Jogos Olímpicos
Polémica! Atletas “recém-mamãs” com amamentação em risco

Internacional

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, que apenas se realizam neste ano devido à pandemia da covid-19, arrancam nesta sexta-feira, 23 de julho.

Qui, 22/07/2021 - 11:36

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, que apenas se realizam neste ano devido à pandemia da covid-19 – tal como aconteceu com o Euro2020 -, estão quase a começar. Os atletas já se encontram todos no Japão, na aldeia olímpica, porém, há uma questão que tem feito correr muita tinta nos últimos dias: a amamentação das desportistas “recém-mamãs”.

Entre restrições, controlos, recintos fechados e a obrigatoriedade de viverem numa ‘bolha’ durante toda a competição, a organização exige ainda a algumas atletas que façam uma escolha difícil: a carreira ou os filhos?

Kimberley Gaucher, basquetebolista do Canadá, tem uma filha de apenas três meses, Sophie, que é amamentada pela mãe. “Tóquio disse não aos amigos, não à família, sem exceções”, revelou a atleta num vídeo partilhado nas redes sociais. 

Governo japonês impõe medidas rigorosas

A jovem vai estar fora de casa durante 28 dias e até perto do fim do mês de junho não sabia se ia conseguir viajar com a bebé. No início de julho, depois de toda a polémica gerada por esta situação, a organização dos Jogos recuou na decisão inicial e anunciou que as mães que ainda se encontram a amamentar poderiam levar os bebés para Tóquio. Kim lá conseguiu levar a filha consigo. No entanto, as exigências feitas pelo governo japonês continuam a dificultar a situação, até pelo facto de impedir a entrada no país a residentes de mais de 150 países. 

Essas exigências levaram a que Ona Carbonell, líder da equipa de natação sincronizada espanhola, se visse obrigada a separar-se do filho, Kai, de menos de um ano, que também é alimentado pela mãe. Em causa não está a resposta positiva do Comité Olímpico Internacional ao pedido da atleta, mas sim as tais exigências rigorosas impostas pelo comando japonês.

Ou seja, para Ona ter ao seu lado o bebé e o marido, Pablo, eles teriam que permanecer num hotel – numa localização ainda por determinar -, não poderiam sair do quarto durante todos os dias que lá estivessem e, para a amamentação, teria que ser a nadadora a deslocar-se a esse local, abandonando a aldeia olímpica. A desportista não achou esta solução adequada, por dois fatores: primeiro, por ter que deixar a família fechada num quarto durante tantos dias e, segundo, por considerar que poderia colocar a sua equipa em risco por deixar regularmente a ‘bolha’.

O mesmo aconteceu com Naomi Folkard. A atleta britânica de tiro com arco considera tardia a decisão tomada pela organização, uma vez que já se tinha visto obrigada a pôr em prática o plano “b”. Nos últimos tempos, a desportista acumulou leite materno para cerca de 80 biberões, para que Emily, a filha, pudesse ser alimentada durante a competição.

“Não fui contactada para poder levar a minha filha comigo para o Japão”

Por fim, há ainda o caso de Alex Morgan (futebolista norte-americana), que por já não amamentar a filha, Charlie, de um ano, foi proibida de viajar com a menina, apesar da sua tenra idade. Para o governo, tal situação não se trata de uma circunstância excecional. Sete dias antes de embarcar rumo a Tóquio, a 30 de junho, a jogadora ainda não sabia se poderia ou não levar a filha e desabafou nas redes sociais: “Somos mães olímpicas a dizer-vos que é NECESSÁRIO [levarmos os nossos filhos]. Não fui contactada para poder levar a minha filha comigo para o Japão e partimos dentro de sete dias”, lê-se nas redes sociais da avançada.

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio realiza-se já nesta sexta-feira, 23 de julho, e as provas desportivas decorrem até ao próximo dia 8 de agosto. Portugal será representado por 92 atletas, distribuídos por 17 modalidades. 

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Texto: Ivan Silva; fotos: redes sociais 

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