“Tinha acabado o meu texto às três da manhã, andava com muita coisa, muitas reuniões, e quando chegou ao fim da manhã, quando acabou a primeira parte da conferência, na Assembleia da República, já tinham falado os ministros, os procuradores, eu tinha a minha cabeça a estalar e uma dor do lado esquerdo. Tive medo e fui para o hospital. Fiz os TAC, as ressonâncias magnéticas e o diagnóstico: esgotamento por excesso de trabalho”, recorda à VIP Manuela Eanes, referindo-se a um episódio que aconteceu há dois anos e que referiu durante a apresentação do seu livro. “Tive azar foi no médico, porque ele, como era incompetente, deu-me uns compridos que eu ficava quase a dormir e não é assim que se trata um esgotamento”, adiantou a antiga primeira-dama no final do lançamento do seu livro.
“Todos os dias quando me levanto, palavra de honra, agradeço a Nossa Senhora mais um dia e peço mais um tempinho”, revela a responsável pela criação do Instituto de Apoio à Criança e do qual hoje é presidente honorária.
“Pode muita coisa mudar, mas todos nós temos de partir, só o meu neto é que acha que as pessoas podem durar até aos 100 anos, mas fiz 80”, adianta, lembrando a mensagem de um filme que viu: “Estava uma senhora acamada e o filho que ia visitá-la um dia perguntou-lhe se ela não tinha medo da morte. Sabe o que é que ela respondeu? A morte não a angustiava, apenas a preocupava não ter mais um dia, ou mais uma hora, para fazer, ou ver, mais alguma coisa, ouvir uma palavra amiga, cheirar uma flor ou ver um sorriso de uma criança.”
Texto: Célia Esteves; Fotos: Nuno Moreira
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