Joacine Katar Moreira foi uma das convidadas do 5 para a Meia-Noite, da RTP, esta quinta-feira, 5 de março. A deputada, que entrou em rutura com o partido Livre e permanece no parlamento como independente, cometeu uma gafe em direto ao confundir o empresário Jerónimo Martins, do Pingo Doce, com o colega da Assembleia da República Jerónimo de Sousa, do PCP.
Conhecida pela gaguez, Joacine Katar Moreira contou que andou a vida toda a fazer um esforço para não gaguejar, sem resultados. Admite que não se teria candidatado às Eleições Legislativas se soubesse que, mais tarde, viria a ser «crucificada» publicamente.
Além disso, contou a Filomena Cautela que já recebeu um convite de André Ventura, do partido Chega, que não aceitaria, e ainda adianta que o deputado único de extrema-direita «é esquizofrénico». Joacine Katar confirma que anda a evitar falar de Rui Tavares, o fundador do partido Livre, com quem está em rutura.
A explicação do nome
A entrevista começou com a deputada a explicar o nome completo: Joacine Elysees Katar Tavares Moreira. «A minha mãe e o meu amado pai achavam que eu ia ser alguém extraordinário. Deram-me este nome que era de um romance policial, de uma heroína norte-americana de origem francesa, mulher que engoliu uma cassete na II Guerra Mundial», declarou, brincando de seguida com a sua condição mais conhecida. «Acho que a origem da minha gaguez é da senhora que engoliu a cassete.»
Filomena Cautela quis saber se Joacine se aborrece com as reações adversas que recebe por ser gaga. «Andei a vida inteira a esforçar-me para não gaguejar. Ensaiava a maneira com que ia dizer as coisas. Foi um esforço a minha existência inteira para não gaguejar. E nunca resultava… Dava-me sempre errado. No início, divertia-me imenso quando diziam ‘ela não é gaga, está a fingir, está a usar a gaguez para obter não sei o quê ‘. Ria-me imenso. Milhares de pessoas a acharem que gaguejava com o objetivo de ser eleita. É irónico.»
«Estou pronta para tudo»
Sobre o facto de ter recebido várias críticas e de ter sido «crucificada» pela opinião pública, Joacine Katar Moreira afirma que «se o tivesse imaginado antes» nunca se teria candidatado. «Estas pessoas não me conhecem. Alguém igual a mim aceitar entrar num universo igual a este, com origens humildes e a gaguejar, aguenta o que for. Estou pronta para tudo!»
Filomena Cautela pergunta à deputada «se ainda tem amigos no Livre» e a resposta é curiosa. «Não os odeio», diz. «Há alguns homens e mulheres muito inteligentes com uma ótica verdadeiramente útil para contribuir para a política… Há um ou outro [amigo]», refere.
Joacine conta ainda que tem evitado falar com Rui Tavares. «Ando verdadeiramente a evitar encontrar-me com ele. Especialmente porque não faço a menor ideia de qual vai ser a minha atitude», desvenda.
A relação com André Ventura: «Venha para o Chega»
Questionada por Filomena Cautela, Joacine explica que fala e cumprimenta o opositor André Ventura, líder do Chega. «Ele é um homem com uma imagem muito elaborada mediaticamente. Individualmente, tem outra imagem. Acho que há ali uma esquizofrenia. É um homem que nunca me maltrata. Ironicamente, disse-me ‘Joacine, se o seu partido não a quer, venha para o Chega, no Chega há espaço’. […] A seguir, diz ‘ela que vá para a terra dela’.»
O primeiro beijo e a primeira vez
No campo da vida pessoal, Joacine, que tem namorado e filha, conta que não gostou do primeiro beijo e da primeira vez. «Odiei o primeiro beijo, achei horroroso, anti-higiénico. O rapaz tinha uns lábios enormes. Babava-me… Horrível! A primeira vez também não foi uma melhor experiência.»
Texto: Ricardina Batista; Fotos: Reprodução redes sociais
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