Maddie MacCann teria problemas de expressão. A conclusão terá sido da polícia britânica, diz Gonçalo Amaral, que foi responsável pela condução das investigações sobre o desaparecimento da menina inglesa, em maio de 2007, na Praia da Luz, no Algarve.
A um jornal diário, o ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ) garante que as autoridades britânicas perceberam que Maddie, que nessa altura tinha quatro anos, essas dificuldades depois de questionarem a mãe, Kate McCann. “A polícia britânica tinha uma base de dados para crianças dessa faixa etária, que tinha a ver com a forma como elas se referiam a determinado objeto. Fizeram perguntas à mãe e ela referiu, por exemplo, como é que a menina dizia ‘cadeira’, ‘fazer xixi’, e concluíram, pelas frases que a mãe dizia, que havIa ali qualquer problema com Maddie”, explicou Gonçalo Amaral ao Correio da Manhã.
O antigo coordenador admitiu ainda que a PJ portuguesa falhou quando tentou falar com o alemão Christian Brueckner, na altura do desaparecimento de Maddie. “Um colega foi lá bater à porta, ninguém abriu. Ele fez um relatório a dizer que ele não estava”, adianta Gonçalo Amaral, assumindo que a não instência na tentativa de contacto com o suspeito de pedofilia foi um erro. “Há vários erros, mas esse é um erro”, confessa.
Gonçalo Amaral diz que sequestro foi “simulado” pelos pais
Em agosto passado, Gonçalo Amaral tinha apontado novamente para os pais, Kate e Gerry, como sendo os “principais responsáveis” pelo desaparecimento de Maddie e disse que Brueckner nada teve que ver com o caso.
Numa entrevista dada ao jornal alemão “Bild”, para um programa especial sobre o caso da menina, o ex-inspetor reiterou que não tem dúvidas de que o rapto da criança “foi simulado” e que há várias provas disso. “Uma janela que ninguém sabia ao certo se estava aberta ou fechada, apenas fomos informados de que o suposto raptor entrou e saiu por lá, e também havia impressões digitais da mãe, o que mostra que ela abriu a janela”, disse.
Amaral contou ainda que “o comportamento dos pais era estranho, quase parecia que nada havia acontecido. Eles estavam mais preocupados por não lhes servirem chá do que pelo desaparecimento da filha, quando deveriam estar em estado de choque ou nervosos, mas não havia nervos. Não foi uma reação normal”, descreveu.
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: DR
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