O Natal chegou e a questão que se coloca é: sabe o que significado de alguns dos termos e costumes associados a esta quadra festiva?
Descubra algumas curiosidades desta época natalícia.
Árvore de Natal
Sempre que se aproxima esta altura tão especial do ano, começam os planos para a montagem da árvore de Natal. Conhece a origem deste costume?
Vários povos, entre eles os egípcios, serviam-se de ramos de palmeira para celebrarem o triunfo da vida sobre a morte, no dia mais pequeno do ano, o solstício de inverno.
Antigamente, também nesta altura, os celtas colocavam maçãs douradas em carvalhos e os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, o deus da agricultura, segundo a mitologia.
No século VII, o carvalho foi substituído pelo abeto como árvore sagrada, devido à sua forma triangular, simbolizando a Santíssima Trindade. No século XVI, surge a primeira referência à árvore de Natal na Europa.
O pinheiro mantém-se verde, em pleno inverno, quando todas as outras árvores, inclusive os carvalhos, amarelam e perdem as folhas. O pinheiro tornou-se símbolo da Igreja, que mantém a esperança sempre viva (o verde constante) na vinda de Jesus Cristo apesar de todas as dificuldades e perseguições que sofre e, como o crescimento do pinheiro é constante, também é constante o crescimento da Cristandade no Mundo.
Já o facto de colocarmos presentes debaixo da nossa árvore de Natal é um costume que supostamente está ligado ao reinado de Isabel I. A rainha recebia demasiadas prendas e optou por começar a colocá-las debaixo da árvore de Natal.
Em Portugal, esta tradição só começou depois dos anos 50.
O que significa a Consoada?
No dia 24 de dezembro celebra-se a Consoada de Natal. A origem deste termo é simples e pode significar presente ou oferenda. O costume das consoadas estabeleceu-se também na antiguidade quando as pessoas trocavam ramos cortados das árvores de um bosque consagrado aos deuses.
A véspera de Natal refere-se a um momento festivo que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré. O dia de Natal é festejado em todo o mundo e a véspera de Natal é amplamente vista como um feriado, total ou parcial. Juntos, os dois dias são considerados uma das celebrações mais culturalmente significativas do cristianismo e da sociedade ocidental.
Como a tradição diz que Jesus nasceu durante a noite, uma missa é celebrada na véspera de Natal, tradicionalmente à meia-noite, para comemorar o seu nascimento.
A expressão «Missa do Galo» é específica dos países latinos e deriva de uma lenda. À meia-noite do dia 24 de dezembro um galo teria cantado tão alto, como nunca tinha sido ouvido antes, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.
No passado, após a Missa do Galo, era servida nas igrejas uma refeição frugal aos fiéis presentes. Com o tempo, essa refeição foi transferida para as casas dos fiéis e tornou-se mais sofisticada.
Os frutos secos
Os frutos secos fazem parte das mesas de Natal. É um costume que começou nas celebrações célticas. Foram posteriormente englobadas nos costumes romanos, o que fez com que este hábito chegasse até aos dias de hoje.
Cada fruto tinha um simbolismo especial, por exemplo: as nozes significavam properidade e abundância.
Algumas famílias de origem mediterrânea mantêm a tradição dos «Treze Mendigos». São 13 doces e frutos servidos no final da ceia de Natal e deixados à disposição para consumo sobre uma mesa, durante três dias, até o dia 27 de dezembro.
Os 13 mendigos são: nozes, avelãs, amêndoas, pistáchios, castanhas, pinhões, tâmaras, figos secos, uvas passas, damascos, marmelos (marmelada), maçãs e pêras. Eles representam Jesus (tâmara) e os 12 apóstolos.
Podem ser também treze doces diferentes, dependendo da tradição familiar. Esses «Treze Mendigos» prolongam a alegria e os sabores da ceia de Natal até à passagem de ano.
As origens do Pai Natal
Nesta altura, há uma figura intemporal que nos vem inevitavelmente à cabeça: o Pai Natal. O velho, de barbas brancas, vestido de vermelho e branco, que distribui presentes pelas crianças de todo o mundo, viajando no seu trenó, conduzido por renas mágicas voadoras é, não só para os mais novos, o grande protagonista da quadra natalícia.
Os pais vestem-se como ele para “enganar” os filhos e os miúdos deixam a meia na lareira para receber as prendas do Pai Natal. No entanto, a verdade é que muitas pessoas não sabem qual é a verdadeira história desta figura que tanto marca a época natalícia.
A figura foi inspirada em São Nicolau, um arcebispo de Mira, na Turquia. São Nicolau ajudava os mais necessitados e, de forma anónima, oferecia-lhes dinheiro. Mais tarde, na Alemanha, a transformação do arcebispo para Pai Natal resultou numa lenda que correu o mundo.
Clemente Clark Moore, professor de Nova Iorque, escreveu um poema em 1822 sobre São Nicolau. Neste texto, dizia-se que São Nicolau viajava num trenó puxado por renas, o que originou nas características do Pai Natal.
O anúncio da Coca Cola
A imagem do Pai Natal apareceu, pela primeira vez, num anúncio da Coca-Cola. Em 1920, o velhote das barbas brancas foi criado pelo ilustrador Thomas Nast. Com o passar dos anos, outros ilustradores foram idealizando-o à sua maneira. Mas a personagem carinhosa, que faz lembrar um avôzinho, como a conhecemos hoje, nasceu em 1931, pelas mãos de Haddon Sundblom, e foi encomendado pela agência de publicidade da Coca-Cola.
A ideia era recriar uma figura que personalizasse o espírito de Natal e ao mesmo tempo a felicidade da famosa bebida. Para criar esta imagem, o ilustrador inspirou-se no poema de Clement Clark Moore, «A Visit From St. Nicholas», escrito em 1822.
Texto: Ivan Silva; Fotos. DR
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