Madalena Aragão publicou esta quarta-feira, dia 20 de janeiro, um vídeo arrepiante, que está a mexer com o coração dos portugueses e a merecer muitas partilhas. A atriz, de 15 anos, viu a avó morrer com covid-19 e desfez-se em lágrimas em frente à câmara enquanto lia um texto arrepiante escrito por si.
Madalena Aragão, que já integrou o elenco de novelas como “Quer o Destino” e “Nazaré”, começou por falar sobre a situação atual em que todos vivemos, devido à covid-19, e mexeu com os sentimentos de qualquer um. “Fiz um texto sobre o que estamos a passar neste momento e queria ler para vocês. O meu nome é Madalena Aragão e decidi hoje falar sobre este tema que nos dá tanta angústia a todos. Começo por vos contar as causas que me empurraram para fazer este vídeo”, disse.
“Morreu sozinha, sem os nossos mimos, sem o nosso toque”
Madalena viu a sua avó morrer devido ao vírus e não esconde toda a tristeza e desespero que sente. “Faz hoje exatamente uma semana. A avó que nem eu, nem as minhas irmãs, a minha mãe, os meus tios, abraçávamos desde março. Mas nós estamos cá todos e podemos chorar no colo uns dos outros. Só que ela morreu sozinha, sem os nossos mimos, sem o nosso toque, sem os nossos beijos, sem as nossas mãos nas mãos dela, sem lhe limparmos as lágrimas do medo e da solidão de estar a morrer sozinha”.
Para além disso, Maria, a irmã mais velha de Madalena, conclui recentemente o curso de medicina e já se encontra a trabalhar num hospital. “Diariamente assistimos à angústia e desespero da minha irmã Maria que, quando vem a casa, conta-nos histórias do senhor Aníbal, ou da dona Amélia, que faleceram porque não conseguiram ser acudidos a tempo. Conta-nos histórias de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar que choram por não conseguirem salvar vidas, que podiam ser salvas até facilmente e que não o são agora, por impossibilidades”.
Veja o vídeo!
“Fiquem em casa, seguros, e utilizem sempre a máscara corretamente”
Lavada em lágrimas, Madalena continua: “Isto está a acontecer. Aqui, nas nossas vidas, no nosso tempo real. Não é um filme, não é uma série, é a nossa realidade”. A atriz assume que, em grande parte, os jovens são “responsáveis pelas transmissões”, por não conseguirem “quebrar cadeias”. “Claramente que, na maior parte das vezes, nem nos apercebemos e achamos que está tudo bem, que está tudo certo”.
“Convido-vos a fazer um exercício comigo. Fechem, por favor, os olhos por um segundo e vejam um avião comercial a despenhar-se à vossa porta, na vossa rua, mesmo em frente à vossa casa. Oiçam os gritos desesperados de quem quer viver e a vida está por um fio, observem que a maioria destes passageiros morre e. os poucos que sobrevivem, têm de ser tratados com muita urgência nos hospitais. Acreditem que isto que está a acontecer são quedas de aviões diárias. Está a cair um grande avião por dia em Portugal”, disse. “Como assim, nós andamos ainda como se nada fosse? Como assim nós andamos em grupos a achar que está tudo bem?”, perguntou, aconselhando os jovens a andarem sempre com máscara, assim que saírem de casa. “Tenham cuidado, por favor, fiquem em casa, seguros, e utilizem sempre a máscara corretamente”, aconselhou.
Texto: Inês Borges; Fotos: DR
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