Ao todo são 11 as crianças que animam o mês e meio de férias que o antigo seleccionador nacional e a mulher passam em Vilamoura. Entre os dois netos e os nove sobrinhos, António Oliveira não tem mãos a medir. Afinal, eles requerem a atenção do ex-futebolista para tudo: ir à água, fazer surf, brincar com os baldes… Actividades que o empresário faz com um sorriso na cara, pois o contacto com as crianças também o faz sentir-se mais jovem.
Como são as vossas férias?
António Oliveira – Têm sido férias normais, depois de um ano de muito trabalho, muita canseira, muitos afazeres. São ainda mais agradáveis porque é uma oportunidade de estar com a família. Infelizmente, este ano não consegui estar com os meus netos todos. Tive de os ter aqui parcelarmente. Tirando esse pequeno detalhe, têm sido umas férias excelentes.
Mas reúnem aqui um grande grupo de miúdos e graúdos.
A.O. – Sim, é um grupo de amigos com quem já convivemos há 14, 15 anos neste período de férias. São férias sempre em festa e em família. Não há férias sem a família.
Quantas pessoas é que costumam juntar por estes dias?
A.O. – Entre família e amigos somos próximos de 30 pessoas, o que é muito complicado do ponto de vista da logística. Imagine quando queremos jantar fora ou fazer algum outro programa em conjunto.
Isso requer um certo grau de organização.
A.O. – Sim, temos de pensar nas coisas atempadamente. Neste caso é a Ivete ou uma das outras meninas a tratar da agenda, porque elas são muito mais organizadas do que nós, homens.
Sobretudo porque estamos a falar de um grupo onde contamos 11 crianças.
A.O. – Sobrinhos e netos. O grupo vai aumentado todos os anos. É giro porque é raro o ano em que não nasce uma criança. Para mim, tê-los aqui é muito gratificante. Aliás, é saudável porque também nos sentimos um bocado mais jovens com eles. São miúdos irrequietos, mas excelentes.
E consegue descansar? Ou depois deste mês e meio de férias vai ter de tirar uma semana para descansar de tanta agitação?
A.O. – É verdade que eu chego ao fim destes dias cansado. Esta gente toda ‘oh, tio isto’, ‘oh, tio aquilo’, ‘oh, tio vamos à água’, ‘oh, tio vamos fazer surf’ cansa-me um bocadinho. Em Setembro vou de férias só com a Ivete, porque quando saimos do Algarve precisamos de um bocadinho descanso para os dois. Este ano vamos até à Roménia e à Bulgária. São países que a Ivete não conhece e, embora eu já lá tenha estado, são interessantes.
Para o António deve ser complicado eleger um país para visitar, porque já deve conhecer quase todo o mundo, ou não?
A.O. – Sim, mas há alguns países que me interessaram e que fiquei com vontade de lá voltar. Sabe que nós, enquanto jogadores de futebol conhecemos muito pouco daquilo que julgamos conhecer. Ou seja, nós saímos, vamos para o hotel, conhecemos o estádio, fazemos o jogo, regressamos ao hotel ou regressamos a Portugal. Posso dizer que estive em muitos países, mas não posso dizer que conheço muitos.
Como surge a sua relação com Vilamoura?
A.O. – Venho para o Algarve desde o tempo em que só existia a Aldeia das Açoteias, onde eram feitos os estágios de futebol. Há mais de 18 anos que fazemos férias aqui. Temos tudo à mão, vamos para todo o lado a pé, temos uma das marinas mais bonitas do mundo. Este é também o lugar de eleição da Ivete.
Ai é? Porquê?
I.O. – Quando eu conheci o António ele tinha uma viagem programada a Vilamoura para fazer a escritura de um apartamento. Eu vim com ele como amiga. Nós nem sequer namorávamos. Ficámos cá três dias. Depois foi aqui que passámos as nossas primeiras férias a dois. Vilamoura faz parte da minha história de amor com o António, faz parte das minhas memórias.
Como é um dia típico nas vossas férias?
I.O. – Quer um dia diferente? Uma ida a Sevilha em família. Pomo-nos a pé 9h30, 10h, vamos à praia. Ao final do dia, esperamos por um autocarro que pára aqui em frente a casa e crianças e pais vamos todos para Sevilha só para jantar. É um programa que repetimos todos os anos. Também não dispensamos uma ida ao T Club.
A.O. – É óptimo porque esta é uma oportunidade para estarmos com amigos com quem até falamos frequentemente, mas com quem na realidade estamos juntos poucas vezes. Na minha vida o dia de amanhã é mais feliz do que o de ontem.
Qual a melhor memória que tem das férias em Vilamoura?
A.O. – Aqui tenho a pior história da minha vida, que foi quando fui dado como morto. Já lá vão muitos anos. Tinha comprado um barquito pequenino e resolvi ir com uns amigos até Monte Gordo. O mar estava um bocado bravo, mas aguentámos. No regresso decidimos que os miúdos vinham de barco comigo e com outro amigo. Olhei para o manómetro da gasolina, estava mais de meio portanto se tinha dado para chegar a Monte Gordo também dava para chegar a Vilamoura. Mas não, porque com as pancadas do barco o manómetro avariou. À entrada da ilha de Faro o barco pára, já noite escura. Liguei para a Marina e eles disseram que iam ter connosco mas passaram horas e ninguém aparecia. Como não víamos nada estávamos convencidos que já estávamos à deriva em alto-mar. Entretanto, já vinha nos jornais que estávamos à deriva para lá de Marrocos.
Como é que se safaram?
A.O. – Eram duas e tal da manhã veio uma onda, o barco vira e nós percebemos que estávamos em… terra. Tínhamos apanhado uma corrente de água quente que há aqui na ilha de Faro, que anda às voltas e puxa para terra. Foi a nossa sorte.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Filipe Brito
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