Joaquim Sousa Martins
Tece duras críticas à aplicação STAYAWAY COVID: “Não funcionou”

Nacional

Joaquim Sousa Martins relatou, no Jornal das 8, da TVI, desta quinta-feira, dia 29 de outubro, como foi lutar contra a COVID-19.

Sáb, 31/10/2020 - 8:00

Joaquim Sousa Martins relatou, no Jornal das 8, da TVI, desta quinta-feira, dia 29 de outubro, como foi lutar contra a COVID-19.

O facto mais grave alegado pelo editor de Desporto do canal deve-se com a ineficácia da aplicação STAYAWAY COVID, lançada pelo Governo como uma ferramenta complementar para conter a expansão da pandemia do novo coronavírus. “No meu caso, a aplicação não funcionou”, afirmou.

“Uma das primeiras coisas que eu quis fazer, mal recebi o teste [positivo], talvez em algum momento de ingenuidade funcional minha, foi ir ao papel, ao meu email, no qual havia uns códigos. Achei: ‘São estes os códigos’. Mais tarde é que percebi que [o código] era gerado pelas unidades médicas e em nenhum momento me foi distribuído um código para a aplicação. Nem a mim, nem à minha mulher, que também testou positivo dois dias depois. Portanto, no meu caso, volto a repetir, não funcionou”, detalhou.

“Em abono da verdade”, advertiu o jornalista, “o acompanhamento que foi feito pelo Serviço Nacional de Saúde” à sua família “foi diário, permanente, simpático e cuidadoso”.

Sousa Martins: “Nunca me senti tão doente na vida”

Joaquim Sousa Martins não sabe como foi exposto ao vírus. O teste foi feito na sequência de “ligeiros sintomas” e a conselho da mulher: “Eu tenho sinusite e senti uma ligeira dor de cabeça e os olhos pesados. Os sintomas que eu tive tenho-os há 20 anos. […] Comentei que me sentia muito cansado e ela disse-me: ‘Vai fazer o teste’. Eu disse: ‘Está bem. Vou fazer o teste por descargo de consciência, porque tenho a certeza, a 99,9%, de que isto são sintomas de sinusite’.”

A fase mais crítica surgiu três dias depois de ter sabido que tinha testado positivo à COVID-19. “Nunca me senti tão doente na vida. Felizmente, não tive problemas respiratórios, não tive nunca a sensação de falta de ar. Mas tomar um duche, almoçar, jantar e dormir eram um sacrifício único”, recordou.

Quanto à mulher de Sousa Martins, esta “teve exatamente os mesmos sintomas, acrescidos de alguns problemas respiratórios”. Os filhos não contraíram o novo coronavírus.

“A melhor descrição de sensações é: imagine-se alguém que tem medo de andar de avião, tem de ir para Austrália e vai 12 horas sempre a pensar que pode acontecer qualquer coisa. Portanto, há um medo inerente. (…) Passei seis ou sete dias dentro de um avião com turbulência. Era a sensação que tinha, sem nunca, em momento algum, pensar que alguma coisa de mal iria acontecer a mim e à minha família”, vincou o editor de Desporto da TVI em conversa com José Alberto Carvalho.

No final, Sousa Martins garantiu não se ter desleixado com os cuidados de prevenção à COVID-19, agora que venceu a doença: “Não me sinto nada protegido da doença que tive. Tenho exatamente os mesmos cuidados. Não sei as conclusões que a Ciência vai ter num futuro próximo sobre a imunidade. Não sei se, de hoje para amanhã, vou ter alguma sequela por causa da infeção…”

Texto: Dúlio Silva com Marisa Simões; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais

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