As eleições estão a chegar...
O lado pessoal das legislativas

Nacional

Quem são e quais os seus gostos! Conheça na intimidade os principais rostos dos sete partidos com assento parlamentar às próximas eleições.

Sex, 04/10/2019 - 7:54

As próximas eleições legislativas estão agendadas já para o próximo domingo, dia 6 de outubro. Mostramos-lhe agora o lado pessoal dos candidatos dos sete partidos com assento parlamentar. 

António Costa – Gosta de cozinhar e fazer puzzles

Prestes a completar quatro anos no Governo como primeiro-ministro, António Costa tem 58 anos. Nascido em Lisboa, tem origem goesa católica por parte do pai. Em 1975, com apenas 14 anos, começou a colar cartazes e filiou-se na Juventude Socialista. Tirou o curso de Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi dirigente associativo da Associação Académica desta faculdade e diretor da Revista da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.

Seguiu-se uma pós-graduação em Estudos Europeus. Exerceu pela primeira vez a função política como membro da Assembleia Municipal de Lisboa, na sequência das eleições autárquicas de 1983, sendo reeleito novamente em 1987. Foi deputado da Assembleia da República nas legislativas de 1991. Posteriormente, o PS escolheu-o como o cabeça-de-lista à Câmara de Loures, em 1993, mas foi derrotado pela CDU, no entanto ganhou visibilidade enquanto vereador. Em 1995, o PS ganhou as legislativas e António Costa estreou-se no Governo. Em 2007, ganhou a Câmara de Lisboa e, em 2014, foi eleito secretário-geral do Partido Socialista. No ano seguinte, foi eleito primeiro-ministro.

Pessoa de sorriso fácil, António Costa é casado com a ex-educadora de infância Fernanda Tadeu há quase 30 anos. A lua-de-mel foi em Veneza e do enlace nasceram dois filhos: Pedro, de 29 anos, e Catarina, de 26. O primeiro-ministro é um bom garfo, gosta de cozinhar e não dispensa o convívio com os amigos, mas quem cozinha lá em casa, por norma, é a mulher. Um dos seus passatempos preferidos é fazer puzzles. Aos fins de semana, gosta de andar com o seu carro e dispensa o motorista. Se precisar de comprar alguma coisa, não se inibe de ir às compras sozinho.

Rui Rio – «Se depender de mim, a minha filha não será política»

Autarca no Porto por três mandatos e deputado durante dez anos, Rui Rio, de 62 anos, arrancou o seu primeiro dia de campanha no Hospital Garcia da Orta, em Almada. «A campanha tem coisas boas e coisas más», reconhece à VIP o líder do PSD, interessado em reduzir os comícios-espetáculo. «Vamos privilegiar uma comunicação civilizada, com menos gritaria contra o adversário», explica o economista que, aos quatro anos, entrou na Escola Alemã por decisão do pai. Uma educação que não lhe tirou o sentido de humor, uma das características que lhe são apontadas. «Quando não estou a tratar de assuntos sérios, tenho essa tendência para dizer piadas, mas quando estou em funções públicas, podendo meter uma brincadeira, meto, mas, por norma, não estamos aqui para fazer rir os outros, estamos aqui para transmitir ideias», adianta, explicando que o humor vem, em parte, do pai.

Casado com Lídia Azevedo, responsável pelas instalações de uma empresa no Norte, e pai de Marta, de 18 anos, ambas a viver na Invicta, o líder do PSD fala do esforço que isso implica na vida, enquanto marido e pai. «Bom, é um esforço que tenho de fazer até mesmo na logística, as camisas que levo e que não levo, até isso é complicado, tenho de gerir isso para os dias que estou fora. Mas é o que se faz», confessa Rio, que recorda que a filha tinha seis meses quando foi eleito pela primeira vez como presidente da Câmara do Porto.

«Ao conviver com a política tem uma aproximação muito superior àquilo que os outros miúdos da idade dela têm. Não sei se terá no futuro ligação à política, nós nunca sabemos o futuro, agora, se depender de mim, não será política», confessa o candidato a primeiro-ministro, que só na noite de eleições contará com a presença da família.

Assunção Cristas – «Sou muito feliz na política»

Para a líder do CDS-PP e candidata a primeira-ministra, a política é vista «como uma missão e não como uma profissão». Missão essa cuja longevidade está na mão dos eleitores. «Em política é assim mesmo. As pessoas estão enquanto os resultados fazem sentido; quando não se atingem objetivos, quando as pessoas não derem confiança, nesse caso é a altura de dar o lugar a outros», diz Assunção Cristas, de 44 anos, à VIP, sem revelar o futuro na liderança do partido.

Casada há 21 anos com o advogado Tiago Machado da Graça, e mãe de Maria do Mar, de 18 anos, José Maria, de 16, Vicente Maria, de 14, e Maria da Luz, de seis, o nome de Assunção estará para sempre na história do executivo português como o da primeira mulher a estar grávida enquanto ministra. E primeira-ministra? «Gostava de um dia poder ter essa oportunidade, agora não sei se isso vai acontecer ou não, mas também devo dizer que não me preocupo muito com isso. Vivo muito aquilo que estamos a fazer em cada momento e com uma grande paixão, e é por isso que sou muito feliz na política, como fui muito feliz na faculdade e sei que quando voltar à faculdade voltarei a ser muito feliz», revela.

«As mulheres na política têm o mesmo escrutínio que os homens mais um, que é a aparência, mas não me queixo», adianta, lembrando quando nos primeiros tempos na Assembleia havia dias que não se maquilhava. «Uma noite, uma amiga ligou-me a perguntar se eu estava bem porque estava muito branquinha», recorda Cristas, que desde esse dia tem sempre um kit de maquilhagem na carteira.

