Joana Amaral Dias
Psicóloga fala sobre a morte do pai: “A dor mental é igual a outra pessoa qualquer”

Nacional

Joana Amaral Dias abriu o coração a Manuel Luís Goucha, no Conta-me, para falar sobre o pai, Carlos Amaral Dias, a adoção do filho e o “desgosto de amor” por Portugal.

Sáb, 05/11/2022 - 16:00

Joana Amaral Dias foi a convidada especial da emissão deste sábado, 5 de novembro, do programa Conta-me, da TVI. A psicóloga abriu o coração a Manuel Luís Goucha para falar sobre a vida pessoal e não conteve as

Foi na Clínica Carlos Amaral Dias, a que Joana Amaral Dias deu este nome numa “singela, mas merecida homenagem” ao pai, que a psicóloga falou sobre o progenitor, que morreu em dezembro de 2019. “O meu pai era um pai completamente atípico. Nunca foi uma pai de se sentar connosco a fazer os trabalhos de casa, muito menos de nos ir buscar ou levar à escola. Era muito exigente, quando se lembrava de ser, mas era muito brincalhão”, começou por dizer, revelando que as melhores memórias que tem do pai são “as brincadeiras.”

“Ele às vezes parecia mais avô, embora tenha sido pai novo, aos 26 anos foi pai do meu irmão. Gostava muito de nos ensinar coisas, era exigente, fazia competições. São as melhores memórias que guardo dele. Quer essa vontade de passar conhecimento, quer a ideia de liberdade e de pensamento crítico, que é o diapasão da nossa educação”, acrescentou.

Sobre a morte do pai, Joana Amaral Dias garante que a profissão não lhe deu “ferramentas” para lidar com a perda de forma mais leviana. “Há momentos em que há consciência, mas sofre-se da mesma maneira. A dor mental é igual a outra pessoa qualquer. Também precisamos de ajuda. Aliás, para sermos psicoterapeutas, uma das etapas mais importantes é sermos ‘psicoterapeutizados’, até para não misturarmos a nossa história com as dos outros”, explicou.

Joana Amaral Dias fala sobre a adoção de Dinis e o “desgosto de amor por Portugal”

Mãe de três filhos – Vicente, de 27 anos, Luz, de quase sete, e Dinis, de cinco -, Joana Amaral Dias decidiu adotar o último quando este tinha apenas dois anos de vida. “Sempre achei que devia retribuir tudo o que de bom a vida me deu”, revelou, justificando a decisão de adotar o pequeno Dinis. “Esperámos muito tempo, porque em Portugal tudo demoraa, mas valeu a pena a espera”, acrescentou.

Durante a conversa, a comentadora da Crónica Criminal do Dois às 10, que se apresentou como “a betinha de Coimbra”, assumiu que sempre se sentiu privilegiada e, por isso, sempre sentiu a “obrigação estrita de retribuir e de tentar que outras pessoas também tivessem mais privilégios.”

No entanto, Joana Amaral Dias não deixou de tecer duras críticas à forma como o País é gerido. “Portugal é o meu maior desgosto de amor. Amo profundamente o meu país mas ele é tão fraquinho, é tão desorganizado. É tão corrupto, tão trapalhão. É preciso doçura e ternura para ver esses defeitos como coisas positivas…”, afirmou.

 

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Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Redes Sociais

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