentadora não conhece a avó materna, embora demonstre curiosidade em conhecê-la.
«Ele, às vezes, pergunta. Independentemente de eu, neste momento, não ter contacto com a minha mãe ele tem o direito de conhecer a avó. E, se um dia se proporcionar, claro que sim que o apresento à avó. Porque acho que ele tem o direito», termina.
Texto: Marisa Simões; Fotos: DR e Reprodução Instagram
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