Filipa Ruas: um divórcio com guarda partilhada
«Quando não estou com eles afogo-me em trabalho»

Nacional

Filipa Ruas ficou conhecida dos portugueses após ter sido concorrente na primeira edição da Operação Triunfo, da RTP, em 2003. Depois concorreu ao Festival da Canção, em 2011. A cantora esteve à conversa com Cristina Ferreira esta manhã, na SIC

Qua, 29/05/2019 - 18:20

Filipa Ruas ficou conhecida do público português após ter participado na primeira edição da Operação Triunfo, em 2003, e concorrido ao Festival da Canção, em 2011. A cantora esteve esta manhã n’ O Programa da Cristina, onde o tema de conversa foi o processo de divórcio quando há filhos envolvidos. 

Separada do marido há dois anos, Filipa Ruas explica que tem guarda partilhada com o ex-companheiro. Mãe de gémeos, a cantora começou por contar os pormenores da sua história de vida. 

«O primeiro sentimento que me vem à cabeça é: vou ter de ter muita coragem», começou por dizer. «O pai diz que não vai abdicar dos filhos, e tem esse direito, sendo ele uma pessoa proactiva na educação dos meus bebés. Não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que não queria ter os meus filhos para mim e que não foi duro, porque isso é tudo muito bonito quando temos uma semana com eles… mas depois eles vão para o pai. Vamos ter o mesmo amor e a saudade gigante mas aqui não posso agir como mulher, como Filipa, nem ele como marido. É mãe e pai. O maior interesse é sem dúvida o dos bebés, que tinham dois anos na altura.»

«Acredito que vou ter uma relação boa com o pai dos meus filhos, que não tenho ainda»

Visivelmente emocionada, Filipa Ruas admitiu que ainda não tem uma boa relação com o pai dos dois filhos, mas que tem esperança que isso ainda venha a acontecer. «Eu venho de um divórcio com guarda partilhada e residência alternada. Normalmente há opção, podia ser de 15 dias, a minha é uma semana na casa da mãe e uma semana na casa do pai. E de futuro eu acredito que vou ter uma relação boa com o pai dos meus filhos, que não tenho ainda, e que vamos conseguir gerir sem ter que ir olhar um para o outro como um acordo parental», disse. 

«Há uma mochila de transição»

«Cada um já tem a sua família, eu sei que os meus filhos são felizes, muito felizes, e que têm ainda mais amor. Estou com os meus filhos e vejo que eles não são pessoas frustradas, nem crianças tristes. São felizes e têm neles a rotina que lhes foi incutida. Atualmente na família do pai têm mais uma criança, também que vem de uma separação, portanto isso é comum.» «Eles vão para casa do pai e levam uma mochila. Há uma mochila de transição, com medicamentos e documentos, e depois há os sapatos do pai, as calças do pai, as calças da mãe e as roupas da mãe. A guarda partilhada tem o lado mau, duro, mas tem um lado bom, que é a realidade deles, a presença do pai. Isso é muito importante», afirmou. «Há cordialidade.»

«Foi duro, chorei muito»

Sobre como lida com a situação passado dois anos, Filipa Ruas admite que sente alguma dificuldade. «Isto não se sossega, disfarça-se com a realidade que temos. Isto existe na minha vida e vamos tentar fazer isto da melhor forma possível.»

«Trabalho muito quando não estou com eles, afogo-me em trabalho, afogo-me em cuidar das coisas deles.» «Foi duro, chorei muito, pensei e pus-me no lugar daquelas mães e daqueles casamentos que vivem uma vida inteira de mentira, que nós sabemos que existem, porque é doloroso, muito pesado. Uma casa cheia de vida. Eu tenho gémeos, eles enchem uma casa para o bem e para o mal. Sai-nos do corpo e da alma. É tudo muito vazio. As crianças têm de ser inspiradas e ter as forças doas pais. E eu tenho mais força para dar agora aos meus filhos, tenho menos medo. Sou mais verdadeira desta maneira. Eu não tenho vergonha de dizer que fui eu que atirei a toalha ao chão», confessou. 

«Adoraria falar com eles todos os dias»

Cristina Ferreira chegou a colocar ainda uma questão: «na semana que eles estão com o pai, podes falar com eles à vontade? Filipa Ruas responde. «Não. Adoraria falar com eles todos os dias, fazer vídeo chamada. Adoraria até ir buscá-los à escola e levá-los a casa do pai. Está estipulada a hora a que posso ligar, normalmente entre as 9h e as 9h15. Já eles estão a dormir», terminou. 

Texto: Redação WIN//Conteúdos Digitais; Fotos: Reprodução Instagram 

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