Inteligência Artificial na Medicina
Avanços e desafios de um caminho sem volta

Saúde e Beleza

Conheça as áreas em que a Inteligência Artificial se insere na Medicina, bem como os benefícios e os desafios.

Dom, 28/01/2024 - 14:00

A Inteligência Artificial na Medicina é uma realidade que veio para ficar e que permite melhorar a eficiência, precisão e personalização nos processos relacionados com a saúde. Essa integração não apenas potencializa a qualidade dos serviços prestados aos pacientes, mas também redefine a prática médica.
A Dra. Ana Isabel Pedroso, especialista em Medicina Interna e Medicina Intensiva do Grupo Lusíadas explica-nos não só as áreas em que a IA se insere na saúde, bem como os seus benefícios e desafios.

Áreas em que a Inteligência Artificial se insere na Medicina

1. Diagnóstico: Algoritmos de IA são utilizados para analisar imagens médicas, como tomografias, ressonâncias magnéticas e radiografias, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico de condições médicas. A IA também pode ser empregada na interpretação de resultados de exames laboratoriais.

2. Tratamento Personalizado: Com base em dados genéticos, históricos médicos e outros fatores individuais, a IA pode ajudar a personalizar os planos de tratamento, identificando a abordagem mais eficaz para pacientes específicos.

3. Gestão de Dados e Registros Médicos: Sistemas de IA podem gerenciar grandes volumes de dados de pacientes, facilitando o armazenamento, a organização e o acesso rápido a informações relevantes para profissionais de saúde.

4. Assistência Virtual e Chatbots: Chatbots alimentados por IA podem fornecer informações de saúde, responder a perguntas básicas e até mesmo realizar triagens iniciais para determinar a urgência de cuidados médicos.

5. Pesquisa Médica: A IA é utilizada para analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões e tendências, e acelerar a descoberta de novos tratamentos e medicamentos.

6. Prevenção e Monitorização: Dispositivos e sensores conectados podem coletar dados em tempo real sobre a saúde dos pacientes. Algoritmos de IA podem analisar esses dados para identificar padrões que possam indicar riscos de saúde ou alertar sobre a necessidade de intervenção, por exemplo no caso de hipoglicémias ou no controlo de arritmias.

7. Robótica Cirúrgica: Robots cirúrgicos controlados por algoritmos de IA podem ser usados em procedimentos cirúrgicos, proporcionando precisão e controle adequados.

É importante destacar que a implementação da IA na medicina requer considerações éticas, legais e de segurança, incluindo questões relacionadas à privacidade dos dados dos pacientes, transparência nos algoritmos e treino ético dos profissionais de saúde que interagem com essas tecnologias. O objetivo final é melhorar a qualidade dos cuidados médicos, tornando-os mais eficientes, acessíveis e personalizados (e não o contrário).
A utilização da Inteligência Artificial (IA) na medicina tem gerado um impacto significativo, trazendo benefícios e desafios.
Abaixo, destacarei alguns pontos importantes dos dois lados:

Benefícios:

1. Diagnóstico Preciso e Rápido: Sistemas de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos, como imagens de exames, históricos clínicos e testes laboratoriais, para auxiliar na identificação precoce e precisa de doenças.

2. Eficiência Operacional: O automatismo de tarefas rotineiras, como triagem de pacientes, gestão de registros médicos e marcação de consultas, pode aumentar a eficiência operacional dos hospitais e clínicas.

3. Personalização do Tratamento: Algoritmos de IA podem analisar dados genéticos e características individuais para personalizar os planos de tratamento, permitindo abordagens mais específicas e eficazes.

4. Pesquisa Médica: A IA pode acelerar a pesquisa médica ao analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões e sugerir áreas promissoras para novos estudos.

5. Redução de Erros Médicos: Sistemas de IA podem ajudar a reduzir erros diagnósticos e de prescrição, proporcionando uma segunda opinião baseada em análises de dados.

Desafios e Contras:

1. Falta de Transparência e Interpretabilidade: Algoritmos de IA muitas vezes operam como “caixas-pretas”, o que significa que os seus processos de tomada de decisão podem ser difíceis de entender. Isto pode levantar preocupações éticas e de confiança.

2. Privacidade e Segurança dos Dados: O manuseio de grandes quantidades de dados de pacientes implica riscos significativos para a privacidade e segurança. Garantir a proteção adequada dessas informações é fundamental.

3. Desigualdades na Saúde: Se não for implementada de maneira cuidadosa, a IA na medicina pode amplificar desigualdades de acesso aos cuidados de saúde, uma vez que certas populações podem ter menos representação nos conjuntos de dados utilizados pelos algoritmos.

4. Dependência Tecnológica: A dependência excessiva de tecnologias de IA pode levar à negligência de habilidades clínicas tradicionais e ao desgaste da relação médico-paciente.

5. Viés nos Dados: Se os dados utilizados para treinar algoritmos forem enviesados, os resultados também podem ser enviesados, levando a decisões discriminatórias, especialmente em relação a grupos minoritários.

Por fim, a Dra. Ana Isabel Pedroso resume: “A incorporação bem-sucedida da IA na medicina demanda uma abordagem cuidadosa, considerando aspetos éticos, legais e práticos.
A busca pela excelência nos cuidados médicos impulsionada pela tecnologia deve ser acompanhada por um compromisso inabalável com a ética e a equidade, garantindo que os benefícios da IA se traduzam em melhores resultados para todos os pacientes.
A medicina do futuro é, indiscutivelmente, impulsionada pela colaboração entre profissionais de saúde e tecnologias inteligentes, e já não é possível voltar atrás nesse caminho irreversível. Por isso adaptemo-nos e vamos usufruir de tudo o que a tecnologia nos pode oferecer, inclusive na área de Medicina!”

Fotos: D.R.

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