João André está a ser muito falado depois de ter lançado o documentário O Resto da Tua Vida, da autoria de Carlos Coutinho Vilhena. O ator, que deu vida a Kiko, na terceira temporada dos Morangos Com Açúcar, da TVI, foi um dos convidados do Você na TV! desta sexta-feira, 19 de abril.
A série documental, que já conta com dois episódios, foi lançada no dia 7 de abril e conta com o relato de João André sobre a sua vida depois do fim da série juvenil. Depois de investir em formação na área, o ator não voltou a ser chamado para integrar o elenco principal de uma novela ou série televisiva. Ficou, portanto, sem trabalho na área da representação e chegou a fazer entregas ao domicílio para ganhar dinheiro.
«O que acontece, não aconteceu só comigo. Acho que acabo por ter a sorte por protagonizar uma série documental, totalmente real. Fiz como tantos outros os Morangos e depois decidi investir numa carreira enquanto ator, fui-me formar e licenciei-me. O que acontece é que coincide eu acabar a escola de teatro com uma altura de recessão económica onde, de um dia para o outro, não há trabalho», explica.
«A verdade é que, como se costuma dizer, a televisão paga as contas, o teatro lava a alma. E é real», acrescenta.
Na altura em que dava vida a Kiko, na série Morangos Com Açúcar, João André estava no auge da sua fama e, de repente, passou disso para alguém que nem trabalho conseguiu arranjar. Como lidou com isso? O ator explica.
«Com duas coisas muito importantes: uma excelente família e amigos. Felizmente, tive uma base educacional muito boa e nunca fui de me deixar perder com as coisas. Pensava que após Morangos tivesse trabalho. Não aconteceu. É um pouco injusto investir numa formação e não ter trabalho naquilo que investi. Nunca consegui pagar o investimento que fiz em propinas. Agora, se me vou andar aí a chorar? Não, vou arregaçar as mangas e trabalhar», garante.
«Os trabalhos mais precários não são piores mas não pagam rendas»
A falta de trabalho na área fez com que tivesse de regressar para casa dos pais. Foi tendo trabalhos mais precários mas viu-se impossibilitado de pagar uma renda com um ordenado de «600 euros». «Os trabalhos mais precários não são piores mas não pagam rendas.»
Voltou para casa dos pais por necessidade e não viu isso como um fracasso. No entanto, João André garante que foi complicado. «Eu não [vi como um fracasso] mas os meus pais sim. Senti que os meus pais encararam como um fracasso da parte deles. Eles são pais galinha e acho que sofreram tanto ou mais do que eu. É extremamente difícil, como o meu pai disse, uma pessoa ganhar asas e voar e depois voltar a bater a porta», conta.
O documentário surgiu de uma ideia em conjunto com o humorista Carlos Coutinho Vilhena e, apesar de terem existido dúvidas se se tratava de uma sátira, João André garante que é tudo real. «O Carlos Coutinho Vilhena é humorista e esse foi um dos motivos pelo qual muita gente se questionou sobre a veracidade da série. Isto foi uma conjugação de felizes acontecimentos, nomeadamente, eu já seguir o trabalho do Carlos», termina, pedindo um abraço a Manuel Luís Goucha no fim da entrevista.
Neste momento, João André continua a viver em casa dos pais por não ter ainda capacidade de se sustentar. O ator é dono da Bruta Companhia de Teatro desde 2017 e garante que vai continuar a representar.
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Texto: Redação WIN – Conteúdos digitais| Fotos: Redes Sociais
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