Julie Sergeant, de 51 anos, marcou presença no programa “Dois às 10” desta quinta-feira, 18 de fevereiro, e recordou a mãe, a atriz Guida Maria, que morreu no início de 2018, vítima de uma doença oncológica.
“A idade custa-te?”, pergunta Cláudio Ramos. “Não, estou bem resolvida. O que me custa mais é saber que a morte é inevitável. É uma coisa que até aos 40 e poucos não me apercebi. De repente, a minha mãe adoeceu e em seis meses foi-se. Sem ‘ai nem ui’. Nesse dia percebi que o carrossel não dá assim tantas voltinhas. E isso custa-me porque tenho uma filha, porque queria cá ficar a vê-la crescer e ser avô. Mas é inevitável”, começa por responder a artista.
Emocionada, a atriz revela que a mãe morreu há já “três anos”. “Às vezes passa [rápido] e às vezes não. Às vezes ainda me esqueço, quando estou muito cansada, venho das gravações e penso: ‘Já não falo com a minha mãe há tanto tempo…’ Depois cai-me a ficha e ‘pum’. A sensação de que não se pode, nunca mais, falar e dizer aquilo que se devia ter dito enquanto estava viva, é muito dura”, lamenta.
Julie Sergeant considera que “hoje devia muitas desculpas” à mãe
Julie Sergeant admite que “hoje lhe devia muitas desculpas sobre muita coisa” que a “mãe tinha razão” e ela “não soube ver” e atira: “Tenho tantas saudades dela. Tínhamos duas personalidades muito fortes, chocávamos muito. Tínhamos uma relação de amor-ódio!”.
Guida Maria dormiu na cama da filha nos últimos seis meses de vida. “No fim da vida estivemos muito perto. Mas houve ali um período em que não estivemos assim tão perto e eu hoje arrependo-me muito disso”, conta, com as lágrimas nos olhos.
Julie Sergeant tinha que beijar a mãe na boca em peça de teatro: “Era tudo muito estranho”
Julie Sergeant, que dá vida à divertida Carmo da novela “Bem Me Quer“, da TVI, estreou-se no palco do Teatro Nacional com 18 anos. “Era nessa peça que tinhas que beijar a tua mãe?”, pergunta Maria Botelho Moniz.
“Era, não gostei nada disso. Uma coisa é dar um selinho [beijo apressado], também dou beijinhos à minha filha, outra coisa é dar um beijo [longo]”, recorda. “Aquilo era uma coisa estranha. Aquilo era um beijo apaixonado… não se dá um beijo apaixonado a uma mãe, era uma coisa incestuosa. Era tudo muito estranho e eu tinha 18 anos”, remata.
Texto: Ivan Silva; Fotos: redes sociais
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