João Manzarra
Emociona-se: “Eu sabia que o meu pai ia morrer”

Nacional

João Manzarra recordou a morte do pai e o ano em que se dedicou exclusivamente a acompanhar a sua doença: “O meu pai dizia muitas vezes ‘eu ainda estou vivo, ainda estou aqui”

Sáb, 22/04/2023 - 15:46

João Manzarra abriu o coração a Daniel Oliveira, no programa ‘Alta Definição’, e emocionou-se ao recordar a morte do pai, António Miguel Manzarra, em fevereiro de 2019.

O apresentador da SIC revelou que durante o ano em que deixou Lisboa para estar mais perto do pai, que vivia em Fátima, e se focar inteiramente na luta do deste contra o cancro sentia que tinha uma missão. “A aproximação era sempre constante e fez com que a minha vida se tornasse incrivelmente bela. Durante esse período a minha vida tinha um sentido. Tinha uma missão. Sem dúvida alguma que foi o ano mais belo e importante da minha vida”.

A missão, para o apresentador, era de “dar, uma missão de cuidar”. Mas Manzarra não escondeu: “Houve sofrimento, houve dor”, disse, continuando: “Havia alguma esperança. mas os resultados nunca eram muito bons. O que chegava das análises e mesmo das reações físicas dele eram sempre muito frustrantes. Tentámos compensar isso com os momentos mais alegres possíveis. Mas, na verdade, a estrutura que eu tive para encarar esse momento vem também da estrutura que o meu pai me deu ao longo da vida. O meu pai preparou-me para a morte dele, de certa maneira”, disse, relembrando que sempre que acordava a chorar “em pequenino” era com a morte do pai.

No ano em que acompanhou de perto a evolução da doença do pai, João Manzarra desdobrou-se em surpresas para conectar-se com o pai e o fazer sentir-se feliz. Deu-lhe um carro elétrico, ciente de que ele não ia ter tempo para desfrutar e garantiu que não houvesse nenhuma sessão de quimioterapia que o pai fizesse em que não comesse marisco.

“O meu pai gostava muito de marisco. Então lá ia eu vegetariano, vegano e com estes meus ideais… não houve uma quimioterapia que o meu pai fizesse que não fosse a comer uma lagosta”, contou o apresentador, que considerou um período de vida com “muita intensidade” mas belo, ainda que soubesse tratar-se de uma luta inglória. “Eu sabia que ia acontecer, eu sabia que o meu pai ia morrer, mas o meu pai dizia muitas vezes ‘eu ainda estou vivo, ainda estou aqui'”.

Manzarra sofreu de bullying: “Levei uma chapada, achei demasiado”

“Na minha memória há muitos momentos não tão bons que ficam muito presentes”, começou por dizer Manzarra sobre a sua infância. “Há momentos de algum tipo de agressão, de algum tipod de bullying que ficam gravados”. “Por seres mais gordinho”, questionou Daniel Oliveira. “Isso tornava-me um bocadinho mais apelativo para alguns encontros mais violentos. Por exemplo, eu andei nos escuteiros e lembro-me que fui agredido por uma guia”, contou. “Levei uma chapada, achei aquilo demasiado”.

“Na minha adolescência fui muitas vezes assaltado. No primeiro assalto lembro-me que fui agredido também. Deram-me um soco na barriga e levaram-me o telemóvel”, recordou o apresentador de Vale Tudo.

Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala

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