Johnny Depp venceu o processo de difamação contra a ex-mulher, Amber Heard, depois de nesta quarta-feira, 1 de junho, sete jurados terem decidido a seu favor por unanimidade no tribunal de Fairfax. O júri sentenciou a também atriz por difamação, que terá de pagar 14 milhões de euros por danos.
O veredito do júri foi lido por um oficial de justiça daquele tribunal, que considerou que a também atriz, de 36 anos, proferiu declarações difamatórias para com Johnny Depp. O júri declarou que Amber Heard agiu com “malícia real”, indicando convicção de que a artista fez declarações sabendo que eram falsas. Os advogados estiveram reunidos no tribunal de Fairfax para ouvir a decisão.
Johnny Depp, de 58 anos, não esteve presente da audiência, mas assistiu ao veredicto por videoconferência do Reino Unido. Amber Heard marcou presença na sala do tribunal. O júri deu razão ao ator norte-americano em todas as acusações que fez à ex-mulher, considerando que Johnny Depp provou de forma “clara” e “convincente” que as declarações de Amber Heard, no artigo de opinião que escreveu para o Washington Post, em 2018, no qual se descreveu como sendo “figura pública que representa o abuso doméstico”, eram falsas e escritas com maldade.
As sete pessoas que constituiam o júri deram como provado que Amber Read quis difamar Johnny Depp e prejudicar a sua carreira profissional.
As reações de Amber Read e Johnny Depp
Amber Read já reagiu, através das redes sociais, ao veredicto do julgamento e não escondeu a sua desilusão.
“Não consigo expressar em palavras a desilusão que sinto hoje. Estou destroçada que a montanha de provas não tenha sido suficiente para enfrentar o poder desproporcional, a influência e o controlo do meu ex-marido”, começou por escrever, num comunicado.
“Estou ainda mais desapontada com o que este veredito significa para as mulheres. É um retrocesso. Atrasa o relógio até um tempo em que se uma mulher falasse e denunciasse podia ser publicamente envergonhada e humilhada. Volta atrás na ideia de que a violência contra as mulheres deve ser levada a sério”, acrescentou
E continuou: “Acredito que os advogados do Johnny foram bem sucedidos em fazer com que o júri desvalorizasse a questão da liberdade de discurso e em ignorar provas tão conclusivas que nos fizeram ganhar no Reino Unido.”
“Estou triste por ter perdido este caso mas estou ainda mais triste por ter perdido um direito que achava que tinha como americana – falar livre e abertamente”, terminou.
“O júri devolveu-me a vida. Sinto-me grato”
Por sua vez, Johnny Depp também decidiu reagir à decisão do tribunal.
“Há seis anos, a minha vida, a vida dos meus filhos, as vidas daqueles que me são mais próximos, as vidas das pessoas que por muitos muitos anos me apoiaram e acreditaram em mim, mudaram para sempre. Tudo isto num abrir e fechar de olhos.”, começou por dizer o ator, nas redes sociais.
E prosseguiu: “Alegações falsas, muito sérias e criminosas foram-me dirigidas através dos media, o que espoletou uma enchente interminável de conteúdo de ódio, embora nunca me tivessem acusado de nada. As alegações deram a volta ao mundo duas vezes num nanosegundo e tiveram um impacto sísmico na minha vida e na minha carreira. E seis anos depois, o júri devolveu-me a vida. Sinto-me verdadeiramente grato.”
“A minha decisão de avançar com este caso, sabendo muito bem a magnitude dos obstáculos jurídicos que eu iria enfrentar e a exposição mundial inevitável à minha vida, foi apenas tomada após reflexões consideráveis”, acrescentou.
“Desde o início, o objetivo de avançar com este caso era revelar a verdade, independentemente do resultado. Dizer a verdade era algo que eu devia aos meus filhos e a todos os que se mantiveram irredutíveis ao apoiar-me. Sinto-me em paz por saber que finalmente alcancei isso”, lê-se ainda no comunicado do ator.
Johnny Depp aproveitou para agradecer o apoio que tem recebido dos fãs. “Estou e tenho estado esmagado pela demonstração de amor e o apoio colossal e a bondade um pouco por todo o mundo. Espero que a minha luta por revelar a verdade tenha ajudado outros, homens ou mulheres, que se tenham encontrado na minha situação, e que aqueles que os apoiam nunca desistam. Também espero que o estado volte agora a ‘inocente até prova em contrário’, dentro do tribunal e nos media.”
“Quero reconhecer o nobre trabalho da Juíza, dos jurados, dos funcionários do tribunal e dos Xerifes, que sacrificaram o seu próprio tempo para chegar a este ponto, e da minha equipa legal diligente e inabalável, que fez um trabalho extraordinário em ajudar-me a partilhar a verdade”, acrescentou.
“O melhor está para vir e um novo capítulo finalmente começou. A verdade nunca morre”, terminou.
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Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters e D.R.
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