Jessica Athayde tomou anti-depressivos na gravidez
«Ontem quase que o atirei pela janela… não parava de chorar»

Nacional

À conversa com Fernanda Serrano, Jessica Athayde fala, pela primeira vez, sobre um assunto delicado: a atriz, que agora está derretida com o filho, Oliver, admite que tomou anti-depressivos durante a gravidez.

Qui, 27/06/2019 - 16:56

Jessica Athayde, de 33 anos, deu a primeira entrevista depois de ser mãe de Oliver, nesta quinta-feira, dia 27 de junho, no programa A Tarde é Sua. Fernanda Serrado, que conduziu o formato das tardes da TVI, uma vez que Fátima Lopes precisou de uma tarde de folga, recebeu a amiga para uma conversa intimista.

Luminosa, mas visivelmente inchada, a namorada de Diogo Amaral entra em plateau muito sorridente e a esclarecer que a silhueta ainda não voltou ao lugar. «Eu ainda estou grávida, mas está tudo bem!», atirou, a rir, sempre descontraída.

 «É a primeira vez que o deixo…»

A apresentadora dá-lhe os parabéns pelo nascimento de Oliver, no passado dia 8 de junho, e quer saber como é que a colega tem vivido a experiência da maternidade. «Agora sou mãe. A primeira semana foi um sonho, na segunda semana apareceram as cólicas… É a primeira vez que eu saio de casa e deixo o Oliver. Vim mesmo por ti hoje e estou super nervosa de o ter deixado. É a primeira vez que o deixo…», justificou a loirinha, apreensiva por estar afastada do filho durante, aproximadamente, duas horas.

«Uma coisa é deixar com o pai, mas o pai está na concorrência a gravar…», lamenta, enquanto tenta cruzar a perna, sem sucesso… É que «a cesariana não ajuda nada!»

Fernanda Serrano confidencia que tinha, para o pequenino Oliver, um desenho feito pela sua filha mais nova, Caetana, de três anos, mas a correria traiu-a e o papel ficou, esquecido, em casa… A veterana dirigi-se, nesse momento, para as câmaras e pede mil desculpas à filha, mas depressa retoma a entrevista.

Afinal, será que Jessica sempre teve o desejo de ser mãe? A recém-mamã confirma que sim… Apaixonada, uma pessoa quer criar uma família. Eu sempre quis ser mãe, isto foi uma decisão totalmente planeada. Eu quis ser mãe e engravidei nesse dia», desvendou Jessica, que, completamente encantada com Diogo Amaral, não quis esperar mais até dar o passo. 

«Aquela criança foi fruto de um enorme amor, em cima do sofá do Diogo!»

A verdade é que a gravidez de Jessica Athayde não foi nenhuma maravilha. A própria fez questão de ir atualizando os fãs sobre todos os dissabores do estado de graça e, atualmente, continua a falar, sem tabus, sobre o assunto. 

«Eu vomitei de manhã à noite o tempo todo e, a nível hormonal, não se fala muito nisso, mas é muito desafiante.» Por isso, admite que a teve uma gestação «super infeliz, super dependente», contudo nunca sentiu nenhum tipo de arrependimento por ter engravidado. «Aquela criança foi fruto de um enorme amor, em cima do sofá do Diogo!», lança, para perplexidade da plateia, que não segura as risadas. «Mas foi um bebé super desejado… e é ruivo», revela, ainda, referindo que o bebé quase parece uma homenagem a Helena Forjaz, diretora de comunicação da TVI, que é considerada, por Jessica Athayde, a madrinha da relação entre ela e Diogo Amaral. «Meteu-nos a fazer os Prémios Eficácia…», recorda. Terá sido, por esta altura, que o namoro começou. 

«As pessoas são más, há pessoas que são mazinhas»

Mamã há duas semanas, Jessica Athayde não podia estar mais deliciada e apaixonada com o pequenino Oliver. «Eu vivi a vida toda na ignorância, até ter sido mãe. É maravilhoso… A pessoa que eu mais amo na minha vida é o meu filho. Eu já deixei de existir. Eu nunca soube na minha vida o que era sentir isso por outro ser», assume, sem problemas. 

Ainda assim, não nos esqueçamos que as dificultadas relatadas pela atriz sempre foram inúmeras. Dificuldades que foram alvo das maiores críticas, como aconteceu, na altura em que Jessica Athayde comunicou ao mundo que tinha optado por não amamentar a criança… mas as opiniões dos outros já não a desestabilizam. Acusada de ser «desbocada» e de querer «chamar à atenção», a atriz assegura que os comentários alheios (já) não têm qualquer importância. «Depois de ter um filho, passa-me completamente ao lado. O facto de eu ter falado que não gostei de estar grávida, foi importante…» O feedback da quantidade de mulheres que se sentiram à vontade para admitir o mesmo, depois dela, dá-lhe essa segurança.

