Emiliano Sala, o futebolista que morreu a bordo do avião que se despenhou, a 21 de janeiro, no Canal da Mancha, enviou uma mensagem de voz, pelo WhatsApp, a um familiar, dias antes do fatídico acidente, em que admite que não queria ir jogar para o Cardiff, no País de Gales.
O jogador assegurou que se tratava de um bom contrato, mas que desportivamente não lhe interessava.
Durante a conversa, o argentino garantiu que a transferência se tratava, única e exclusivamente, de uma exigência do presidente do Nantes, clube francês onde jogava, Waldemar Kita.
«Ele nem sequer me perguntou se eu queria ir»
«Eles negociaram para ganhar muito dinheiro. Eles querem que eu vá e eu não tenho medo de ir. Lutei muito durante a minha carreira, ir para lá lutar não me dá medo algum, pelo contrário. No entanto, acho que o Meissa [N’Diaye, agente do jogador] consegue encontrar algo melhor. Ele disse que não ao Cardiff, porque não quer que eu vá para lá», ouve-se.
«Não quero falar com Kita porque não quero enervar-me. É uma pessoa que me desagrada. Ele hoje quer vender-me ao Cardiff, porque ele levou a cabo um super negócio. Vai receber o dinheiro que quer. Ele nem sequer me perguntou se eu queria ir. Nada mais lhe interessa que o dinheiro», acusava Emiliano Sala.
«É como está, uma desordem. Não sei de mais nada», contava.
«Não sei o que fazer!»
Desesperado, o futebolista ainda revelou ao parente que não sabia o que fazer. «Sou eu que tenho de ver o rosto dessa pessoa todas as manhãs, mas ninguém olha para mim, para o meu interior. É muito duro, porque tenho a impressão de que não há muita gente que se ponha no meu lugar», rematou.