Na sessão do julgamento de 28 de setembro, Nuno Santos, que na altura em que Leonor Poeiras abandonou a TVI era Diretor de Programas da mesma, explicou que a apresentadora lhe deu “conta que não fazia o ‘Somos Portugal’ no formato normal por questões de saúde”, cita a TV Mais. O convite foi feito em maio de 2020.
“A Leonor não aceitou. Fiquei bastante surpreendido com a recusa porque, naquelas circunstâncias extraordinárias, era um bom convite. Foi um período difícil para a TVI. O mercado publicitário caiu 60 a 70%. Era para ter entrado um acionista que desistiu. Todas as pessoas, sem execeção, viram os seus cachês revistos”, disse o atual Diretor de Informação da TVI e Diretor da CNN Portugal.
A mesma revista adianta que o advogado de Leonor Poeiras quis saber se os vencimentos de Isabel Silva (que na época ainda estava na TVI) e Mónica Jardim também tinham sido revistos. “Não sei”, respondeu Nuno Santos. “A empresa olhava para a Leonor como alguém disponível para trabalhar”, referiu ainda.
No processo que a opõe à TVI, Leonor Poeiras acusa Nuno Santos de a ter humilhado na derradeira conversa que ditou o seu afastamento da TVI.
Ex-marido de Leonor Poeiras depôs em tribunal
O ex-marido de Leonor Poeiras foi uma das testemunhas ouvidas no Tribunal de Cascais. Miguel Braga, que partilhou a vida com a comunicadora entre 2003 e 2011, foi chamado a testemunhar pela defesa da ex-mulher.
O atual responsável pela comunicação do Sporting Clube de Portugal, que também trabalhou na TVI, sublinhou a dedicação da apresentadora ao trabalho e revelou que chegou a haver divergências entre eles devido aos compromissos profissionais da ex-mulher. Um dos exemplos referidos foi a marcação de férias, pois Leonor Poeiras estava sempre dependente de autorização da TVI para escolher os dias de descanso e estes nem sempre coincidiam com as férias do então marido ou filho de ambos, na altura em idade escolar.
Cristina Ferreira arrolada como testemunha
Cristina Ferreira foi arrolada como testemunha por Leonor Poeiras. A diretora de Entretenimento e Ficção da TVI tentou ser dispensada, mas o pedido foi negado.
Cristina Ferreira prestou depoimento no Tribunal de Cascais no dia 8 de setembro, precisamente um dia antes de completar 45 anos. No dia anterior, tinha enviado um requerimento à juíza, pedido para ser dispensada, alegando conflito de interesses, já que é funcionária e acionista do grupo Media Capital. Antes do início de mais uma sessão do julgamento, o advogado de Leonor Poeiras contestou este pedido e a juíza acabou por deferir o requerimento.
Assim, Cristina Ferreira respondeu a todas as perguntas, mas houve uma delas que teve maior impacto em todos os envolvidos. Quando questionada se um apresentador podia recusar determinado programa e o que aconteceria se isso acontecesse, a diretora disse que sim e sublinhou: “Pode é não existir mais nada a seguir, se recusarmos”. Depois, acrescentou: “Não significa que não nos voltem a convidar, não sabemos é que outro convite pode surgir a seguir”.
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Instagram
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