Frederico Varandas
O trauma do 8 de junho de 2008: “Achei que não ia continuar vivo”

Nacional

Frederico Varandas esteve “como é” no Alta Definição e revelou a Daniel Oliveira o dia em que acreditou que não continuaria vivo.

Dom, 09/06/2024 - 11:00

Frederico Varandas esteve “como é” no Alta Definição, este sábado, 8 de junho. Entre os temas abordados na conversa com Daniel Oliveira, o Presidente do Sporting garantiu que desde que ocupa o cargo já sofreu várias ameaças. No seguimento, recordou o passado traumático no Afeganistão.

“Já tive ameaças de tudo. A tropa deu-me várias lições e o Afeganistão ensinou-me uma – a aprender a viver com o medo”, disse referindo-se à missão da NATO que fez em 2008. E completou: “Avalio a ameaça mas se eu cedesse eu no outro dia tinha de por o meu lugar à disposição porque significava que eu não estava preparado”.

8 de junho de 2008: o medo de morrer

Sobre o que é que o fez ir para o Afeganistão, Frederico Varandas explica: “alguma inconsciência. Havia algo que me atraía. Um cenário de guerra… o meu pai ficou muito chateado comigo”. Mas, para não preocupar os pais, disse-lhes, mentindo, que ia para um hospital com internet. Já em plena Guerra ligava a um amigo ao invés de aos pais: “Eu tinha de ter os sentidos centrados em mim, mas não podia estar preocupado se eles estavam preocupados”, justifica.

“8 de junho de 2008: O dia em que eu achei que não continuaria cá neste mundo. 42 dias dessa missão no pior local. Já a regressar a Cabul, talvez por descompressão, sofremos uma emboscada e ainda hoje me lembro de tudo… o cheiro, a pólvora, as luzes, o fume e foram os 30 minutos mais longos da minha vida. Descuidámo-nos e a imagem que eu tenho é um carro a ir pelo ar, o do meio também e nós começámos a ser abatidos pelo fogo inimigo”, começou a explicar. “O que eu vi ali de coragem física, nem que eu descreva nunca ninguém vai perceber. A bravura daqueles homens fez com que eu estivesse aqui.”,garante.

O seu maior lema que traz desses tempos  é ‘aprender a obedecer para um dia mais tarde comandar’. Sobre o que dizem os seus olhos, não tem dúvidas: “Nasci para lutar. Lutei em medicina, lutei na academia militar, no afeganistão, no COVID, no Sporting,  e vou continuar a lutar!”.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais

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