Joana Madeira abriu o coração a Manuel Luís Goucha e, entre lágrimas, contou os momentos duros que viveu no passado. Depois de revelar que foi vítima de violência às mãos do padrasto, a atriz e humorista contou que passou fome ao vir para Lisboa.
Quando fez 18 anos, Joana Madeira saiu de casa e veio para a capital. Queria ser independente e esquecer o passado. A mãe não a conseguiu ajudar, por isso, foi trabalhar para uma loja de roupa para conseguir pagar o quarto e as despesas. “A mãe sabia que era o que queria. Acho que o que mais lhe custou foi não me poder ajudar financeiramente. Eu não tinha dinheiro para comer”, admitiu.
“Do ordenado, eu tinha de pagar o quarto e o passe. Eu comia massa com manteiga. Massa com manteiga, massa com atum…”, revelou. A seu lado, Joana Madeira teve um colega de casa, Márcio, que passou pela mesma situação: não ter dinheiro para comer. “Uma vez estávamos cheios de fome e havia aquelas lojinhas de rua, dos indianos, e nós fomos a um e dissemos: ‘Não temos dinheiro para comer, podemos levar uma cenoura?’ Ele deu-nos a cenoura. Fomos a outro e pedimos uma batata. Chegámos a casa com tudo o que nos tinham dado e fizemos uma sopa.”
“São histórias bonitas (…) Não tinha ninguém, mas sinto-me orgulhosa”, concluiu.
A violência por parte do padrasto
Foi também nesta conversa que Joana Machado Madeira relatou uma infância de terror marcada por violência por parte do padrasto. Depois de ser abandonada pelo pai, a atriz e humorista viu-se exposta às “sovas” do padrasto, acabando por ter de “ir várias vezes para o hospital”.
A confissão foi feita a Manuel Luís Goucha. Na tarde desta segunda-feira, dia 13 de junho, a mulher de Eduardo Madeira foi entrevistada no programa das tardes da TVI. Ao falar sobre a família, em lágrimas, Joana Madeira confessou: “O meu pai não me fez falta porque tinha a minha mãe. O pai do Manuel [padrasto] também não foi. Para conquistar a minha mãe, tratou-me bem. A partir do momento em que o meu irmão nasceu, eu já não era mais daquela família”.
Joana Madeira: “Estar em casa era horrível”
“Quer que eu lhe conte a verdade? Eu nunca contei… O pai do Manuel foi uma pessoa que nunca me tratou bem. Cheguei a ir várias vezes para o hospital com sovas que ele me dava, depois tinha de dizer que caí.” A humorista revelou que a mãe “sabia” de tudo e que acabou por se acompanhada pela CPCJ [Comissões de Proteção de Crianças e Jovens] e por psicólogos.
“A minha mãe sabia. Foi horrível. […] Tive de andar na CPCJ, em psicólogos… Foi horrível”, admitiu, sempre a chorar. “Tenho duas memórias desse tempo. A que tenho mais presente é… Estar em casa era horrível, era insuportável. Fazia de tudo para não estar em casa. Lembro-me de sair de casa depois das sovas, limpava as lágrimas (…) e ia para a escola ser outra Joana, a divertida e alegre.”
A mãe de Joana Machado Madeira acabou por sair de casa quando a atriz tinha 17 anos. “Foi assim até a situação se tornar insustentável”, explicou.
Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Reprodução Instagram
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