Afastada dos ecrãs, Raquel Henriques lamenta não ter conseguido construir uma carreira na representação, mas entre algumas participações esporádicas e a apresentação do programa das madrugadas, descobriu um novo caminho. Dedicada ao culturismo, a atriz, de 35 anos, ficou em segundo lugar no Campeonato Mundial de Biquíni Fitness no Canadá, em setembro, e perspetiva uma carreira internacional.
Mãe de Luís Miguel, de 17 anos, ainda tem esperança de conhecer alguém que lhe avive a vontade de voltar a ser mãe, mas assume que a traição de Paulo Rocha, em 2010, a tornou mais cautelosa nos assuntos do coração.
VIP – Nesta produção está particularmente feminina. É uma forma de calar as vozes que ultimamente disseram que está com o corpo demasiado musculado?
Raquel Henriques – Sim, também. Não é que me preocupe muito com o que as pessoas dizem, mas também cansa ouvir este tipo de coisas.
Sente-se feminina?
Sim, muito. E acho que o meu corpo está mais bonito agora do que alguma vez foi.
Surpreendeu toda a gente com a sua paixão por culturismo. Como nasceu?
Comecei a praticar artes marciais aos oito anos, cheguei a competir, sempre a nível nacional. Depois pratiquei ginástica acrobática, portanto pratico exercício físico há mais de 20 anos.
Porque gosta desta modalidade?
Depois de experimentar comecei a gostar daquela energia toda, de dividir os pesos, e quando começamos a ver os resultados no corpo começamos a querer mais. Pratico musculação de forma sistemática há muitos anos, ia ao ginásio seis vezes por semana, mas claro que quando comecei a competir comecei a ter treinos mais intensos. Fui fazendo formações na área, de nutrição desportiva, de cardiofitness, e uma coisa leva à outra…
Começa a competir este ano e em setembro fica em segundo lugar no campeonato mundial. É normal uma ascensão tão rápida?
Não sei se é normal; não estava à espera, mas de facto houve muita dedicação da minha parte e sabia que não iria fazer má figura. Agora nunca pensei conquistar o segundo lugar a nível mundial.
O que é que espera do futuro?
A nível nacional é mais complicado, mas estão a acontecer algumas coisas nos Estados Unidos, tenho lá algumas propostas e irei para lá no próximo ano, nomeadamente para trabalhar como modelo de fitness.
Acredita que o seu futuro profissional passa por aí?
Tenho muita pena de não estar a fazer televisão, mas ainda bem que gosto de fazer outras coisas, o que me permitiu optar por este caminho.
Porque é que acha que nunca conseguiu alcançar uma carreira estável no meio da representação e da televisão?
Talvez tenha havido má gestão da minha parte em algumas situações, e facto é que não há lugar para toda a gente. Eu não sou de criar inimizades, mas também não crio amizades só por criar. Não é que seja má atriz, até porque apresentei um programa em direto durante dois anos. Não aconteceu. Mas ainda acredito que possa vir a acontecer.
Sente-se atriz?
Sim, eu sou atriz para sempre.
Desistiu, já baixou os braços?
Não, nunca baixo os braços a nada na minha vida, principalmente quando acho que consigo.
O seu filho vai consigo para os EUA?
Para já não, porque nos primeiros tempos vou ver como corre e a minha vida vai ser entre cá e lá, depois veremos. Claro que se conseguir entretanto construir uma vida lá será diferente.
Que tipo de relação é que vocês têm?
Temos tão pouca diferença de idades que a nossa relação é mais de irmãos, de amigos.
Um adolescente de 17 anos dá muitas dores de cabeça?
Claro que dá, está vaidoso, preocupa-se com as roupas, com o cabelo, com as namoradas. É tão rebelde como eu quando tinha a idade dele, mas adoro ver o meu filho a crescer.
Com a idade dele, a Raquel já estava grávida. Como é que isso aconteceu na sua vida?
Foi um descuido! Estava apaixonada pelo pai dele e aconteceu, mas adorei estar grávida e mudou a minha vida completamente. A minha relação com o pai do meu filho é um assunto que prefiro não tocar, foi um acidente de percurso, mas nunca ponderei não levar a gravidez avante, nem me passou pela cabeça. Agora claro que mudou muita coisa na minha vida e fez-me crescer muito.
Gostava de voltar a ser mãe?
Adorava e acredito que voltarei a ser mãe, mas ainda não encontrei o homem certo.
E como é o homem certo?
Não sei, pensava no homem certo como o homem perfeito, mas o homem perfeito não existe. Quero uma pessoa que seja clara comigo.
Em 2010, acabou o namoro com o ator Paulo Rocha quando descobriu uma traição, isso não a fez deixar de acreditar no amor e nos homens?
Eu não deixei de acreditar nos homens, mas foi de facto uma situação muito complicada de resolver para mim. Digamos que hoje em dia não me atiro de cabeça, acho que se entrasse alguém na minha vida agora deitava as mãos à cabeça, passava-o pelo raio X. Sinceramente, não penso nisso agora, é um assunto muito delicado para mim. Namoros, relações… aquilo que aconteceu alterou muito a minha perspetiva.
Não sente falta de ter alguém na sua vida, de estar apaixonada?
Eu com isso percebi que é muito importante aprendermos a ser felizes sozinhos. Claro que sou humana, mas agora estou totalmente dedicada à minha vida profissional, é a minha grande prioridade.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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