Jorge Gabriel esteve à conversa com Manuel Luís Goucha a quem abriu o coração para uma conversa intimista. O apresentador da Praça da Alegria, RTP1, recordou o pai e o momento doloroso em que decidiram que tinha de ir para um lar, recordou o início de carreira na RTP e aproveitou para agradecer a Manuel Luís Goucha ter saído da estação pública para a TVI.
“Eu tenho de fazer dois agradecimentos, um é o facto de estar aqui, porque já me tinhas convidado três ou quatro vezes para vir aqui e finalmente acedi e o segundo, muito obrigada porque te foste embora, porque se não vens para aqui eu provavelmente não tinha ido fazer a Praça da Alegria, ainda lá estavas”, brinca Jorge Gabriel arrancando uma gargalhada a Manuel Luís Goucha. “Estou lá há 20 anos que é o tempo da tua vinda para aqui”, sublinha.
Goucha assume ainda que foi ele que sugeriu o nome de Jorge Gabriel para a Praça da Alegria quando passou para a TVI. O apresentador quis saber ainda se apresentar a Praça da Alegria lhe chegava. “É uma grande escola, eu faço mais coisas. Sem nunca me por em bicos de pés ou sem nunca querer ocupar o lugar de ninguém, que é um dos segredos e querer aprender todos os dias. O segredo é não envelhecer, nós envelhecemos a partir do momento em que consideramos que já vivemos tudo. É a curiosidade que alimenta isso, querer saber sempre mais, estar atual, não dar tudo por garantido”, sublinha.
Jorge Gabriel revela um dos momentos mais duros da vida
Jorge Gabriel recordou uma das conversas mais difíceis que teve com o pai e onde foi decidido que este iria para um lar, depois de uma queda em casa, onde vivia sozinho.
“Nó tivemos uma conversa franca, ele estava sentado na cama (…) e eu perguntei ‘o que é que vamos fazer?’. Ele, de lágrimas nos olhos, disse ‘eu não vou para lares, eu não vou aturar velhos'”, partilha o apresentador.
“Eu disse-lhe ‘ou vais viver comigo ou com a Ana, a minha irmã, ou vais procurar alguém da tua família ou procuramos uma solução, tu não podes é continuar sozinho’…”, recordou. Jorge Gabriel revelou que o pai, Albano, “de lágrimas nos olhos” preferiu ir para um lar mas para um sítio onde se sentisse bem.
“Ele disse que tinha de validar o sítio para onde iria e aí eu contei com a ajuda de um jornalista desta casa, que é meu amigo, que me faz chegar à Santa Casa da Misericórdia da Amadora, onde conseguimos colocação e onde ficou muito bem tratado até aos últimos dias da vida dele”. Do pai, o apresentador herdou “o rigor, o estudo e a saciedade”. “Faz-me falta, o meu pai faz-me muita falta”, rematou.
Texto: Ana Lúcia Sousa
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