Diogo Morgado, 39 anos, esteve à conversa com Cristina Ferreira, esta manhã (26), na SIC, e revelou que esteve para ser despedido da minissérie americana que mais projeção internacional lhe deu, A Bíblia, onde fez de filho de Deus.
«Eu estive quase para ser despedido. A sério. Fui contratado sem ter acesso ao guião e depois quando o leio, senti que aquilo tomava um partido. Tudo o que está relacionado com a religião e as guerras religiosas têm muito a ver com a perspectiva das palavras. Se há alguma coisa a tirar de bom (da religião) e se deve ter como fé é o facto de não haver forma. Ela tem força, mas não tem forma. Há pelo menos quatro religiões sobre se Pedro constrói a Igreja sob a pedra de Cristo, debaixo da pedra de Cristo ao lado da pedra de Cristo, esquerdo ou direto. Quando li o argumento senti que havia ali uma posição e eu não queria fazer parte disso», começa por contar o ator.
«Não queria fazer parte de mais uma coisa que não acrescentava nada»
«Eu percebi que esta história que eu ia recontar, já tinha sido contada muitas vezes, qual era sentido? Eu não queria fazer parte de mais uma coisa que não acrescentava nada. Nesse sentido aprofundou a minha fé, religiosidade…», assume para depois explicar como reverteram a situação dele ser despedido.
«Aquilo que quase me fez ser despedido chegou a um acordo. Os primeiros dois takes de cada cena iam ser feitos seguindo as minhas notas e a partir do segundo take já não tinha direito a mais nada e fazia exatamente como estava escrito no texto que era radicalmente diferente. Eu tinha de ter a certeza é que todos os segundos daquela cena iam ser verdade. Portanto os primeiros dois eram a verdade absoluta e eu estava por inteiro e os outros mais ou menos», sublinha, explicando que para ele A Bíblia não foi um trabalho.
«O Filho de Deus, em a Bíblia, não foi um trabalho, foi uma experiência. Obrigou-me a fazer perguntas a mim próprio e a entrar dentro de mim de uma maneira que eu nunca tinha entrado, nem sido obrigado a entrar», termina.
«De repente temos um curso de pai que não tirámos»
Diogo Morgado mantém uma relação de longa data com Cátia Oliveira, de quem tem dois filhos, Santiago, nascido em 2009, e Afonso, nascido em 2016. O ator revela o que mudou depois de ser pai. «Nós temos aquela ideia de que no segundo a seguir ao bebé nascer que há um sentimento e que és pai… mas eu não senti nada disso. Aliás, foi uma grande chatice durante dois meses, uma grande seca e maçada», ri-se.
«Estava à espera de sentir o que toda a gente diz, o amor incondicional, mas isso demorou dois a três meses a chegar. Lembro-me da primeira vez que isso aconteceu. O Santiago reagiu a uma palhaçada minha e sorriu. Percebi que isso era para mim e esse momento foi o início de uma relação de amor… De repente temos um curso de pai que não tirámos. Cada criança é uma criança e mais uma vez são as expectativas que destroem o ser humano, as que temos de nós e as que têm de nós», termina.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais e DR
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