«Esta fase de ter o Oliver, que eu amo de morte, que é a coisa mais querida possível… Isto é desafiante, é mesmo para brincar com a cabeça de uma pessoa. Tu não dormes, o corpo muda…», desabafa a atriz, salientando que a barriga ainda não voltou ao lugar. Mas ainda é cedo. 

Fernanda Serrano quis aprofundar o assunto e questiona-a no sentido de saber como é que a amiga reage às críticas mais fortes. «As pessoas são más, há pessoas que são mazinhas. Acho que não têm nada para fazer, não têm filhos para mudar fraldas», responde, tentando desvalorizar. 

Não permite visitas ao bebé

Os primeiros dias têm sido dedicados, a tempo inteiro, ao bebé. Fechada em casa, a assimilar ainda todo o processo da maternidade, a atriz recusa-se a receber as habituais visitas ao recém-nascido. «Não tenho convidados, não deixo ninguém entrar, fechei a casa durante um mês. Durante um mês não há cá beijinhos», conta, consciente de que há pessoas que levam a mal…
É que a mãe está «de pontos, mal consegue lavar o cabelo, não consegue levantar os braços, ainda vai fazer chazinho e  cafezinho em casa??» Jessica não colabora com a tradição. «Tiro o chapéu à minha avó que teve cinco filhos!»

Mãe como se deve ser, auto-didata, Jessica confia no instinto e não fez quaisquer cursos para se entrear no papel mais marcante da sua vida. «Não fiz cursos nenhuns, mas tenho montes de sobrinhos.» Para acalmar o filho, socorre-se de mezinhas e dos mais variados truques. Quando não consegue, respira fundo. Foi o que aconteceu há dois dias. «Ele chorou, eu estava sozinha em casa, e ele chorou quatro horas seguidas com cólicas. Às tantas meti o miúdo dentro da cama dele, fui para a casa de banho chorar baba e ranho (…) e voltei com calma: ‘vamos lá’», relatou aquele que foi o primeiro grande desespero. 

«Chorei logo e amei no momento»

Porém, o momento do nascimento foi inesquecível, cheio de amor, tal como conta Jessica. «Quando ouvi o choro dele, morri. E deitaram-no no meu peito, cinzento, nem sei de que cor ele era… Meteram-me tão perto – e eu não vejo nada ao perto – chorei logo e amei no momento. Quando ele nasceu, foi instantâneo o amor. Agora, claro, ontem quase que o atirei pela janela, não parava de chorar.»

Feliz por ter conseguido engravidar assim que tomou a decisão, Jessica passou por um período mais turbulento durante a gestação, o que a obrigou a tomar providências. «Fiz uma coisa que muitas mulheres fazem neste país, eu tive de tomar anti depressivos. Tomei a decisão de não dar de mamar, porque se eu desse de mamar podia passar o antidepressivo para o bebé», justifica a atriz, perante a compreensão de Fernanda Serrano, que a elogiou pela decisão lúcida e prudente. 

Foi a primeira vez que Jessica Athayde assumiu que precisou de anti-depressivos durante o estado de graça. «Nenhum bebé é feliz, se a mãe não é feliz. Comecei com contrações muito cedo…», adianta, dando relevância ao período delicado por que passou. A atriz foi sempre muito bem acompanhada, por uma «psicóloga, psiquiatra» e tomou uma medicação permitida, vigiada, que nunca colocou a saúde do filho em risco. «Eu se não tivesse começado a tomar os anti depressivos… Não é o ideal para ninguém, mas tive de fazer. Era seguro para o bebé, ajudou-me e ajudou-me a manter muitas coisas à minha volta». A relação com Diogo Amaral foi uma delas.

«O Diogo aceita-me exatamente como eu sou»

Jessica sabe que não foi uma grávida fácil e assume que chegou a tratar «pessimamente» o namorado.  «O Diogo tem uma coisa boa, aceita-me exatamente como eu sou. E é muito difícil encontrar uma pessoa assim.» A atriz sabe que não há relações perfeitas, mas gosta da estabilidade que o ator lhe dá. A relação é fora dos padrões habituais, mas não podia corresponder mais às suas expetativas. «É um choque brutal para muitas pessoas nós não vivermos juntos.» No entanto, pela primeira vez, a recém-mamã admite que estão a equacionar essa realidade. Afinal, nem o próprio pai da atriz percebe por que motivo os dois ainda não avançaram para esse passo. 

«Eu gosto tanto da minha casa, que eu não queria sair da minha casa… Eventualment vamos [viver juntos], quando encontrarmos uma casa que seja adequada», promete à amiga.
A futura casa será pensada também para poder acolher Mateus, de quatro anos, filho de Diogo Amaral e de Vera Kolodzig. O menino já conheceu o mano e Jessica Athayde conta que «ele estranhou». «Mas, felizmente, temos todos uma boa relação, a Vera ajudou muito… Toda a gente falou muito sobre o assunto antes. As pessoas criticam o que não sabem.»

Texto: Tãnia Cabral; Fotos: Reprodução Instagram

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