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MAFALDA ARNAUTH assume que a sua vida de fadista não deixa grande espaço para uma relação

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“Não é nada fácil encontrar alguém”
Longe dos palcos e num ambiente completamente descontraído. Foi desta forma que Mafalda Arnauth, de 35 anos, recebeu a VIP para uma conversa informal onde a fadista revelou um pouco mais de si e falou sobre a mudança de visual e como perdeu 12 quilos.

Sáb, 09/10/2010 - 23:00

Longe dos palcos e num ambiente completamente descontraído. Foi desta forma que Mafalda Arnauth, de 35 anos, recebeu a VIP para uma conversa informal onde a fadista revelou um pouco mais de si e falou sobre a mudança de visual e como perdeu 12 quilos. Houve ainda tempo para falar sobre Fadas, o seu novo disco, que presta uma homenagem a grandes nomes do fado.

VIP – Faz questão de ter alguns dias para "fugir" do mundo do fado?
Mafalda Arnauth –
Se quiser gozar umas férias, tenho de as planear antecipadamente. Mas, às vezes, os planos saem trocados e acabo por respeitar o espontâneo, quando fico com alguns dias livres. Assim que posso, fujo (risos).

Nessas fugas, consegue desligar-se da "fadista"?
As próprias pessoas não me deixam esquecer. Mas, mesmo assim, a minha salvação é conseguir desligar-me por completo.

Comete, de forma inconsciente, alguns pecados que possam prejudicar a sua voz?
Há muito tempo que a minha voz deixou de ser apenas algo que é reproduzido pelas cordas vocais. É um conjunto de coisas, mas também é óbvio que quanto mais cuidado e melindre tiver, mais frágil fica. Habituei a minha voz a ser todo-o-terreno (risos). Se estiver bem fisicamente, a voz estará vibrante. Isto é muito mais importante do que rodear a voz de excessos de cuidado.

O que podem as pessoas esperar do álbum Fadas?
A celebração da magia na minha vida, através do fado, de mulheres que me inspiraram e ensinaram imensamente, como Celeste Rodrigues, Hermínia Silva, Beatriz da Conceição e Amália. Em última análise, é a minha homenagem a todas as almas fadistas que têm feito parte da minha vida.

Há alguma razão especial para editar o primeiro disco de versões nesta fase da carreira?
A razão principal é, talvez, a grande vontade de regressar às origens e ao meu princípio. Saudades de cantar os primeiros temas que me inspiraram e fizeram fadista. E de voltar a aprender com eles, podendo ao mesmo tempo retribuir com algo pessoal e que é fruto dessa herança, mas também do meu cunho e evolução particular.

Porque homenageou apenas o universo feminino?
Partindo de uma homenagem ao universo feminino, este disco tem subjacente todo um outro universo de pessoas, entre os quais muitos músicos, poetas e compositores, intérpretes originais das canções, que também não quero esquecer. Como se por detrás de grandes mulheres estivessem grandes homens (risos). Fadas dirige-se também às almas fadistas, mulheres e homens.

O que a levou a mudar a imagem?
A minha procura eterna de me sentir bem comigo própria e com a forma como me revelo aos outros.

É muito vaidosa?
Sou muito esteta e o meu sentido de beleza implica visualizar uma harmonia entre a minha forma de sentir e de estar, que não estava a conseguir alcançar. E dediquei-me, finalmente, a equilibrar essas duas partes.

Era capaz de se socorrer das operações plásticas para atrasar ao máximo o envelhecimento?
Felizmente, existem outras alternativas, pois não me revejo numa transformação radical. Recebi um convite da Policlínica de Cantanhede e com a ajuda de um aparelho (UltraShape) e de um acompanhamento nutricional, consegui resultados que implicam dedicação e compromisso, pois não são tão imediatos nem drásticos, mas que me garantem maior segurança e capacidade de manutenção. E esse é o meu ideal de compromisso com a imagem e com a beleza.

Nunca escondeu o desejo de ser mãe. Vai adiar este sonho muito mais tempo?
Sinto-me sempre a cumprir uma parte privilegiada na minha vida, com o dom de cantar e comunicar, que me exige dedicação e entrega, e não consigo sentir que isso me esteja a privar de outra vida de sonho. Agradeço a vida real que me cabe e se nela surgir a maternidade, vou abraçá-la com a mesma dedicação.

A carreira permite-lhe ser a mãe que idealizou, ou, quando decidir ser mãe, terá de abrandar o ritmo profissional?
A minha natureza diz-me que, se tal acontecer, vou desejar viver plenamente o momento, sendo que vou ter de fazer escolhas e mudanças. O mais interessante é que a vida é feita desses diferentes momentos, onde, na altura certa, há espaço para tudo. Mas é algo de que só posso falar quando essa realidade se verificar, pois tenho aprendido que, a maior parte das vezes, a vida não é exactamente como planeamos.

É fácil encontrar alguém que partilhe a sua vida sentimental compreendendo aquilo que a sua profissão implica?
Não é mesmo nada fácil. Mas tenho a certeza que tudo o que surge na minha vida tem um sentido e implica uma aprendizagem e é com essa convicção que vivo, principalmente na área sentimental. E sonho que um dia a recompensa dessa disponibilidade para aprender e evoluir vai-
-me trazer um companheiro tão disponível para esse caminho quanto eu e que, acima de tudo, esteja igualmente tão apaixonado pela vida.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Ricardo Sousa Costa 

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