Catarina Martins – Troca o teatro pela política 

Catarina Martins deixou o teatro pela política e é a candidata a primeira-ministra pelo Bloco de Esquerda (BE). Com assento parlamentar há dez anos, a linguista, de 46 anos, é casada com Pedro Carreira, físico de formação com ligações ao teatro, e mãe de duas raparigas. Começou a campanha em Leiria.

No teatro foi atriz, encenadora, produtora e até mesmo há quem se recorde dos dias em que fez de operadora de som. Até 2009, altura em que chegou a São Bento, era também sócia-gerente de uma empresa de alojamento local gerida pelo marido e pela sogra. A empresa explora quatro empreendimentos turísticos e uma unidade de alojamento local no concelho do Sabugal, distrito da Guarda.

«A Catarina é forte» é uma das impressões partilhadas pelos militantes do BE, assim como a de ser uma mulher «decidida» e que gosta de levar «as coisas adiante».

Jerónimo de Sousa – Gosta de jogar à sueca 

Jerónimo Carvalho de Sousa, de 72 anos, nasceu a 13 de abril de 1947, em Pirescoxe, na freguesia de Santa Iria de Azoia, concelho de Loures, onde ainda hoje reside, numa modesta casa alugada, filho de uma operária numa fábrica de enchidos, Olímpia Jorge Carvalho, e de António de Sousa, um operário da indústria química.

Ex-operário metalúrgico, Jerónimo de Sousa fez carreira desde muito jovem no Partido Comunista Português, para o qual entrou pouco depois da Revolução dos Cravos, tendo sido eleito secretário-geral dos comunistas em 2004 e tornando-se o primeiro operário nessas funções desde o histórico Bento Gonçalves.

Jerónimo de Sousa cumpriu o serviço militar na Guiné, durante a Guerra Colonial. Casou-se com Ovidia Antónia Morgado Gil quando tinha 19 anos. Tiveram duas filhas, Marília e Lina, atualmente com 46 e 42 anos, respetivamente, que já lhes deram três netos: Rui Pedro (17 anos), Rita (12) e Gabriel (4).

Nos tempos livres, o político gosta de ler, jogar à sueca com os amigos na coletividade de Pirescoxe, ir à praia e estar com a família. É adepto do Sport Lisboa e Benfica, embora a filha mais nova seja de um clube rival: o Futebol Clube do Porto.

André Silva – Gosta de andar descalço e recuperar móveis 

André Lourenço e Silva tem 43 anos (nasceu a 2 de abril de 1976, quase um ano depois da Revolução dos Cravos) e é de Lisboa, mas tem origens em Tondela, cidade de onde é originária a família e onde passava as férias de verão. Estudou Engenharia Civil em Coimbra, onde foi coordenador de voluntários e vice-presidente da Linha SOS Estudante, um serviço de atendimento telefónico de apoio emocional e de prevenção do suicídio. Já a exercer a profissão, alargou os seus estudos académicos com um mestrado em Reabilitação e Conservação de Interiores, na Escola Superior de Artes Decorativas da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, tendo obtido uma bolsa de mérito no ano letivo 2008/2009.

Ingressou no PAN em 2012 e integra a Comissão Política Nacional desde 2013, sendo atualmente porta-voz da Comissão Política Permanente do partido. Foi o quinto nas listas de candidatura do PAN às eleições europeias de 2014. Em 2015 foi o cabeça-de-lista deste partido por Lisboa nas eleições legislativas, tendo sido eleito deputado para a Assembleia da República.

Durante dois anos (2005 e 2006), viveu e trabalhou nos Açores, onde desenvolveu o gosto pelo mergulho, atividade que ainda hoje privilegia por envolver o contacto com a Natureza. Tem um gosto especial pelo campismo, adora explorar recantos na Natureza (de preferência no Portugal profundo), andar descalço, fazer horta e recuperar móveis antigos. É praticante de biodanza, uma forma de expressão através do movimento, e o gosto pela ecologia e pela defesa dos animais sempre o acompanhou, tendo sentido, há mais de uma década, necessidade de intervir politicamente em virtude da ausência de partidos e de políticas direcionadas para estas áreas.

Na vida pessoal, é separado de Iria Castiñeiras Figueira e não tem filhos. Tem um cão adotado, chamado Nilo. Gosta muito de cozinhar e de visitar os mercados locais, onde compra alimentos frescos da zona. Quando não está a trabalhar, privilegia a leitura e os dias passados na praia.

Heloísa Apolónia – Conquistada por um teatro de rua

Heloísa Augusta Baião de Brito Apolónia tem atualmente 50 anos, completados a 26 de junho, e nasceu no Barreiro, círculo eleitoral por onde foi eleita pela primeira vez para a Assembleia da República, há 24 anos. Nestas eleições, concorre por Leiria.

Com uma licenciatura em Direito, é jurista de profissão, divorciada e conta com dois filhos, com 21 e 19 anos.

Tinha cerca de 18 anos quando, ao passar na Baixa de Lisboa, parou para ver um teatrinho de rua contra a energia nuclear, e esta foi, desde logo, uma causa que lhe disse muito. Deixou ficar o seu contacto, motivada para ser chamada. Acabou por ser contactada e, a partir daí, começou a participar em iniciativas e reuniões e ganhou consciência ecologista.

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Isto e muito mais na sua revista VIP que está nas bancas. Boas leituras!

Textos: Carla Vidal Dias, Célia Esteves e Luís Peniche; Fotos: Paula Alveno, Impala e DR

 

 

 

 

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