Rodrigo, filho único de João Ricardo, deu a primeira entrevista um ano após a morte do pai. Aos 13 anos, o menino emocionou-se a recordar aquele que «é e sempre será o maior» pai, amigo e cúmplice.
Júlia Pinheiro foi a condutora desta conversa que foi emitida no programa da apresentadora, na SIC, esta quinta-feira, dia 22 de novembro. João Ricardo morreu no dia 23 de novembro de 2017, com 58 anos, vítima de um tumor.
«Eu acho que nós tínhamos um relacionamento de pai e amigos também. Nós éramos muito amigos, éramos muito cúmplices. Fazíamos muitas brincadeiras juntos e fizemos muitas coisas juntos. O meu pai fazia as coisas que eu lhe pedia», começa por contar Rodrigo.
«Aquele livro foi escrito na minha cozinha»
O menino recorda: «Todos os dias com ele eram fantásticos. Ele levava-me muito a passear, eu gostava de passear com ele. O meu pai costumava-me contar histórias. Nós gostávamos de fazer uma coisa, eu dizia o título da história e ele contava-me a história para eu adormecer. Eu adormecia e depois ele contava-me o resto da história quando estávamos a ir para a escola».
Antes de morrer, João Ricardo lançou o livro «Queres namorar comigo» que foi inspirada numa história com o filho. «Aquele livro foi escrito na minha cozinha, porque nós tínhamos as paredes e ele escreveu com uma caneta, numa antiga casa. Ele tinha escrito nas paredes a história.»
«Havia um João completamente delirante a gravar tudo»
Paula, a ex-mulher de João Ricardo e mãe de Rodrigo, também participou na entrevista e falou sobre o nascimento do menino e a relação com o ator.
«O nascimento do Rodrigo teve de ser marcado porque o Rodrigo já estava muito grande. Teve de nascer aos oito meses. O João Ricardo não achou muita piada ao parto se provocado, porque ele estava em gravações e não estava em Lisboa para assistir ao parto.»
No dia do nascimento de Rodrigo, «havia música na sala de partos e havia um João completamente delirante a gravar tudo. O João estava absolutamente feliz com o nascimento do Rodrigo, o Rodrigo era e sempre foi o grande amor dele».
À saída da maternidade, «o chão tinha todo um caminho de setas e apontar para a saída e na porta do nosso prédio o João escreveu ‘aqui nasceu um príncipe’».
«O João ansiava que o Rodrigo crescesse para o acompanhar, para poder andar com ele para todo o lado. E assim foi. Muitas vezes contra a minha vontade, mas nunca impedi que isso acontecesse. Andavam de mota, deitavam-se tarde, escreviam histórias juntos, faziam sessões fotográficas com cuecas do super-herói», relata Paula.
«De vez em quando tínhamos ideias e fazíamos as coisas. Eu divertia-me com ele», completa Rodrigo.
«O meu pai passava na escola para me dar um abraço»
Rodrigo recordou os dias em que o progenitor passava pela escola para lhe dar um abraço já após a separação dos pais.
«Ele ia-me buscar à escola algumas vezes. Todos os dias o meu pai passava na escola para me dar um abraço e depois, se não fosse o dia de ir com ele, ele ia-se embora. Ele queria estar lá para dizer olá. Era normal, eu sempre me habituei muito a isso. Era raro o dia em que ele faltava.»
Orgulhoso por estar a falar do pai, disse ainda: «Eu gostava dos abraços do meu pai, mas também me dava beijos».
Em relação à doença, Rodrigo confessa: «Eu acho que não foi preciso ele explicar-me. Quando ele ficou doente, eu tinha mais ou menos consciência das coisas. E pronto, foi assim».
Júlia Pinheiro falou do desejo que João Ricardo tinha que era atravessar o canal da Mancha a nado. «Ele andou a treinar com um professor de natação, eu acreditei. O meu pai metia prioridades na cabeça, às vezes fazia, outras vezes não fazia. Acho que ele ia conseguir fazer», confirma.
«Ele é o maior e sempre será»
O primeiro ano sem o pai foi «um ano cheio de coisas e amigos». Frase que Rodrigo não conseguiu completar pois a emoção falou mais alto.
Paula continua: «Nós sentimos muito o João, o João é uma figura muito presente no nosso dia a dia. Há coisas que nós fazemos que sabemos que o João está lá connosco. A marca dele nunca desaparece. Falamos muito no João e ele estava sempre connosco».
Por fim, Rodrigo diz: «Ele é o maior e sempre será».
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Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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