Manuel Moreira recorreu às redes sociais, nesta terça-feira, 25 de maio, para denunciar um conjunto de mensagens e vídeos que tem recebido por parte de um grupo de jovens “nas últimas semanas”.
Nas imagens, que o ator expõe sem camuflar a identidade dos mesmos, o grupo não se coíbe de o abordar com diversos insultos. “Paneleiro”; “filho da p***” ou “Manuel Moreira de mer**” são algumas das injúrias proferidas nos vídeos que lhe foram endereçados.
Na legenda que acompanha esta denúncia, Manuel Moreira começa por alertar para a “importância da educação para a não-discriminação”, para o uso da “linguagem usada em casa à frente das crianças e jovens”, “da empatia” e do “combate ao bullying”. O ator, de 38 anos, que viveu a sua adolescência “em constante sobressalto”, enfatiza os perigos maiores que “os jovens de hoje” enfrentam, devido ao bullying que “lhes entra pela casa dentro”, através dos “computadores e telemóveis”.
Veja o vídeo denunciado por Manuel Moreira clicando aqui.
Manuel Moreira: “Tenho felizmente as condições psicológicas para que isto me seja absolutamente indiferente”
O intérprete prossegue na sua reflexão e dá como exemplo o caso que acabar de expôr esta terça-feira e que tem acontecido de forma repetida “sempre” por parte “deste mesmo grupo de jovens rapazes claramente com as hormonas descontroladas”. “Quando se juntam para beber, lembram-se de mim e de me chamar paneleiro e perguntar se quero ‘ver a pi**’ deles. Porque, claro, na cabeça deles a ideia de que um ‘paneleiro’ que não os conhece de lado nenhum tem interesse em lhes ver as pilas que ainda nem devem saber usar, deve fazer imenso sentido”, explana.
Manuel Moreira diz não conhecer a identidade “destes miúdos”, mas “se são crescidinhos para enviar repetidamente mensagens tão corajosas a desconhecidos, são crescidos também para ficarem aqui expostos como exemplo daquilo que não se deve ser nem fazer”, acrescenta.
“Eu tenho quase 40 anos, sou adulto e independente e estou-me nas tintas para quantas vezes me chamam paneleiro. Tenho, felizmente, idade e condições psicológicas e sociais para que isto já me seja absolutamente indiferente. Aproprio-me de todas essas palavras que possam vir com a intenção de insultar e uso a minha bichice com orgulho”, salienta ainda.
Em jeito de conclusão, Manuel Moreira propõe um reflexão para os pais. “Olhem para este vídeo – vocês, os que nunca sofreram de bullying por serem gays, trans [transexuais], gordos, negros, etc – e tentem imaginar o que é ter 12, 14, 16 anos, as idades de todas as dúvidas e receios, e esbarrar com este tipo de energia e este tipo de ataques (que podem descambar também em violência física) a cada esquina da escola, em cada beco, em cada fila para a cantina, em cada paragem de autocarro, ou nas caixas de mensagens do instagram. E imaginem que são os vossos filhos a passar por isso. E lembrem-se disso de cada vez que tiverem preguiça de corrigir os preconceitos dos vossos filhos, dos vossos tios, dos vossos patrões, dos vossos colegas, porque ‘não há paciência para a conversa do ‘bullying’”.
Texto: Alexandre Oliveira Vaz; Fotos: Redes Sociais
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