Rui Drumond
“Espero nunca desiludir ninguém”

Famosos

Rui quer construir uma carreira e sonha com os palcos internacionais

Qua, 20/08/2014 - 23:00

Com apenas 21 anos deu-se a conhecer na Operação Triunfo. Na altura, Rui Drumond destacou-se, mas nunca chegou a gravar um álbum. Onze anos depois, teve a humildade e a coragem de concorrer ao The Voice. Arriscou, sabia que podia correr muito mal, mas acabou por ser o vencedor, alcançando o sonho que o movia.

VIP – Ao longo dos anos, entrevistei-o diversas vezes e editar um álbum foi sempre tema de conversa. Ganhar o The Voice permite realizar esse objetivo. A vitória é mais saborosa pelo prémio?
Rui Drumond –
O importante era o objetivo do prémio. Se me dissessem que os quatro finalistas gravavam um álbum e que ficava em quarto já seria a vitória que procurava. Neste caso, era preciso ganhar para chegar ao disco e foi por isso que lutei. A minha alegria estava relacionada com o prémio. Apesar do orgulho, que não escondo, de vencer um concurso deste género.

Tendo em conta o seu percurso, é preciso para concorrer a um programa destes?
Pensei imenso e aconselhei-me com amigos e pessoas do meio sobre a minha participação. Todos me diziam que era um grande risco, mas que deveria corrê-lo. Acho que é preciso coragem.

Até porque podia correr mal…
Podia correr muito mal. Felizmente, não aconteceu. Foi um grande risco, mas estou muito contente. Não estou nada arrependido.

O que pensou quando ganhou?
Ao longo dos onze anos sempre pensei que corria tudo bem mas, quando estava perto de gravar, acontecia algo. Quando ganhei, explodi, porque era quase o quebrar de uma maldição. Na altura, só queria olhar para a minha família e agradeci ao meu pai, que já não está entre nós, mas foi a pessoa que sempre acreditou em mim. Graças aos onze anos de trabalho, no dia seguinte, os pés estão na terra e quero é trabalhar. Não me vou encostar a uma vitória e à fama.

É uma vitória do seu pai?
É! Ele deve ter dito: “Viste? Andava-te a dizer que conseguias!”. É a primeira de algumas vitórias que quero alcançar. Ainda falta muita coisa que prometi a mim mesmo e a ele.

A gravação do álbum é uma chapada de luva branca para quem não acreditou em si?
Não queria ir por aí porque não sou vingativo. Mas é engraçado que, quando ganhamos um concurso destes, aparecem pessoas do meio a falar connosco que não o faziam há anos. O que me interessa são as pessoas que sempre me apoiaram e aquelas que conquistei agora. Bofetadas de luva branca, quem quiser senti-las, é consigo.

O que espera que aconteça na sua vida?
Espero que seja uma entrada para outro patamar onde possa marcar a minha posição. E para isso não basta um disco. São precisos mais. É esse o meu objetivo. Ter uma carreira. Espero nunca desiludir ninguém.

Do que vamos falar numa entrevista daqui a dez anos?
Adoro o meu País, mas sempre tive uma visão e um sonho internacional. Adorava, e não estou a pensar em grandes palcos, ter um trajeto internacional naqueles palcos de soul e jazz, pois foi sempre a minha linha e a minha paixão. Espero que o meu próximo álbum seja uma entrada nesse mundo. Espero chegar lá. Isto sem nunca esquecer Portugal, pois isso não é uma hipótese. Vamos ver…

Como se imagina nessa altura?
Espero ter uma família enorme, estar bem na vida e ter uma carreira. Espero envelhecer contente com o que fiz e com o que desenhei para a minha carreira, de modo a ter histórias para contar aos netos (risos).

Família enorme significa muitos filhos?
Sou um pouco tradicional e não quero chegar a velhote sem netos para me chatearem a cabeça. Tenho um medo imenso da solidão. Sonho casar e isso tudo… É algo que quero.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiros;
Maquilhagem: Ana Coelho, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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