Como seria de esperar, a entrevista que Daniel Oliveira fez a Fernando Rocha para o programa «Alta Definição» foi pautada pela boa-disposição que carateriza o carismático humorista. Mas houve muito mais do que sorrisos na conversa que também ficou marcada por revelações inéditas pautadas pela dor e tristeza. Como é o caso da morte do pai de Fernando Rocha.
A morte do progenitor do humorista, em julho de 2013, é o aspeto mais marcante da vida do riotintense. «Ele foi o meu grande mestre. Custa-me muito a perda do meu pai. Penso todos os dias nele. Faz-me tanta falta… desde que acordo até me deitar. Não tenho a quem recorrer ou pedir conselhos», revelou.
Uma semana antes da morte do pai, Fernando Rocha foi colhido por um touro em Vila Franca de Xira, enquanto apresentava o programa «Portugal em Festa», da SIC. E agora explica o que aconteceu. «O meu pai estava com cancro e descobrimos uma terapia na Alemanha que poderia fazer-lhe bem. Estava prestes a fazer entrevistas no programa e tinha recebido a chamada da minha irmã, que disse: ‘Já arranjámos avião e equipa médica. Está tudo tratado. Segunda-feira o pai já pode ir’. Desliguei e fiquei tão feliz com aquela notícia, tão eufórico que me coloquei à frente do touro e nem pensei naquilo que estava a fazer», recorda. «O meu pai não chegou a segunda-feira, morreu antes, na quarta-feira», acrescenta.
A euforia da possível cura deu lugar a uma tristeza sem fim. «Não consegui despedir-me dele. Não conseguia estar ao lado dele naquela situação. Era muito duro. Fui visitá-lo muitas vezes ao hospital, mas não conseguia estar lá!» desabafa o nortenho, com lágrimas a escorrerem pelo rosto. «O carro dele ainda está à porta de casa. A minha mãe não o tirou de lá e no tablier está um CD, um CD meu. Ele tinha muito orgulho em mim. Só não gostava de me ouvir a dizer palavrões», refere.
Carreira repleta de humor
Em 2000, Fernando Rocha venceu o programa «Ri-te, Ri-te» da TVI. Daí para a frente, foi sempre a somar. Corria o ano de 2003 e estreava o programa «Levanta-te e Ri», na SIC. O humorista era o apresentador e fazia sempre uma atuação em todos os programas. Nunca faltou a nenhum programa, fosse gravado no sul ou no norte. O artista é ainda conhecido pelas anedotas repletas de palavrões. «Palavrão é uma muleta, uma vírgula. Para não dizer que representa o povo do norte. Quanto mais a norte, mais palavrões encontram.», esclarece. Atualmente, tem um canal no youtube, chamado «Pi 100 Pé».
Amor incondicional pela família
Casado há aproximadamente 19 anos com Sónia Rocha, o humorista considera que a missão que tem nesta vida é a de fazer a mulher e os filhos felizes. «Nunca faltei a uma peça de teatro dos meus filhos. Compenso a falta de tempo com eles, com tempo e não com prendas. Passo um dia com a minha filha, vou com ela ao cabeleireiro e ao fast-food e depois, no dia seguinte, estou com o meu filho», diz.
«Adoro jantar só com a minha mulher. Ela é fantástica. Se tivesse outra mulher, tinha continuado eletricista. A Sónia sempre acreditou em mim e deu-me força para lutar pelos meus sonhos. Mesmo quando tínhamos pouco dinheiro, dizia para ir a Lisboa fazer castings. Falta-me correr o mundo com a pessoa que mais amo. Quero muito fazê-la feliz.», conta.
Novo projeto a caminho
O humorista esteve na passada quinta-feira, 12 de julho, na inauguração da Mundet Garden, a esplanada do Mundet Factory, restaurante e bar situado no Seixal. O humorista faz parte do elenco de “Ladrões de Tuta e Meia“, filme que está a ser rodado naquela zona e que chegará aos cinemas no início do próximo ano.
O elenco, onde se destacam Rui Unas, Leonor Seixas e Melânia Gomes, bem como o realizador Hugo Diogo e a restante equipa, aceitou o convite do Chef João Macedo (proprietário do espaço) e juntaram-se à festa. Fernando Rocha esteve acompanhado pela mulher e pela filha, destacando-se pela boa-disposição.
Fotos: Marco Fonseca e reprodução Instagram
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