O ensaísta Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu hoje em Lisboa. Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes e distinguido, foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Assinou ensaios polémicos como Presença ou a Contra-Revolução do Modernismo Português? n’ O Comércio do Porto, ou um particular estudo sobre o neorrealismo intitulado Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista. A perspectiva de Lourenço influenciou outros autores, como, por exemplo, Eduardo Prado Coelho.
Foi conselheiro cultural junto da Embaixada Portuguesa em Roma, até 1991. Ocupou o cargo de administrador (não executivo) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, foi um dos principais signatários do Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico de 1990 e a 7 de Abril de 2016 tomou posse como Conselheiro de Estado, designado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Em seu nome tem o Prémio Eduardo Lourenço criado pelo Centro de Estudos Ibéricos, atribuído desde 2005 e destinado a agraciar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, da cidadania e da cooperação ibéricas.
A 28 de novembro de 2015 foi criada pela Câmara Municipal de Coimbra a Sala Eduardo Lourenço, na Casa da Escrita, destinada a albergar cerca de 3000 livros.
“Não posso deixar de lamentar profundamente a morte de Eduardo Lourenço, uma das mentes mais brilhantes deste país. Eduardo Lourenço foi um pensador, arguto e sensível como poucos e incansável combatente do caos dos dias.” escreveu no Twitter Graça Fonseca, Ministra da Cultura.
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