Joana de Sousa Cardoso recebeu a notícia de que lhe voltou a ser diagnosticado um cancro na mama, 14 anos depois. A ex-mulher de Mico da Câmara Pereira percebeu que a doença tinha voltado depois de, em junho de 2022, ter sentido um nódulo numa autopalpação.
E embora já estivesse habituada a sentir ‘altos’ na mama, daquela vez percebeu que o nódulo era diferente. “Ao longo destes anos todos – o meu primeiro tumor foi em 2008 – aprendi a conhecer o meu corpo e aparecem-me muitos nódulos, quistos, seromas, que no início assustavam, mas que depois fui percebendo que eram coisas normais do corpo. Desta vez percebi que era diferente, liguei logo para o meu ginecologista e no dia seguinte fui ter com ele. Fizemos uma mamografia e uma ecografia mamária de imediato e ele confirmou que era um tumor maligno”, desabafou a arquiteta à revista ‘Caras’.
E mesmo que em 2008 tenha sido diagnosticada com cancro da mama, Joana assume que ficou ‘sem chão’ quando recebeu de novo o diagnóstico. “Foi muito mais difícil receber a notícia agora do que foi em 2008. Já sei ao que vou. Já sei o quão difícil é o processo, o difícil que é a espera, para mim e para os meus […] As idas constantes ao hospital para fazer análises, exames atrás de exames, porque aparece na mama, mas tem de se saber se há no resto do corpo, os tratamentos, a cirurgia, o pós-cirurgia, é tudo muito solitário e difícil”.
Joana de Sousa Cardoso confessa “Senti um impotência gigante”
Embora já tenha passado quase um ano da doença ter voltado, a arquiteta não esquece como foi quando recebeu a notícia. “Foi preciso chorar muito esta dor para aceitar e seguir em frente. Quando recebi a notícia senti um impotência gigante, senti-me muito desmoralizada e profundamente triste. Já tinha passado por isto, não tinha de passar outra vez”, afirmou à publicação.
Após o diagnóstico do cancro, um dos primeiros passos para combater a doença foi retirar o nódulo maligno. “O tumor apareceu na outra mama e é diferente, tem um crescimento muito rápido e multifocal, e tivemos de intervir logo pela cirurgia e fazer novamente uma mastectomia. O procedimento seguinte seria a quimioterapia, mas o ser humano tem uma capacidade máxima para tratamentos de quimioterapia devido à capacidade cardíaca, por exemplo. Eu já tinha feito 12 tratamentos de quimioterapia no passado e, se fosse fazer os tratamentos de que necessitava para eliminar qualquer célula que tenha ficado, ira ficar com sequelas cardíacas. Por isso, os médicos decidiram que o melhor seria partir para a radiologia, um tratamento diário no IPO de Lisboa e que termino agora”, contou.
Mas o tratamento de Joana de Sousa Cardoso não fica por aqui. A arquiteta toma medicação diariamente. “Estou ao mesmo tempo a fazer um tratamento hormonal, também diário, um comprimido durante cinco minutos. Quando a radioterapia terminar, vamos ter de esperar de três a quatro meses para voltar a fazer exames e saber se o cancro entrou em remissão”.
Embora tivesse ficado assustada com a notícia, Joana de Sousa Cardoso está confiante que vai voltar a superar a doença. “É preciso consciencializar, falar da importância da prevenção e do rastreio, porque isto é um dos maiores desafios da nossa saúde pública […] Acredito, e não ponho sequer outra hipótese, pelo facto de ter encontrado o tumor a tempo, pois na altura era bastante pequeno, tudo vai correr bem”, garantiu.
Texto: Carolina Marques Dias; Fotos: Impala
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