A avó, de 90 anos, que introduziu o ioga em Portugal, é um exemplo de vida para a actriz, que espera ter a mesma vontade de viver. A VIP falou com Sofia Sá da Bandeira, quando foi conhecer uma nova forma de reciclar cápsulas de café, e aproveitou para saber de novos projectos.
VIP – O café faz parte da sua vida?
Sofia Sá da Bandeira – Sim, gosto muito. Não sou adicta, mas gosto de sabores fortes, intensos. Gosto de cafés, de chás, gosto de coisas exóticas.
Faz reciclagem? Agora, com esta nova forma de reciclar cápsulas, vai entregar os resíduos na loja?
Sim, absolutamente, é uma consciencialização que temos de ter. Reciclar as cápsulas de café, que são de alumínio, também nos ajuda a outros gestos maiores. Acaba por ser bastante pedagógico para todos nós. Infelizmente, na minha zona retiraram os contentores o que torna a reciclagem mais difícil. Às vezes tenho a sensação que é mesmo preciso querer para conseguir reciclar.
Os seus filhos foram educados neste sentido, de ter cuidado com o meio ambiente?
Eles já são crescidos. A Inês tem 26 anos e o José Maria 22. Mas sempre tentei dar-lhes essa educação ambiental. Acho que os eduquei e eles educaram-me também, foi uma aprendizagem em conjunto, como em muitas outras coisas.
As novas gerações estão mais sensibilizadas para estas questões?
Sim, eu vejo miúdos de dez anos com uma consciência que nós não tínhamos e são eles que levam a informação para casa e educam os pais.
Foi mãe muito jovem, o facto de não haver um salto geracional tão grande ajudou a uma maior aproximação dos seus filhos?
Acho que é mais do que uma questão geracional porque há mulheres que são mães muito cedo e há na mesma um abismo em relação aos filhos, acho que tem muito mais a ver com aquilo que nós somos como indivíduos. Mas num certo sentido sim, houve um crescimento em conjunto a vários níveis e isso cria uma relação muito sui generis.
É uma mãe muito presente, ou deixa-os “voar sozinhos”?
Sempre lhes deixei espaço. Eles já saíram de casa há algum tempo, já conquistaram a sua independência.
Quais são os seus próximos projectos profissionais?
Estou a preparar um projecto para televisão. Estou a ensaiar uma peça com o José Boavida e a Cristina Areia e estou a preparar um novo projecto literário.
Mais um livro?
Sim, um livro de contos. Contos para as crianças em corpos de adultos.
Como é o seu processo de escrita?
Escrever é das coisas mais difíceis que há. É um deixar fluir, há uma liberdade total, mas depois há muito trabalho. É quase como uma partitura musical, gosto de sentir o ritmo do texto. Mas trabalho muito, há alguma disciplina no meu caos.
Não participa em novelas com tanta intensidade como outras actrizes. A sua prioridade é o teatro?
Há um equilíbrio. Portugal é um país pequeno, não há muitas possibilidades para os actores. Eu tento tirar prazer do que faço e dar o meu melhor em cada projecto.
Há muitas actrizes de Hollywood que se queixam que, quando estão nos 40, não lhes são dados trabalhos. Sente isso em Portugal?
Há uma pressão muito grande da sociedade com a idade. Mas como tenho uma avó de 90 anos superactiva, que trabalha 12 horas por dia, não tenho tanto esse receio. Outro dia alguém lhe perguntou qual foi o melhor período da vida dela e ela respondeu: “É agora.” Felizmente tenho esse exemplo, portanto sei que o importante é estar vivo e recriar-se em cada momento. O que mais me preocupa é criar uma relação de prazer com a vida, em cada momento, como se fosse o último.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Filipe Brito
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