Elma Aveiro abriu o coração a Manuel Luís Goucha para falar pela primeira vez sobre a sua infância e sobre a família. A entrevista intimista foi transmitida nesta terça-feira, 8 de novembro, no vespertino da TVI. Durante a conversa, a irmã de Cristiano Ronaldo falou sobre a morte do pai, que a levou a pensar em suicídio.
A revelação foi feita quando Elma Aveiro falava sobre a filha Eleonor, de 17 anos. “É maravilhosa. Aquilo que eu fui para os meus pais, ela é para mim. O meu pai partiu e a minha filha vem. Como quem diz: ‘fica aqui alguém para cuidares, como cuidaste de mim’. Se na altura, não tivesse sido assim, tinha feito outra coisa na minha vida. Tinha-me matado”, contou, no programa ‘Goucha’.
E prosseguiu, admitindo que enfrentou sozinha uma severa depressão: “Pensei muitas vezes nisso. Ia na autoestrada e pensei em meter o carro na ribanceira, mas pensava na minha filha, na minha bebé que tinha de cuidar. E tive um companheiro incansável que me ajudou a cuidar da minha filha. Estive uns cinco anos sem conseguir continuar. Foi muito difícil. Mas consegui sozinha.”
Elma Aveiro sempre foi muito apegada ao pai, José Diniz Aveiro, e a relação quase “umbilical” que tinha com o progenitor cresceu ainda mais quando Cristiano Ronaldo se mudou para Manchester com a mãe, em 2003, para jogar pelos ‘red devils’. Na altura, a irmã mais velha ficou a viver com o pai na Madeira.
“Na altura em que o Ronaldo foi para Manchester, como ainda vivia com os meus pais, ele queria que o pai e a Elma fossem. O meu pai não queria sair da Madeira e então eu disse ao Ronaldo: ‘o pai não vai, eu fico com o pai. Não vou abandoná-lo. Sozinho o pai não fica.’ A Katia e o Hugo já tinham casado, e eu não ia deixar o meu pai”, confidenciou.
Elma Aveiro sobre o pai: “Levou-me à igreja e depois foi embora”
José Diniz ainda conseguiu cumprir o sonho de levar Elma Aveiro ao altar, quando esta trocou alianças com Edgar Caires, o pai de Eleonor. “O meu pai ainda foi ao casamento, foi a última coisa que fez. Foi uma altura difícil, mas fiquei com ele até ao último dia da vida dele. E se continuasse, estava com ele até hoje. Porque é minha família, é o meu dever até morrer. E enquanto a minha mãe for viva, vou lá estar sempre do lado dela. Ser cuidadora é uma missão na minha vida”, admitiu.
“O meu pai é o meu anjo sempre. É o que me faz ser a mulher que sou hoje. Mais feliz, mesmo tendo sempre a mágoa cá dentro de ele ter partido tão sempre. Ele dizia sempre ‘a minha missão já fiz, mas antes de morrer, quero-te levar à igreja’. Mas eu não queria casar. Mas ele cumpriu, levou-me à igreja e depois foi embora”, acrescentou, depois de mencionar que tatuou um anjo na pele, em homenagem ao progenitor.
O alcoolismo do pai
Durante a conversa, Elma Aveiro contou que o pai enfrentava alguns problemas com o álcool: “Nunca foi violento connosco, só com a mãe porque ela respondia, tem fibra, não se deixa ficar. E eu tinha de acalmar. E ele acatava. Eu adoro os meus pais, sou apaixonada pela minha família.”
“Houve uma altura da minha vida em que achei que devia ter feito mais por ele. Mas depois tive de mentalizar que se calhar fiz o suficiente, mas houve uma altura em que senti que faltou alguma coisa, não sei… ou por dizer, ou por fazer”, disse ainda.
“O meu pai disse-me, depois de partir, que eu tinha de ser feliz, de continuar a viver. Nos sonhos. Tenho muitos sonhos com ele. Diz-me para pensar mais em mim. Coisas que nunca fiz, em adolescente, para fazer agora. Que é o que estou a fazer”, terminou, assumindo ser, hoje em dia, “uma mulher feliz.”
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Redes sociais
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