Daniella Perez foi assassinada a 28 de dezembro de 1992 pelo ator Guilherme de Pádua e pela mulher, Paula Thomaz. Na altura, o crime chocou o Brasil e também Portugal, que conhecia os dois atores das novelas da Globo. Agora, 30 anos depois, estreou um documentário sobre o caso, na HBO – Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez. Nesta série documental, foram ouvidos familiares e amigos de Daniella Perez, como a mãe, Gloria Perez, o ex-marido, Raul Gazolla, Fábio Assunção e outras grandes estrelas da ficção brasileira.
Daniella Perez e Guilherme de Pádua formavam par romântico na novela De Corpo e Alma, escrita pela mãe da atriz. Depois de terminarem um dia de gravações, o ator entrou no carro, onde a mulher estava escondida no banco de trás, e seguiram a jovem. Daniella Perez parou o carro numa bomba de gasolina e foi abordada pelo casal. Guilherme desferiu um soco à colega que perdeu imediatamente os sentidos. Depois, foi colocada no carro do ator e levada para um terreno baldio. Aí, foi morta com mais de 18 golpes de tesoura, que, de acordo com informações na época divulgadas pela polícia, lhe perfuraram o coração, o pescoço e os pulmões.
Da sabotagem à agressão a Fábio Assunção
Antes, Guilherme de Pádua já era conhecido por arranjar conflitos e confusões por onde passava. Vários artistas e profissionais do teatro contaram histórias polémicas em que o ex-ator esteve envolvido, como um espetáculo erótico com nudez masculina, uma agressão a Fabio Assunção e uma sabotagem que poderia ter sido trágica nos bastidores de uma peça.
Paula Thomaz, que veio a se tornar mulher de Pádua, era frequentadora assídua desse teatro. Acabou por ser proibida de entrar por ser menor de idade e, principalmente, por atacar outras mulheres caso visse algum olhar ou namorisco com Guilherme que não lhe agradasse.
Guilherme de Pádua cumpriu um terço da pena
Em depoimento, Guilherme justificou o homicídio por sentir que estava a ter cada vez menos destaque na trama enquanto Daniella ganhava protagonismo. Guilherme de Pádua e a mulher foram condenados a 19 anos de prisão, mas, depois de cumprirem seis anos, foram libertados. Hoje é pastor evangélico e apoiante de Jair Bolsonaro.
Texto: Tomás Cascão com Patrícia Correia Branco; Fotos: DR
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